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Por vezes alguns textos ou
intervenções sobre o Papa Francisco, parecem sub-repticiamente e às vezes até declaradamente,
querer fazer comparações com outros Papas, sobretudo os seus antecessores mais
directos.
Passe a desproporção da
comparação, faz-me lembrar um pouco o “endeusamento” da Mãe do Céu, face ao seu
Filho Jesus Cristo, ao próprio Deus, que alguns "praticam".
Parece-me sempre ouvir, (no
coração, claro), a Virgem Maria, protestando, indignando-se, com tal modo de a
venerar, pois Ela em tudo apenas quer apontar sempre para Cristo.
Confusa a comparação com as
duas situações?
Talvez, mas onde quero chegar
é que se alguém perguntasse ao Papa Francisco se tudo o que ele faz e diz é
para ser “melhor” ou até para “criticar” os seus antecessores, tenho a
certeza, a absoluta convicção, de que a sua indignação seria total, e ele diria
sem margem para dúvidas que é apenas e só um continuador, no tempo, (outro
tempo), e no espaço, (outro espaço), de tudo o que os «Pedros» ao longo do
tempo foram fazendo na e em Igreja, iluminados pelo Espírito Santo.
Que coisa tão comezinha nos
atinge na nossa humanidade, o querer comparar o que não é comparável, o querer
colocar em confronto pessoas que afinal apenas têm e vivem o mesmo
extraordinário objectivo: Ser de Cristo, para com Cristo, em Cristo e para
Cristo, “mandatados” por Cristo, iluminados pelo Espírito Santo, cheios do
infinito amor do Pai, serem Igreja de Cristo.
Todo o seu objectivo e toda a
sua acção é continuar, é unir, é comungar, é ser realmente Igreja, e toda e
qualquer interpretação que se queira dar das suas palavras, das suas acções, agora e
anteriormente, que queira fazer comparações com o antes e o agora, que seja
vista como crítica ou posição contrária ao “antes”, que divida, enfim, em vez
de unir, é realmente uma “ofensa” à sua entrega em Igreja a Deus.
Procuremos antes ouvir,
aprender, reflectir, discernir e seguir o que Francisco nos diz, porque mesmo
sendo ele a dizê-lo, é sempre Pedro, Paulo, João Paulo, Bento e todos os outros
Sucessores de Pedro que o dizem, para glória de Deus e salvação dos homens.
Marinha Grande, 2 de Junho de
2016
Joaquim Mexia Alves
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