Tinha em cima da minha mesa de trabalho
uma folha de papel com um excerto de um texto de São Josemaria. Foi numa altura
de intensa convulsão interior em que as enormes dificuldades económicas
pareciam querer condicionar toda a minha vida e a perspectiva de me manter
lúcido e tranquilo, confiante e com esperança.
“Lança para longe de ti
essa desesperança que te produz o conhecimento da tua miséria. - É verdade:
pelo teu prestígio económico és um zero..., pelo teu prestígio social, outro
zero..., e outro pelas tuas virtudes, e outro pelo teu talento...
Mas, à esquerda desses zeros, está Cristo... E que cifra incomensurável isso dá!”
Um dia a Fernandinha viu esse papel e
insurgiu-se – é o termo – dizendo-me com clareza:
“Não me parece nada correcto! Está bem que
confies em Deus e te entregues com esperança que Ele resolve tudo da melhor
forma mas, tu não és nada disso que aí está escrito, és um bom homem muito
melhor do que imaginas. Não te deixes abater…”
Concluo, agora, que ela tinha razão,
pensar-se um “zero” é, talvez, cómodo e pode levar a dispensar-se de meter
ombros ao que se tem a fazer sem demora: lutar para ultrapassar as
dificuldades!
(ama,
reflexões, 2014.12.02)
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