07/08/2015

Defesa da vida

O quinto mandamento do Decálogo


5. A defesa da paz

«Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus» [i].
Característica do espírito de filiação divina é serem semeadores de paz e alegria [ii].
«A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade (…).
É “obra da justiça” [iii] e efeito da caridade» [iv].

«Por causa dos males e injustiças que toda a guerra traz consigo, a Igreja exorta instantemente a todos para que orem e actuem para que a Bondade divina nos livre da antiga escravidão da guerra [v]» [vi].

Existe a «legítima defesa pela força das armas».
Mas «a gravidade duma tal decisão submete-a a condições rigorosas de legitimidade moral» [vii], [viii].

«As injustiças, as excessivas desigualdades de ordem económica ou social, a inveja, a desconfiança e o orgulho que grassam entre os homens e as nações, são uma constante ameaça à paz e provocam as guerras.
Tudo o que se fizer para superar estas desordens contribui para edificar a paz e evitar a guerra» [ix].

«Ama a tua pátria: o patriotismo é uma virtude cristã.
Mas, se o patriotismo se converte num nacionalismo que leva a encarar outros povos, outras nações, com desinteresse, com desprezo – sem caridade cristã nem justiça –, é um pecado» [x].

pau agulles simó

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2258-2330.
João Paulo II, Enc. Evangelium Vitae, 25-III-95, cap. III.

Leituras recomendadas:
L. Ciccone, La vita umana, Ares, Milano 2000.
L. Melina, Corso di Bioetica. Il Vangelo della Vita, Piemme, Casale Monferrato, 1996.



[i] Mt 5, 8
[ii] Cf. S. Josemaria, Cristo que Passa, 124.
[iii] Is 32, 17
[iv] Catecismo, 2304
[v] cf. Concílio do Vaticano II, Const. past. Gaudium et Spes, 81, 4
[vi] Catecismo, 2307
[vii] Catecismo, 2309
[viii] «É necessário, ao mesmo tempo:

- que o prejuízo causado pelo agressor à nação ou comunidade de nações seja duradouro, grave e certo;

- que todos os outros meios de lhe pôr fim se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;

- que estejam reunidas condições sérias de êxito;

- que o emprego das armas não traga consigo males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poder dos meios modernos de destruição tem um peso gravíssimo na apreciação desta condição.

Estes são os elementos tradicionalmente apontados na doutrina da chamada “guerra justa”.

A apreciação destas condições de legitimidade moral pertence ao juízo prudencial daqueles que têm o encargo do bem comum» (Catecismo, 2309). Além disso, «é-se moralmente obrigado a resistir às ordens para praticar um genocídio» (Catecismo, 2313).

«A corrida aos armamentos

Não garante a paz.
Longe de eliminar as causas da guerra, corre o risco de as agravar.
O dispêndio de fabulosas riquezas na preparação de armas sempre novas impede que se auxiliem as populações indigentes, e trava o desenvolvimento dos povos» (Catecismo, 2315). «A corrida aos armamentos é um terrível flagelo para a humanidade e prejudica os pobres dum modo intolerável» (Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 81).
As autoridades têm o direito e o dever de regulamentar a produção e o comércio de armas (cf. Catecismo, 2316).
[ix] Catecismo, 2317
[x] S. Josemaria, Sulco, 315. Cf. S. Josemaria, Forj, 879; Caminho, 525.

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