Paz
As autoridades que, em lugar de fazer o que está em suas mãos para promover eficazmente a paz, fomentam nos cidadãos sentimentos de hostilidade relativamente a outras nações, assumem uma gravíssima responsabilidade.
Que dizer, também, dos governos que se apoiam nas armas nucleares para garantir a segurança do seu país? Junto com inumeráveis pessoas de boa vontade, pode afirmar-se que esta solução, além de funesta, é totalmente falaz. Com efeito, numa guerra nuclear não haveria vencedores, mas apenas vítimas. A verdade da paz exige que todos - tanto os governos que de maneira declarada ou oculta possuem armas nucleares, como os que querem possuí-las - invertam conjuntamente a sua orientação com opções claras e firmes, encaminhando-se para um desarme nuclear progressivo e acordado. Os recursos poupados deste modo poderiam empregar-se em projectos de desenvolvimento a favor de todos os habitantes e, em primeiro lugar, dos mais pobres.
A este propósito, tem de mencionar-se com amargura os dados sobre um aumento preocupante dos gastos militares e do comércio sempre próspero de armas, enquanto ficam como estancadas no pântano de uma indiferença quase geral o processo político e jurídico empreendido pela Comunidade Internacional para consolidar o caminho do desarmamento.
(bento xvi, Mensag. no dia mundial da paz, 2006.01.01)
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