O que significa falar em
línguas?
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Observação
feita por um dos autores da Veritatis:
O
que a RCC chama habitualmente de dom de línguas, de orar em línguas e de falar
em línguas, é, de fato, o dom de línguas? Noutros termos: o dom de línguas
(tanto faz se rezar ou falar) descrito por São Paulo e explicado no Tanquerey
(maior autoridade em teologia ascética e mística) é aquilo que a RCC diz que é?
A
RCC diz que sim. Outros, entre os quais me incluo, digo que não, ou, no mínimo,
que nem sempre. Pode haver, na RCC (e fora dela) um autêntico rezar em línguas
e um autêntico falar em línguas. Acredito, entretanto, que nem sempre as
línguas praticadas na RCC sejam reais manifestações desse dom, e sim sugestão
psicológica.
É
lícito ao católico acreditar que nem sempre o que a RCC chama de dom de línguas
é verdadeiro dom? É, porque o Magistério ainda não se pronunciou.
É
lícito acreditar que as línguas da RCC são sempre o dom? É, pelo mesmo motivo.
O
modo como a RCC entende a oração em línguas é, sim, algo novo na teologia
mística. Não há um só caso, que eu saiba, sobre tal fenómeno. Os maiores
especialistas do assunto (Tanquerey, por exemplo) não o citam.
Isso
não quer dizer que a oração em línguas não exista nem que a RCC esteja errada.
Apenas que nos dá o direito de, como católicos, em um ponto controverso, ter
uma posição distinta da RCC. A oração em línguas e mesmo a contemporaneidade
dos dons extraordinários NÃO são verdades de fé. Pode-se acreditar ou não.
Ninguém é menos ou mais católico por crer na oração em línguas tal qual
praticada na RCC.
O
fato de ser nova essa manifestação da oração em línguas (ou, pelo menos, se ter
dúvidas a respeito da prática da RCC quanto a ela) é exactamente o motivo pelo
qual a Santa Sé ainda não se pronunciou. Prudente como é, está estudando,
meditando, vendo os frutos.
VERITATIS
SPLENDOR
Fonte:
ALETEIA
(Revisão
da versão portuguesa por ama)
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