A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 21, 1-17
1 Aproximando-Se de Jerusalém e chegando a Betfagé,
junto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2
dizendo-lhes: «Ide à aldeia que está na vossa frente, e logo encontrareis uma
jumenta presa e o seu jumentinho com ela. Desprendei-a, e trazei-Ma. 3
Se alguém vos disser alguma coisa, dizei que o Senhor precisa deles, e logo os
deixará trazer». 4 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que
tinha sido anunciado pelo profeta: 5 “Dizei à filha de Sião: Eis que
o teu rei vem a ti, manso, montado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho,
filho da que leva o jugo”. 6 Os discípulos, foram e fizeram como
Jesus lhes ordenara.7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram
sobre eles os seus vestidos, e fizeram-n'O montar em cima. 8 O povo,
em grande número, estendia no caminho os seus mantos; outros cortavam ramos de
árvores e juncavam com eles a estrada. 9 E as multidões que O
precediam, e as que iam atrás, gritavam, dizendo: «Hossana ao Filho de David!
Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana no mais alto dos céus!». 10
Quando entrou em Jerusalém, alvoroçou-se toda a cidade. E diziam: «Quem é
este?». 11 E a multidão respondia: «Este é Jesus, o profeta de
Nazaré da Galileia». 12 Jesus entrou no templo de Deus, expulsou
todos os que lá vendiam e compravam; e derrubou as mesas dos cambistas e as
cadeiras dos que vendiam pombas, 13 e disse-lhes: «Está escrito: “A Minha
casa será chamada casa de oração, mas vós fizestes dela covil de ladrões”». 14
Aproximaram-se d'Ele no templo cegos e coxos, e curou-os. 15 Quando
os príncipes dos sacerdotes e os escribas viram as maravilhas operadas por Ele,
e as crianças que gritavam no templo e diziam: «Hossana ao Filho de David!» ,
indignaram-se 16 e disseram-Lhe: «Ouves o que estes dizem?». E Jesus
respondeu: «Sim. Nunca lestes: “Da boca das crianças e meninos de peito
fizestes sair um perfeito louvor”?». 17 Tendo-os deixado, retirou-Se
para fora da cidade, para Betânia; e lá passou a noite.
CARTA ENCÍCLICA
«RERUM NOVARUM»
DO SUMO PONTÍFICE PAPA LEÃO XIII
A TODOS OS NOSSOS VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE CATÓLICO, EM GRAÇA E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A CONDIÇÃO DOS OPERÁRIOS
As associações operárias
católicas
32.
Certamente em nenhuma outra época se viu tão grande multiplicidade de
associações de todo o género, principalmente de associações operárias. Não é,
porém, aqui, o lugar para investigar qual é a origem de muitas delas, qual o
seu fim e quais os meios com que tendem para esse fim. Mas é uma opinião,
confirmada por numerosos indícios, que elas são ordinariamente governadas por
chefes ocultos, e que obedecem a uma palavra de ordem igualmente hostil ao nome
cristão e à segurança das nações: que, depois de terem açambarcado todas as
empresas, se há operários que recusam entrar em seu seio, elas fazem-lhe expiar
a sua recusa pela miséria. Neste estado de coisas, os operários cristãos não
têm remédio senão escolher entre estes dois partidos: ou darem os seus nomes a
sociedades de que a religião tem tudo a temer, ou organizarem-se eles próprios
e unirem as suas forças para poderem sacudir denodadamente um jugo tão injusto
e tão intolerável. Haverá homens, verdadeiramente empenhados em arrancar o
supremo bem da humanidade a um perigo iminente, que possam ter a menor dúvida
de que é necessário optar por esse último partido?
