Art.
3 — Se pela natividade temporal de Cristo, a Santa Virgem possa ser considerada
sua mãe.
O terceiro discute-se assim. — Parece que pela
natividade temporal de Cristo, a Santa Virgem não pode ser considerada sua mãe.
1. — Pois, como se disse, a Santa
Virgem Maria não foi de nenhum modo princípio activo na geração de Cristo, mas
só ministrou a matéria. Ora, isso não basta para ser mãe; do contrário,
poderíamos dizer que a madeira é mãe de um leito ou de um móvel. Logo, parece
que a Santa Virgem não pode ser considerada mãe de Cristo.
2. Demais. — Cristo nasceu
milagrosamente da Santa Virgem. Ora, uma geração milagrosa não basta para
constituir a maternidade nem a filiação, assim, não dizemos que Eva foi filha
de Adão. Logo, Cristo não deve ser considerado filho da Santa Virgem.
3. Demais. — A função da mãe é emitir
o sémen. Ora, como diz Damasceno, o corpo
de Cristo não foi formado por via seminal, mas, constituído pelo Espírito Santo.
Logo, parece que a santa Virgem não deve ser considerada mãe de Cristo.
Mas, em contrário, o Evangelho: A
conceição de Cristo foi desta maneira: Estando
já Maria, sua mãe, desposada com José, etc.
A Santa Virgem foi
verdadeira e naturalmente a mãe de Cristo. Pois, como dissemos, o corpo de
Cristo não foi trazido do céu, como o pretendeu o herético Valentino; mas foi
formado no ventre da virgem mãe do seu sangue mais puro. E isto basta para
constituir a maternidade como do sobredito resulta. Donde, a Santa Virgem é
verdadeiramente a mãe de Cristo.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— Como dissemos, a paternidade ou a maternidade e a filiação não têm lugar em
qualquer geração, mas só na geração dos seres vivos. Donde, era seres
inanimados, feitos de qualquer matéria, não há relação de maternidade e de
filiação; mas só na geração dos vivos, chamada propriamente natividade,
RESPOSTA À SEGUNDA. — Como diz
Damasceno; a natividade temporal, pela
qual Cristo nasceu, para a nossa salvação. é de certo modo, como a nossa,
porque nasceu, como homem de uma mulher e dentro do tempo natural à concepção.
Mas de maneira superior à nossa, porque foi fora da lei da concepção, formado,
não por via seminal mas pelo Espirito Santo no ventre da Santa Virgem.
Assim, pois, pela sua matéria a natividade de Cristo foi natural; mas foi
milagrosa pela obra do Espírito Santo. Donde, verdadeira e naturalmente, a
Santa Virgem foi a mãe de Cristo.
RESPOSTA À TERCEIRA. — Como dissemos,
a emissão do sémen feminino não é de necessidade para a concepção. E por isso,
essa emissão não é necessária para constituir a maternidade.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
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