04/02/2014

Evangelho diário e comentários

Tempo comum IV Semana

São João de Brito

Evangelho: Mc 5, 21-43

21 Tendo Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente, e Ele estava junto do mar. 22 Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, 23 e suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre ela as mãos, para que seja salva e viva». 24 Jesus foi com ele; e uma grande multidão O seguia e O apertava. 25 Então, uma mulher que havia doze anos padecia um fluxo de sangue, 26 e tinha sofrido muito de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras, antes cada vez se achava pior, 27 tendo ouvido falar de Jesus, foi por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. 28 Porque dizia: «Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». 29 Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do mal. 30 Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele, voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». 31 Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e perguntas: “Quem Me tocou?”». 32 E Jesus olhava em volta para ver quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, que sabia o que se tinha passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e disse-Lhe toda a verdade. 34 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». 35 Ainda Ele falava, quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?». 36 Porém, Jesus, tendo ouvido o que eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». 37 E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. 39 Tendo entrado, disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas dorme». 40 E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava deitada. 41 Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum», que quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». 42 A menina imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de grande espanto. 43 Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.

Comentários:

Dois milagres em sequência! Deveria ser recorrente; Jesus andando sem descanso por terras da Palestina deveria ser interpelado a cada passo por inúmeras pessoas com toda a espécie de dificuldades ou carências pessoais.
Não há um intervalo, um pequeno hiato entre os dois acontecimentos. Cristo vai a casa do chefe da sinagoga mas tal não o impede e atender a quem dele precisa.
O milagre deu-se automaticamente – para usar palavras humanas – como resultado e consequência da demonstração de fé da hemorroísa. Parece que Jesus não tem uma interferência directa mas «conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele», sentiu o milagre acontecer.
Que grande consolação e conforto deve ser para nós saber as maravilhas que a Fé verdadeira, profunda, total em Jesus Cristo, pode operar!

(ama, comentário sobre Mc 2, 21-43, 2013.02.05)

Já publicados:

Quantas vezes, alguns de nós, estamos mergulhados num sono como que de morte!
Não vemos, não ouvimos, não nos damos conta do que se passa à nossa volta, não nos preocupamos com os outros.
Mergulhados nos nossos próprios problemas – por vezes, muitos e sérios – ficamos, de facto, mortos para a vida que temos obrigação de viver.
Precisamos, então, que Jesus se apiede de nós e nos diga com a Sua voz forte mas cheia de carinho:
“Tu… levanta-te! Acorda! Sê verdadeiro homem, verdadeira mulher! Não te deixes esmagar pelo peso da vida! Eu, que sou a Vida, pego-te na mão e estou aqui, pronto para te ajudar a levá-la”

(ama, comentário sobre Mc 2, 21-43, 2012.12.26)

A preocupação de Jesus pela pessoa humana vai muito para além da saúde física, do bem-estar pessoal, das carências ou necessidades que possa ter.
A Sua atenção detém-se com frequência em detalhes, pormenores, que nos espantariam se não se tratasse de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Recomendar que dessem de comer à menina pode parecer, num primeiro olhar, algo sem grande importância… mas, de facto, tem.
Revela que ao Seu Coração Amantíssimo não é indiferente lembrar algo tão comezinho como ‘dar de comer à menina’. Porquê? Porque na excitação e inaudita alegria dos Pais da jovem poder-lhes-ia passar ao lado essa necessidade básica de dar de comer a uma jovem criatura à tanto tempo sem alimento.
São estes detalhes do Salvador que nos dão uma imagem real, concreta, verdadeira da Sua Pessoa: Um Redentor amável, carinhoso, atencioso.

(ama, comentário sobre Mc 2, 21-43, 2012.06.04)

Esta página do Evangelho é tão rica em pormenores que um comentário, por extenso que seja, deixará sempre muito por dizer. Fiquemo-nos apenas nas provas de fé em Jesus Cristo nele patentes: o pai da menina doente e da mulher que sofre uma doença prolongada.
O Coração misericordioso de Jesus comove-se com ambas situações mas, de facto, o que O leva a atender os pedidos que lhe são feitos, um claro e insistente o outro, anónimo e envergonhado, é a fé demonstrada por ambos. A Fé, a Fé autêntica, segura, confiante, tem um poder que – atrevo-me! – Jesus não pode resistir.

(ama, comentário sobre Mc 2, 21-43, 2010.12.30) 

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