Celibato eclesiástico:
História e fundamentos teológicos [i]
III.
Desenvolvimento do tema da continência na Igreja latina
O testemunho dos Padres e dos
escritores eclesiásticos
Os
Padres e os escritores eclesiásticos pertencem à categoria das mais importantes
testemunhas da fé e da tradição nos primórdios da Igreja.
Sobre
a questão da continência do clero é conveniente escutar primeiro Santo
Ambrósio. Na sua sede em Milão, na qualidade de “Consularis Aemiliae et Liguriae”, Ambrósio, eleito bispo, tornou-se
rapidamente um dos mais importantes homens da Igreja do Ocidente. No que diz
respeito ao nosso assunto, esse Pastor, especialmente sensível às obrigações
jurídicas, devido à sua anterior actividade civil, tinha ideias muito claras.
Ensina que os ministros do altar que estavam casados antes da sua Ordenação,
não deveriam continuar usando do matrimónio depois da Ordenação – ainda que
essa obrigação não tivesse sido sempre observada do modo devido, nas regiões
mais remotas. Confrontado com a permissão vetero-testamentária, deve-se ver um
novo mandato do Novo Testamento, pois os sacerdotes deste, estão obrigados a
uma oração e a um ministério santo constante e contínuo.
São
Jerónimo, que conhecia bem por experiência própria tanto a tradição do Ocidente
como a do Oriente, disse na sua refutação do ano 393 a Joviniano, sem insinuar
nenhuma distinção entre Ocidente e Oriente, que o Apóstolo Paulo, na famosa
passagem da sua Carta a Tito, ensinou
que um candidato casado à Ordem sagrada deveria ter casado uma só vez, deveria
ter educado bem aos filhos que tivesse, mas não podia procriar outros filhos.
Devia, portanto, dedicar-se à oração e ao serviço divino e não só por um tempo
limitado, como no Antigo Testamento, como consequência, “si semper orandum et ergo semper et semper carendum matrimonio”.
(cont)
(revisão da tradução
portuguesa por ama)
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