5. Pregar problemas e não certezas
Este
demónio leva a confundir os distintos níveis e momentos do apostolado da
palavra. Há momentos e públicos em que o que se espera é uma conversa ou uma
palestra sobre alguma questão em discussão, conjecturas, opiniões e problemas
de Igreja. Mas, em se tratando da catequese, da homilia, da pregação
missionária, é necessário sempre transmitir a mensagem cristã, que é a mensagem
de Cristo, em toda a sua integridade. Neste âmbito, as pessoas esperam receber
as certezas da fé para renovar a própria vida. Elas não esperam e nem querem
que as suas questões e perguntas lhes sejam devolvidos sem resposta. Muito
menos querem que se repitam relatos de conflitos e de problemas, sem estarem
iluminados com as certezas da fé. A essência da evangelização é anunciar uma
mensagem e não problemas. Estes podem ser anunciados, mas só como ponto de partida.
Trata-se de anunciar certezas e não conjecturas ou opiniões pessoais.
As
causas desta tentação podem ser várias: uma poderia ser a falta de critério, de
experiência ou de discernimento por parte do apóstolo; outra, a tendência em
projectar o seu estado interior. Ora, quando se vacila em relação a convicções,
quando a vida cristã é mais um conjunto de problemas e de perguntas do que de
certezas, a tendência é transmitir isso aos outros. O ditado antigo que diz: “a
boca fala do que o coração está cheio”, aplica-se ao apostolado ao pé da letra.
A
comunidade cristã edifica-se basicamente sobre a fé, a esperança e a caridade dos
seus membros. Ela não se edifica sobre as dúvidas, as confusões e as problemáticas
compartilhadas.
Fonte:
prebíteros
(revisão
da versão portuguesa por ama)
Este
texto é um extracto do livro do teólogo chileno segundo
galilea, Tentación y
Discernimiento, Narcea, Madrid 1991, p. 29-67.
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