01/02/2014

Leitura espiritual para 01 Fev

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. 
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Evangelho: Mc 6, 1-13

1 Tendo Jesus partido dali, foi para a Sua terra; e seguiram-n'O os discípulos. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os Seus numerosos ouvintes admiravam-se e diziam: «Donde vêm a Este todas estas coisas que diz? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada? E como se operam tais maravilhas pelas Suas mãos? 3 Não é Este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós as Suas irmãs?». 4 E estavam perplexos a Seu respeito. 5 Mas Jesus dizia-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa». E não pôde fazer ali milagre algum; apenas curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E admirava-Se da incredulidade deles. Depois, andava ensinando pelas aldeias circunvizinhas. 7 Chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos.8 Ordenou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um bastão; nem alforge, nem pão, nem dinheiro na cintura; 9 mas que fossem calçados de sandálias, e não levassem duas túnicas. 10 E dizia-lhes: «Em qualquer casa onde entrardes, ficai nela até sairdes desse lugar. 11 Onde vos não receberem nem ouvirem, retirando-vos de lá, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles». 12 Tendo partido, pregavam que fizessem penitência. 13 Expulsavam muitos demónios, ungiam com óleo muitos enfermos e curavam-nos.




CARTA ENCÍCLICA
SACERDOTII NOSTRI PRIMORDIA
DO SUMO PONTÍFICE PAPA JOÃO XXIII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E A TODO O CLERO E FIÉIS DO ORBE CATÓLICO

SOBRE O SACERDÓCIO NO CENTENÁRIO DA MORTE
DO SANTO CURA DE ARS

I. ASCESE SACERDOTAL

…/3 cont.


II. ORAÇÃO E CULTO EUCARÍSTICO

24. Homem de penitência, s. João Maria Vianney tinha igualmente compreendido que "o padre, antes de tudo, deve ser homem de oração". [42] Todos conhecem as longas noites de adoração que, este jovem pároco duma aldeia, então pouco cristã, passava diante do Santíssimo Sacramento. O sacrário da sua igreja tornou-se o foco da sua vida pessoal e do seu apostolado, a ponto de não se poder evocar justamente a paróquia de Ars no tempo do Santo, senão por estas palavras de Pio XII sobre a paróquia cristã: "O centro é a igreja e, na igreja, o sacrário e, ao lado, o confessionário onde se restitui a vida sobrenatural ou a saúde ao povo cristão". [43]

A oração nos exemplos e no ensino do cura d'Ars

25. Aos padres deste século, que costumam exagerar a eficácia da ação e que tão facilmente se entregam ao mesmo dinamismo exterior do ministério sacerdotal, com prejuízo do seu aproveitamento espiritual, como é oportuno e salutar este modelo de oração assídua numa vida inteiramente votada às necessidades das almas! "O que impede a nós padres de ser santos, é a falta de reflexão. Não entramos em nós mesmos; não sabemos o que fazemos. Precisamos da reflexão, da oração, da união com Deus". Ele próprio vivia, segundo testemunham os contemporâneos, num estado de contínua oração, do qual não conseguiram distraí-lo, nem o peso extenuante das confissões, nem os outros trabalhos pastorais. "Mantinha uma união constante com Deus no meio da sua vida excessivamente ocupada". [44] Mas escutemo-lo, porque ele ‚ incansável, quando fala das alegrias e dos benefícios da oração: "O homem é um pobre, que tudo precisa pedir a Deus". [45] "Quantas almas podemos converter com nossas orações!" [46] E repetia: "A oração, eis toda a felicidade do homem sobre a terra". [47] Esta felicidade, gozou-a ele; longamente, enquanto o seu olhar iluminado pela fé contemplava os mistérios divinos e, pela adoração do Verbo encarnado elevava sua alma simples e pura para a Santíssima Trindade, supremo objetivo do seu amor. E os peregrinos, que enchiam a igreja de Ars, compreendiam que o humilde padre lhes confiava alguma coisa do segredo da sua vida interior por esta exclamação frequente, que lhe era tão querida: "Ser amado por Deus, estar unido a Deus, viver na presença de Deus, viver para Deus: oh! que bela vida e que bela morte!" [48]

