Art. 9 ― Se os vícios e os
pecados se diversificam especificamente segundo as circunstâncias diversas.
O
nono discute-se assim. ― Parece que os vícios e os pecados se diversificam
especificamente segundo as diversas circunstâncias.
2.
Demais. ― Os pecados são determinados actos humanos. Ora, estes às vezes especificam-se
pelas circunstâncias, como já se estabeleceu (q. 18, a. 19). Logo, diferem
especificamente conforme à alteração das diversas circunstâncias.
3.
Demais. ― As diversas espécies de gula estão assinaladas pelas palavras
contidas nestes advérbios muito precipitadamente, sumptuosamente,
demasiadamente, ardentemente, esforçadamente. Ora, tudo isto diz respeito a
circunstâncias diferentes, pois, muito precipitadamente significa antes do
tempo oportuno, demasiadamente, mais do que é necessário, e assim por diante.
Logo, as espécies de pecado se diversificam pelas diversas circunstâncias.
Mas,
em contrário, diz o Filósofo 2, que cada vício peca por nos fazer
agir mais do que é necessário e quando não é tempo oportuno, dando-se o mesmo
com todas as demais circunstâncias. Logo, por aí não se diversificam as
espécies de pecados.

DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ― O mal, como tal, é uma privação; e portanto,
como as outras privações, diversifica especificamente, pelo que priva. Ora, o
pecado não tira a sua espécie da privação ou da aversão, como já dissemos (a.
1), mas, da conversão para o objeto do ato.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― A circunstância nunca muda a espécie do acto, senão quando o
motivo é outro.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― As diversas espécies de gula têm motivos diversos, como já dissemos.
Revisão da tradução portuguesa por ama
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Notas:
1. IV cap. De divin. Nom.
(lect. XXII).
2. III Ethic. (lect. XV) et in
IV (lect. I).
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