A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mc 6, 34-56
34 Ao desembarcar,
viu Jesus uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas
sem pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Fazendo-se
tarde chegaram-se a Ele os discípulos, dizendo: «Este lugar é solitário e a
hora é já adiantada; 36 despede-os, a fim de que vão às quintas e
povoados próximos e comprem alguma coisa para comer». 37 Ele
respondeu-lhes: «Dai-lhes vós de comer». Eles disseram: «Iremos, pois, com
duzentos denários comprar pão para lhes darmos de comer?». 8 Jesus
perguntou-lhes: «Quantos pães tendes? Ide ver». Depois de se terem informado,
disseram-Lhe: «Temos cinco pães e dois peixes». 39 Então mandou-lhes
que os fizessem sentar a todos, em grupos, sobre a relva verde. 40 E
sentaram-se em grupos de cem e de cinquenta. 41 Jesus, tomando os
cinco pães e os dois peixes, elevando os olhos ao céu, pronunciou a bênção,
partiu os pães e os deu a Seus discípulos para que os distribuíssem; igualmente
repartiu os dois peixes por todos. 42 Comeram todos e ficaram
saciados. 43 E recolheram doze cestos cheios das sobras dos pães e
dos peixes. 44 Os que tinham comido dos pães eram cinco mil homens.45
Imediatamente Jesus obrigou Seus discípulos a embarcar, para chegarem primeiro
que Ele à outra margem do lago, a Betsaida, enquanto Ele despedia o povo. 46
Depois de os ter despedido, retirou-Se para um monte a fazer oração. 47
Chegada a noite, encontrava-se a barca no meio do mar, e Ele só em terra. 48
Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, cerca da quarta
vigília da noite, foi ter com eles andando sobre o mar; e fez menção de lhes
passar adiante.49 Quando eles O viram caminhar sobre o mar, julgaram
que era um fantasma e gritaram;50 porque todos O viram e se assustaram.
Mas logo Ele lhes falou e disse: «Tende confiança, sou Eu, não temais».51
Subiu em seguida para junto deles na
barca, e o vento cessou. Ficaram extremamente estupefactos, 52 pois
não se tinham dado conta do que se tinha passado com os pães; a sua
inteligência estava obscurecida. 53 Tendo passado à outra margem,
foram à região de Genesaré, e lá atracaram. 54 Tendo desembarcado,
logo O conheceram 55 e, percorrendo toda aquela região, começaram a
trazer-Lhe todos os doentes em macas, para onde sabiam que Ele estava. 56
Em qualquer lugar a que chegava, nas aldeias, nas cidades ou nas herdades,
punham os enfermos no meio das praças, e pediam-Lhe que, ao menos, os deixasse
tocar a orla do Seu vestido. E todos os que O tocavam ficavam curados.
CARTA
ENCÍCLICA
SACERDOTII NOSTRI PRIMORDIA
DO
SUMO PONTÍFICE PAPA JOÃO XXIII
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS
DO LUGAR
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E
A TODO O CLERO E FIÉIS DO ORBE CATÓLICO
SOBRE
O SACERDÓCIO NO CENTENÁRIO DA MORTE
DO
SANTO CURA DE ARS
…/4
cont.
Incansável apóstolo do
confessionário
52.
Por último, resta-nos evocar na vida de s. João Maria Vianney este aspecto do
ministério pastoral, que para ele, durante muitos anos de sua vida, foi como um
longo martírio e fica para sempre ligado à sua memória: a administração do
sacramento da penitência, que dele recebeu singular brilho e produziu os mais
abundantes e salutares frutos. "Em média, cada dia, passava quinze horas
no confessionário. Este labor cotidiano começava de madrugada e só acabava à
noite". [81] E quando caiu esgotado, cinco dias antes de morrer, os
últimos penitentes aglomeravam-se à cabeceira do moribundo. Calculou-se que no
final da vida, o número anual dos peregrinos atingisse oitenta mil. [82]
53.
Dificilmente se podem imaginar as contrariedades e os sofrimentos físicos
destas intermináveis horas no confessionário, para um homem já esgotado pelos
jejuns, macerações, enfermidades, e falta de sono... Mas, acima de tudo, ele
sentia-se como moralmente esmagado pela dor. Escutai a sua lamentação:
"Ofende-se tanto a Deus, que quase nos sentimos tentados a pedir o fim do
mundo!..É preciso vir a Ars para se saber o que é o pecado e a sua multidão
quase infinita... Não se sabe o que se deve fazer: só se pode chorar e
rezar". O santo esquecia-se de acrescentar que tomava também sobre si uma
parte da expiação: "Pela minha parte - contava ele a quem lhe pedia
conselho - dou-lhes uma penitência pequena e o resto faço-a eu por eles". [83]
54.
Na verdade, o cura d'Ars não vivia senão para os "pobres pecadores",
como ele dizia, na esperança de os ver converter-se e chorar. A sua conversão
era "o fim para o qual convergiam todos os seus pensamentos e a obra em
que despendia todo o tempo e todas as forças". [84] É que, com efeito, ele
sabia, pela experiência do confessionário, toda a malícia do pecado e as suas
horrorosas devastações no mundo das almas. Falou disso em termos terríveis:
"Se tivéssemos fé e víssemos uma alma em estado de pecado mortal,
morreríamos de pavor!" [85]
55.