O padre é, antes de tudo, um homem de oração

26. Nós desejaríamos, veneráveis irmãos, que todos os padres das vossas dioceses se deixassem convencer, pelo testemunho do santo cura d'Ars, da necessidade de serem homens de oração e da possibilidade de o serem, qualquer que seja a sobrecarga por vezes extrema dos trabalhos do seu ministério. Mas para isso ‚ necessária uma fé viva, como a que animava João Maria Vianney e o fazia realizar maravilhas. "Que fé! - exclamava um dos seus colegas. Chegaria para enriquecer uma diocese inteira!"  [49]

27. Esta fidelidade à oração é, aliás, para o padre um dever de piedade pessoal, da qual a sabedoria da Igreja salientou muitos pontos importantes, como a oração mental cotidiana, a visita ao Santíssimo Sacramento o terço e o exame de consciência.[50] É mesmo uma obrigação estrita contraída para com a Igreja, quando se trata da recitação diária do ofício divino. [51] Talvez por terem esquecido algumas destas prescrições, certos membros do clero se foram entregando, pouco a pouco, à instabilidade exterior, ao empobrecimento interior, ficando expostos um dia, sem defesa, às tentações desta vida terrena. Pelo contrário, "trabalhando sem cessar pelo bem das almas, João M. Vianney não abandonava a sua. Trabalhava estrenuamente na própria santificação, para ficar assim mais apto a levar os outros a ela". [52] Com s. Pio X, "consideremos pois como certo e estabelecido que o padre, para ocupar dignamente o seu lugar e cumprir o seu dever, deve consagrar-se antes de tudo à oração... Mais do que qualquer outra pessoa, deve obedecer ao preceito de Cristo: é preciso orar sempre; preceito que s. Paulo recomenda com insistência: 'perseverai na oração, com vigilância e na ação de graças... Rezai sem cessar"'. [53] E, de boa vontade, ao terminar este ponto, nós evocamos a palavra de ordem que o nosso predecessor imediato dava aos padres, desde o começo do seu pontificado: "Orai, orai cada vez mais e com maior insistência!" [54]

A piedade eucarística do santo cura d'Ars

28. A oração do cura d'Ars, que passou por assim dizer os trinta últimos anos de vida na igreja onde o retinham os seus inúmeros penitentes, era sobretudo uma oração eucarística. A sua devoção para com nosso Senhor, presente no Santíssimo Sacramento do altar, era verdadeiramente extraordinária. "Está ali - dizia - aquele que tanto nos ama; por que nós não havemos de amá-lo?" [55] E, por certo, ele amava-o e sentia-se como que irresistivelmente atraído para o sacrário. Explicava ele aos seus paroquianos: "Para bem rezar não há necessidade de falar tanto! Sabemos pela fé que Deus está ali, no sacrário; abrimos-lhe o nosso coração e sentimo-nos felizes por ser admitidos à sua presença. É a melhor maneira de rezar". [56] Não perdia ocasião de inculcar aos fiéis o respeito e o amor à divina presença na Eucaristia, convidando-os a aproximarem-se com frequência da Sagrada mesa; e dava-lhes exemplo desta profunda piedade: "Para se convencerem disso, referiram as testemunhas, bastaria vê-lo celebrando a missa, e fazendo a genuflexão ao passar diante do sacrário". [57]

Importância da Eucaristia na vida do padre

29. "O exemplo admirável do santo cura d'Ars conserva ainda hoje todo o seu valor", atesta Pio XII. [58] Nada poderá substituir na vida de um padre a oração silenciosa e prolongada diante do altar. A adoração de Jesus, nosso Deus, a ação de graças, a reparação pelas nossas próprias faltas e pelas dos homens, a súplica por tantas intenções que lhe são confiadas, elevam este padre ao máximo de amor para com o divino Mestre a quem prometeu fidelidade e para com os homens que confiam no seu zelo pastoral. E pela prática deste culto, esclarecido e fervoroso para com a Eucaristia, que um padre aumenta a sua vida espiritual e se preparam as energias missionárias dos mais valorosos apóstolos.

