2: “Crianças não queridas”?
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Não sem uma boa dose de humor e senso
comum, Chesterton sintetizava essa visão do controlo da natalidade proposto como
meio de conquista social: “É como dizer que a decapitação é um avanço na
tecnologia dos dentistas”.
Enfim, a teoria malthusiana, tão
incensada em determinados setores, parece ser assim uma história mal contada.
No fundo, Malthus nunca esteve
realmente preocupado pelos pobres, mas sim pelos ricos: os pobres eram apenas
um problema para os ricos.
Nada mais.
Não é que o preocupasse a infelicidade
dos possíveis novos pobres; preocupava-o, isso sim, a felicidade que eles retirariam
aos ricos.
Igualmente mal contada é a aparente
preocupação pelos que vão nascer e crescer fatalmente infelizes.
Será realmente uma hipotética
infelicidade futura da criança por nascer a causa para ela ser eliminada?
A causa para o aborto não será antes a
presente infelicidade da mãe ou do pai pela criança não prevista e que vai
trazer-lhes novos trabalhos?
Mas mesmo que se tratasse de um
diagnóstico provável – nunca totalmente certo – não significa que o tratamento
proposto como inevitável (o aborto) seja razoável.
(cont)
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