Mas a acuidade da sua dor e a veemência da sua palavra provinham menos do
receio das penas eternas que ameaçam o pecador endurecido, do que da emoção que
sentia com o pensamento do amor divino ignorado e ofendido. Ante a obstinação
do pecador e a sua ingratidão para com um Deus tão bom, as lágrimas
brotavam-lhe dos olhos: "Oh, meu amigo - dizia ele - eu choro, porque vós
não chorais!" [86] Mas, pelo contrário, com que delicadeza e fervor ele
fazia a esperança renascer nos corações arrependidos! Incansavelmente,
tornava-se junto deles o ministro da misericórdia divina, que é, dizia ele,
poderosa "como uma torrente saída do leito, que arrasta os corações na sua
passagem" [87] e mais terna do que a solicitude de uma mãe, porque Deus é
"mais pronto em perdoar do que uma mãe em tirar seu filho do fogo".
[88]
56.
Seguindo o exemplo do santo cura d'Ars, os pastores de almas deverão tomar a
peito consagrar-se, com competência e dedicação, a este ministério tão grave,
porque é aí que, finalmente, a misericórdia divina triunfa da malícia dos
homens e que o pecador ‚ reconciliado com Deus. Recordemos, igualmente, que
nosso predecessor Pio XII condenou "com palavras bem duras" a opinião
errônea segundo a qual não se deveria fazer tanto caso da confissão frequente
das faltas veniais: "Para avançar com ardor crescente no caminho da
virtude, recomendamos vivamente este piedoso costume da confissão frequente,
introduzido pela Igreja não sem a inspiração do Espírito Santo". [89]
Enfim, ousamos esperar que os ministros do Senhor serão os primeiros a ser
fiéis, segundo as prescrições canônicas, [90] à prática regular e fervorosa do
sacramento da penitência, tão necessário à sua santificação, e que tomarão na
maior conta as insistentes recomendações que, muitas vezes e com sofrimento,
Pio XII lhes dirigiu com esta finalidade. [91]
Conclusão
57.
Ao terminar esta carta, veneráveis irmãos, desejamos afirmar-vos a nossa viva
esperança de que, pela graça de Deus, este centenário da morte do santo cura
d'Ars despertará em todos os padres o desejo de cumprir mais generosamente o
seu ministério e, sobretudo, este "primeiro dever que é trabalhar na sua
própria santificação". [92]
58.
Quando, desde este cume do supremo Pontificado onde a Providência quis
colocar-nos, consideramos a imensa ansiedade das almas, os graves problemas da
evangelização em tantos países e as necessidades religiosas das populações
cristãs, sempre e por toda a parte se apresenta diante dos nossos olhos a
imagem do padre. Sem ele, sem a sua ação cotidiana, que seria das iniciativas
mesmo as mais apropriadas às necessidades do momento? Que fariam mesmo os mais
generosos apóstolos leigos?
Exortações
59.
É a esses padres tão amados e sobre os quais se fundam tantas esperanças de
progresso na Igreja, que ousamos pedir, em nome de Cristo Jesus, inteira
fidelidade às exigências espirituais da sua vocação sacerdotal. Estas palavras
cheias de sabedoria de s. Pio X realçam o nosso apelo: "Para fazer reinar
Jesus Cristo no mundo, nada é mais necessário do que um clero santo, que seja,
com o exemplo, com a palavra e com a ciência, guia dos fiéis". [93] Quase
o mesmo dizia s. João Maria Vianney ao seu bispo: "Se quiserdes converter
a vossa diocese, será preciso tornar santos todos os vossos párocos!".
60.
A vós, veneráveis irmãos, que tendes a responsabilidade da santificação dos
vossos padres, recomendamos-vos que os ajudeis nas dificuldades, por vezes
graves, da sua vida pessoal ou do seu ministério. Quanto pode fazer um Bispo
que ama os seus padres e ganhou a sua confiança, que os conhece, segue de perto
e guia com autoridade firme e sempre paternal! Se vos pertence a solicitude de
todas a diocese, vivei em primeiro lugar e com solicitude paternal para esses
homens que colaboram tão estreitamente convosco e aos quais vos unem laços tão
sagrados.
61.
Igualmente pedimos a todos os fiéis, neste ano centenário, que rezem pelos
padres e contribuam, pela sua parte, para a sua santificação. Hoje, os cristãos
fervorosos esperam muito do padre. Querem ver nele, neste mundo onde triunfa
com frequência o poderio do dinheiro, a sedução dos sentidos, o prestígio da
técnica, um testemunho do Deus invisível, um homem de fé, esquecido de si mesmo
e cheio de caridade. Saibam esses cristãos que podem contribuir muito para que
seus padres sejam fiéis a tão grande ideal, por um respeito religioso do seu
caráter sacerdotal, uma compreensão mais exata da sua tarefa pastoral e das
suas dificuldades, uma colaboração mais ativa no seu apostolado.