30. Acrescente-se o beneficio que daí resulta para os fiéis, testemunhas desta piedade dos seus padres e atraídos pelo seu exemplo. Dizia Pio XII ao clero de Roma: "Se vós quiserdes que os fiéis orem com devoção dai-lhes vós o exemplo, na igreja, fazendo as orações na sua presença. Um padre ajoelhado diante do sacrário, numa atitude exterior respeitosa e em profundo recolhimento, é para o povo objeto de educação, um aviso, um convite à emulação na prece".[59] Foi esta, por excelência, a arma apostólica do jovem cura d'Ars; não duvidemos do seu valor em todas as circunstâncias.

O sacerdócio e o sacrifício da missa

31. Nunca devemos esquecer que a oração eucarística, no verdadeiro sentido da palavra, é o santo sacrifício da missa. Convém, veneráveis irmãos, insistir especialmente neste ponto, já que é um dos aspectos essenciais na vida sacerdotal.

32. Não é nossa intenção renovar aqui o exposto na doutrina tradicional da Igreja sobre o sacerdócio e o sacrifício eucarístico; os nossos predecessores, Pio XI e Pio XII, de feliz memória, em documentos magistrais, recordaram tão claramente este ensinamento, que nós nos limitaremos a exortar-vos a torná-lo amplamente conhecido dos padres e dos fiéis que vos estão confiados. Dissipar-se-ão incertezas e ousadias de pensamento que, por vezes, se têm manifestado a este respeito.

33. Mas é bom mostrar nesta Encíclica em que sentido profundo o santo cura d'Ars, heroicamente fiel aos deveres do seu ministério, mereceu na verdade ser proposto como exemplo aos pastores de almas e proclamado seu celeste padroeiro. Com efeito, se é verdade que o padre recebeu o caráter da ordem para o serviço do altar e começou o exercício do seu sacerdócio com o sacrifício eucarístico, este não deixará de ser, durante toda a vida, a base da sua ação apostólica e da sua santificação pessoal. E foi este, precisamente, o caso de s. João Maria Vianney.

34. Que é, pois, o apostolado do padre, considerado na sua ação essencial, se não congregar, onde quer que viva a Igreja, em volta do altar, o povo regenerado pelo santo batismo e purificado dos seus pecados? É então que o padre, pelos poderes que só ele recebeu, oferece o divino sacrifício onde o próprio Jesus renova a imolação única realizada no Calvário para redenção do mundo e glorificação do Pai; ‚ ali que os cristãos reunidos oferecem ao Pai celeste a Vítima divina por meio do padre e se aprestam a imolar-se eles mesmos como "hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus" (Rm 12,1). É ali que o povo de Deus, iluminado pela pregação da fé, e alimentado com o Corpo de Cristo, encontra a sua vida, o seu crescimento e, se lhe é necessário, reforça a sua unidade; é ali, numa palavra, que, de geração em geração, em toda a parte, cresce espiritualmente o Corpo místico de Cristo, que é a Igreja.

35. A este respeito, o santo cura d'Ars, de dia para dia, cada vez mais se foi empenhando no ensino da fé e na purificação das consciências e, portanto, todos os atos do seu ministério convergiam para o altar. Uma vida assim não pode deixar de ser considerada eminentemente sacerdotal e pastoral. Sem dúvida, em Ars, os pecadores acorriam numerosíssimos à Igreja, atraídos pela fama de santidade do pastor, ao passo que tantos padres têm de consagrar longos e laboriosos esforços para reunir o povo que lhes está comado e, à maneira de missionários, ensinar os primeiros elementos da doutrina cristã. Mas estes trabalhos apostólicos, tão necessários e por vezes tão difíceis, não podem fazer esquecer aos homens de Deus o fim para o qual devem continuamente tender e que o cura d'Ars atingiu quando, na sua humilde igreja de aldeia, se consagrava às tarefas essenciais da ação pastoral.

