Ao
vermos e ouvirmos as notícias sobre os atentados em Paris, na Nigéria, no
Quénia, pelo mundo fora, baseados, segundo os seus autores, numa qualquer
missão dada por um deus que não existe, os nossos sentimentos humanos,
cristãos, católicos, são colocados à prova, ou seja, se cedemos ao mais fácil
que é a raiva, o rancor, que leva rapidamente ao ódio e à vingança, não
ficaremos muito diferentes do que aqueles que os perpetraram
Afirmo que é uma “missão
dada por um deus que não existe”, porque o Deus Criador que dá tal total
liberdade à criatura, só pode ser um Deus de infinito amor e como tal, um Deus
que apenas ama, que é vida e não pode odiar, pelo que, nunca pedirá àqueles que
O seguem missões de ódio e de morte.
Mas perante o horror,
perante a barbárie, os nossos sentimentos “baralham-se” e damos connosco a
desejar que tal gente sofra na pele aquilo que fez sofrer aos outros, desejamos
secreta ou mais abertamente uma forte retaliação, que os coloque perante o sofrimento,
e também e assim, julgamos nós, os faça mudar de vida.
Mas este mudar de vida,
para quem vive no ódio e para o ódio, só pode acontecer se encontrarem o Amor,
amor com maiúscula, sim, ou seja o próprio Deus, e não um qualquer ser
demoníaco que eles seguem como se fosse Deus.
E como se levam as pessoas
ao amor?
Só se pode levar alguém ao
amor, com amor! Não há outra forma!
E sim, é verdade, o amor
exige muitas vezes ou sempre, o ensinar, o corrigir, até o castigar para
ensinar e corrigir, mas tudo na proporção certa, ou seja, que não transforme a
“correcção fraterna”, numa atitude que possa ser confundida com raiva, com
ressentimento e até com vingança.
Obviamente, e
infelizmente, julgo que neste caso específico dos terroristas ditos islâmicos, (por
favor não lhes chamemos estado islâmico porque é dar-lhes o que eles não têm),
terão que acontecer intervenções armadas com o fim de os conter, sobretudo para
proteger os inocentes, sejam eles quais forem, cristãos, muçulmanos, ateus,
enfim pessoas como nós.
Mas tenho para mim que
essas acções militares de nada valerão, se não houver da nossa parte uma
entrega profunda e intensa à oração, intercedendo continuamente por esta gente
que anda perdida no ódio e na morte.
Só Deus no e com o seu
amor, pode mudar estes corações, e a nós compete-nos como missão, interceder
por eles em oração, dar testemunho do Amor, não odiando, e sendo “mansos e
humildes de coração” como é Nosso Senhor.
«Portanto, sede perfeitos
como é perfeito o vosso Pai celeste.» Mt
5, 48
E, claro, a mesma
intercessão de oração e testemunho de amor, pelas vitimas, para que Deus as
console na sua dor e para que retire do seu coração sentimentos de rancor e
ressentimento, ou desejos de vingança, que apenas lhes provocarão ainda mais
dor.
Difícil, muito difícil,
mas não impossível pela graça de Deus!
Marinha Grande, 16 de
Novembro de 2015
Joaquim Mexia Alves
:::
O
meu comentário a este escrito do Joaquim:
Caro
Joaquim:
Puseste
em palavras o que qualquer cristão - qualquer homem - deve ter no coração.
Afinal,
na Cruz, Cristo deu a Sua vida por todos até pelos e O crucificavam.
Apetece-me
repetir o que Ele mesmo disse:
«Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!»
Na
verdade quem está disposto a dar a própria vida pelo que julga ser a verdade,
não pode saber o que faz, exactamente porque o que lhe dizem que é a verdade
não o é.
Não
me compete pensar nem devo atrever-me a tentar imaginar como será o 'encontro'
destes desgraçados que se fazem explodir depois de terem ferido ou morto umas
quantas pessoas, dizia, o 'encontro' com o Senhor!
Mas
sinto-me tentado a considerar que talvez se oiça uma voz - do Anjo da Guarda de
cada um?; da Nossa Mãe do Céu? – ‘Olha que eles não sabiam o que faziam...’
E,
depois de assim considerar, não conseguindo ainda amar verdadeiramente esses
desgraçados, desvanece-se qualquer resquício de ódio ou rancor que possa ter
sentido.
E,
já agora, que me expliquem qual é diferença marcante e concreta que
existe entre um sujeito destes e uma fulana qualquer que atira para o contentor
do lixo com o filho acabado de sair do seu ventre?
Com um abraço do teu irmão António
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