É esse amor de Cristo que cada um de
nós deve se esforçar por realizar na sua vida. Mas para ser ipse Christus é
preciso mirar-se Nele. Não basta ter-se uma ideia geral do espírito que Jesus
viveu; é preciso aprender com Ele pormenores e atitudes. É preciso contemplar a
sua vida, sobretudo para daí tirar força, luz, serenidade, paz.
Quando se ama alguém, deseja-se
conhecer toda a sua vida, o seu carácter, para nos identificarmos com essa pessoa.
Por isso temos de meditar na vida de Jesus, desde o Seu nascimento num presépio
até à Sua morte e à Sua Ressurreição. Nos primeiros anos do meu labor
sacerdotal costumava oferecer exemplares do Evangelho ou livros onde se narra a
vida de Jesus, porque é necessário que a conheçamos bem, que a tenhamos inteira
na mente e no coração, de modo que, em qualquer momento, sem necessidade de
nenhum livro, cerrando os olhos, possamos contemplá-la como um filme; de forma
que, nas mais diversas situações da nossa vida, acudam à memória as palavras e
os actos do Senhor.
Sentir-nos-emos assim metidos na sua
vida. Na verdade, não se trata apenas de pensar em Jesus e de imaginar aqueles
episódios; temos de meter-nos em cheio neles, como actores. (Cristo
que passa, 107)
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