A missa, fonte primária da santificação pessoal do padre

36. Mas há mais. E toda a santificação pessoal do padre que deve modelar-se sobre o sacrifício que ele celebra, segundo o incitamento do Pontifical romano. "Sede conscientes do que fazeis, imitai o que tratais". Demos aqui a palavra ao nosso imediato predecessor, na sua exortação apostólica Menti Nostrae: "Assim como toda a vida do Salvador foi votada ao sacrifício de si mesmo, assim também toda a vida do padre, que deve reproduzir em si a imagem de Cristo, deve ser com ele, nele e por ele, um sacrifício agradável... O padre não se contentará com celebrar o sacrifício eucarístico, mas deverá vivê-lo profundamente. Assim, colherá nele a força sobrenatural que o transformará completamente e o fará participar da vida de expiação do próprio Redentor". [60] E o mesmo Pontífice conclui: "É pois uma obrigação para o padre reproduzir na sua alma o que se passa no altar e, visto que Jesus se imola, assim também o seu ministro deve imolar-se com ele; já que Jesus expia os pecados dos homens, o padre alcançará a sua própria purificação e a dos outros, seguindo a via árdua da ascese cristã". [61]

37. É esta elevada doutrina que a Igreja tem em vista, ao convidar seus ministros a uma vida de ascese e ao recomendar-lhes a celebração com profunda piedade do sacrifício eucarístico. Não será talvez por não terem compreendido bem o laço íntimo, e como que recíproco, que une o dom cotidiano de si mesmos à oblação da missa, que certos padres, pouco a pouco, chegaram a perder o primeiro amor da sua ordenação? Era esta a experiência adquirida pelo cura d'Ars que assim a exprimia: "A causa do relaxamento do padre é não prestar atenção à missa". E o Santo, que tinha o "hábito heróico de oferecer-se em sacrifício pelos pecadores", [62] derramava abundantes lágrimas "ao pensar na infelicidade dos padres que não correspondem à santidade da sua vocação". [63]

38. Com paternal afecto pedimos aos nossos queridos padres que se examinem periodicamente sobre a forma como celebram os santos mistérios e, especialmente, sobre as disposições espirituais com que sobem ao altar e os frutos que se esforçam por tirar. O centenário deste padre admirável que, "na consolação e felicidade de celebrar a santa missa" [64] encontrava a coragem do seu próprio sacrifício, a isso os convida: temos íntima confiança que a sua intercessão lhes alcançará abundantes graças de luz e de força.

(cont.)
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Notas:
[42] Cf. Ibid, t. 227, p. 33.
[43] Pio XII, Discurso de 11 de janeiro de 1953: Discorsi e Radiomessagi di S. S. Pio X11, t. 14, p. 452.
[44] Cf. Arch. Secret. Vat. t. 227, p.131.
[45] Cf. Ibid. t. 227, p.1100.
[46] Cf. Ibid. t. 227, p. 54.
[47] Cf. Ibid. t. 227, p. 45.
[48] Cf. Ibid. t. 227, p. 29.
[49] Cf. Ibid, t. 227, p. 976.
[50] CIC., cân.125.
[51] Ibid. cân.135.
[52] Cf. Arch. Secret. Vat. t. 227, p. 36.
[53] Exort.  Haerent animo: Acta Pii X, IV, pp. 248-249.
[54] Discurso de 24 de junho de 1939; AAS 31(1939), p. 249.
[55] Cf. Arch. Secret. Vat. t. 227, p.1103.
[56] Cf.  Ibid., t. 227, p. 45.
[57] Cf. Ibid., t. 227, p. 459.
[58] Cf. Nuntius scripto datus, de 25 de junho de 1956: AAS 48 (1956), p. 579.
[59] Discurso de 13 de março de 1943: AAS 35(1943), p.114-115.
[60] Exort. Apost. Menti Nostrae; AAS 42 (1950), p. 666-667.
[61] Cf. Ibid. pp. 667-668.
[62] Cf. Arch. Secret. Vat. t. 227, p. 319.
[63] Cf. Ibid. t. 227, p. 47.
[64] Exort. Apost. Menti Nostrae; AAS 42 (1950), p. 667-668.


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