“Cada lar cristão – disse S. Josemaria
numa homília pronunciada em 1970 – deveria ser um remanso de serenidade, em que
se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma
tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.". (Cristo
que passa, 22, 4)
É verdadeiramente infinita a ternura
de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do
matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um
grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a
graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade. Os pais
são cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que
corresponde aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se –
escrevi-o há tantos anos – o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o
matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e
alegre. (Cristo
que passa, 78, 6)
Famílias que viveram de Cristo e que
deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de
irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos,
mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os conheciam e com
eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os
cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que
Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)
Comove-me que o Apóstolo qualifique o
matrimónio cristão como «sacramentum magnum», sacramento grande. Também daqui
deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.
– Participais do poder criador de Deus
e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual
Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.
Cada filho que Deus vos concede é uma
grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja,
691)
Ao pensar nos lares cristãos, gosto de
imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de
Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na
terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos
corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus,
incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S.
José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as
dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante.
Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por
cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade,
profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo
que passa, 22, 4)
Santificar o lar no dia-a-dia, criar,
com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se
trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes
cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a prudência,
a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo
que passa, 23, 4)
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