62.
O nosso olhar paternal não pode deixar de voltar-se, cheio de afeição e
esperança, para a juventude. "A colheita é grande, mas poucos os
operários! (Mt 9,37). Em tantas regiões, os apóstolos, gastos pelo trabalho,
esperam ansiosamente os que hão de rendê-los! Povos inteiros sofrem duma fome
espiritual ainda mais grave do que a do corpo; quem lhes levará o alimento
celeste da verdade e da vida? Esperamos firmemente que a juventude deste século
não será menos generosa em corresponder ao apelo do Mestre do que a dos tempos
passados.
63.
Por certo, a condição do padre é muitas vezes difícil. Não é para admirar que
seja o primeiro alvo visado pelos inimigos da Igreja, porque, dizia o cura
d'Ars, quando se quer destruir a religião, começa-se por atacar o padre.
64.
Mas, não obstante estas gravíssimas dificuldades, que ninguém duvide da
felicidade profunda que é partilhar do padre fervoroso, chamado pelo Salvador
Jesus a colaborar na mais santa das obras, a da redenção das almas e do
crescimento do corpo místico de Cristo. Famílias cristãs, pesai as vossas
responsabilidades e dai vossos filhos, com alegria e gratidão, ao serviço da
Igreja.
65.
Não pretendemos desenvolver aqui este apelo, que é também o vosso, veneráveis
irmãos. Mas estamos certos de que compreendereis e partilhareis a ansiedade do
nosso coração e todo o poder de convicção que desejaríamos pôr nestas poucas
palavras. É a s. João Maria Vianney que confiamos esta causa tão grave e da
qual depende o futuro de tantos milhares de almas!
Oração e bênção
66.
Para a Virgem Imaculada volvemos agora os nossos olhares. Pouco antes de o cura
d'Ars acabar a sua longa carreira, cheia de merecimentos, ela apareceu numa
outra região de França a uma donzela humilde e pura, para lhe comunicar uma
mensagem de oração e de penitência, cuja imensa repercussão espiritual ‚ bem
conhecida desde há um século. Na verdade, a existência do santo padre, cuja
memória estamos celebrando, era antecipadamente uma viva ilustração das grandes
verdades sobrenaturais confiadas à vidente de Massabielle! Ele próprio tinha
pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem uma viva devoção, ele que, em
1836, consagrara a sua paróquia a Maria concebida sem pecado, devia acolher com
tanta fé e alegria a definição dogmática de 1854. [94]
67.
Desta forma, comprazemo-nos em unir no pensamento e na nossa gratidão para com
Deus estes dois centenários, de Lourdes e de Ars, que se sucederam
providencialmente e honraram grandemente a nação tão querida ao nosso coração,
à qual pertencem estes lugares tão santos. Lembrado de tantos benefícios
obtidos e na esperança de novas graças, faremos nossa a invocação mariana, que
era familiar ao santo cura d'Ars: "Bendita seja a santíssima imaculada
conceição da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus! Que todas as nações
glorifiquem, que toda a terra invoque e bendiga o vosso Coração
Imaculado!". [95]
68.
Com a mais viva esperança de que este centenário da morte de s. João Maria
Vianney possa despertar, em todo o mundo, uma renovação de fervor nos padres e nos
jovens chamados ao sacerdócio, e também que possa suscitar por parte de todos
os fiéis uma atenção maior e mais ativa para os problemas da vida e do
ministério dos padres, nós de todo o coração concedemos a todos, e em primeiro
lugar a vós, veneráveis irmãos, como penhor das graças celestes e da nossa
benevolência, a bênção apostólica.
Dada em Roma, junto de S. Pedro, no
dia 1° de Agosto do ano de 1959, ano I do nosso Pontificado.
JOÃO PP. XXIII
Revisão da versão portuguesa por ama
___________________________________________
Notas:
[80]
CIC., cân.1330-1332.
[81] Cf. Arch. Secret. Vat. t.
227, p.18.
[82] Cf. Ibid.
[83] Cf. Arch. Secret. Vat. t.
227, p.1018.
[84] Cf. Ibid. t. 227, p.18.
[85] Cf. Ibid. t. 227, p. 290.
[86] Cf. Ibid. t. 227, p. 999.
[87] Cf. Ibid. t. 227, p. 978.
[88] Cf. Ibid. t 3900, p.1554.
[89]
Carta Encic. Mystici Corporis: AAS 35 (1943), p. 235.
[90]
CIC., cân.125, § 1.
[91]
Cf. Carta Encic. Mystici Corporis: AAS 35 (1943), p. 235. Carta Encic. Mediator
Dei: AAS 39 (1947), p. 585; Exort. Apost. Menti Nostrae: AAS 42(1950), p. 674.
[92]
Exort. Apost. Menti Nostrae: AAS 42 (1950), p. 677.
[93]
Cf. Carta La ristorazione: Acta Pii X, I, p. 257.
[94] Cf. Arch. Secret. Vat. t. 227, p. 90.
[95]
Cf. Ibid. t. 227, p.1021.
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