É
altamente louvável o zelo de grande número dos nossos, que, conhecendo
perfeitamente as necessidades da hora presente, sondam cuidadosamente o
terreno, para aí descobrirem uma vereda honesta que conduz à reabilitação da
classe operária. Constituindo-se protectores das pessoas dedicadas ao trabalho,
esforçam-se por aumentar a sua prosperidade, tanto doméstica como individual, e
regular com equidade as relações recíprocas dos patrões e dos operários; por
manter e enraizar nuns e noutros a lembrança dos seus deveres e a observância
dos preceitos que, conduzindo o homem à moderação e coordenando todos os
excessos, mantêm nas nações, e entre elementos tão diversos de pessoas e de
coisas, a concórdia e a harmonia mais perfeita. Sob a inspiração dos mesmos
pensamentos, homens de grande mérito se reúnem em congresso, para comunicarem
mutuamente as ideias, unirem as suas forças, ordenarem programas de acção.
Outros ocupam-se em fundar corporações adequadas às diversas profissões e em
fazer entrar nelas os artistas: coadjuvam-nos com os seus conselhos e a sua
fortuna, e providenciam para que lhes não falte nunca um trabalho honrado e
proveitoso. Os Bispos, por seu lado, animam estes esforços e colocam-nos sob a
sua protecção: por sua autoridade e sob os seus auspícios, membros do clero
tanto secular como regular se dedicam, em grande número, aos interesses
espirituais das corporações. Finalmente, não faltam católicos que, possuidores
de abundantes riquezas, convertidos de algum modo em companheiros voluntários
dos trabalhadores, não olham a despesas para fundar e propagar sociedades, onde
estas possam encontrar, a par com certa abastança para o presente, a promessa
de honroso descanso para o futuro. Tanto zelo, tantos e tão engenhosos esforços
têm já feito entre os povos um bem muito considerável, e demasiado conhecido
para que seja necessário falar deles mais nitidamente. É a nossos olhos feliz
prognóstico para o futuro, e esperamos destas corporações os mais benéficos
frutos, conquanto que continuem a desenvolver-se e que a prudência presida à
sua organização. Proteja o Estado estas sociedades fundadas segundo o direito;
mas não se intrometa no seu governo interior e não toque nas molas íntimas que
lhes dão vida; pois o movimento vital procede essencialmente dum princípio
interno, e extingue-se facilmente sob a acção duma causa externa.
Disciplina e finalidade
destas associações
33.
Precisam evidentemente estas corporações, para que nelas haja unidade de acção
e acordo de vontades, duma sábia e prudente disciplina. Se, pois, como é certo,
os cidadãos são livres de se associarem, devem sê-lo igualmente de se dotarem
com os estatutos e regulamentos que lhes pareçam mais apropriados ao fim que
visam. Quais devem ser estes estatutos e regulamentos? Não cremos que se possam
dar regras certas e precisas para lhes determinar os pormenores; tudo depende
do génio de cada nação, das tentativas feitas e da experiência adquirida, do
género de trabalho, da expansão do comércio e doutras circunstâncias de coisas
e de tempos que se devem pesar com ponderação. Tudo quanto se pode dizer em
geral é que se deve tomar como regra universal e constante o organizar e
governar por tal forma as cooperações que proporcionem a cada um dos seus
membros os meios aptos para lhes fazerem atingir, pelo caminho mais cómodo e
mais curto, o fim que eles se propõem, e que consiste no maior aumento possível
dos bens do corpo, do espírito e da fortuna.
Mas
é evidente que se deve visar antes de tudo o objecto principal, que'é o
aperfeiçoamento moral e religioso. E principalmente este fim que deve regular
toda a economia destas sociedades; doutro modo, elas degenerariam bem depressa
e cairiam, por pouco que fosse, na linha das sociedades em que não tem lugar a
religião. Ora, de que serviria ao artista ter encontrado no seio da corporação
a abundância material, se a falta de alimentos espirituais pusesse em perigo a
salvação da sua alma? «Que vale ao homem possuir o universo inteiro, se vier a
perder a sua alma?» [i].
Eis o carácter com que Nosso Senhor Jesus Cristo quis que se distinguisse o
cristão do pagão: «Os pagãos procuram todas estas coisas... procurai primeiro o
reino de Deus, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo»(46). Assim,
pois, tomando a Deus por ponto de partida, dê-se amplo lugar à instrução
religiosa a fim de que todos conheçam os seus deveres para com Ele; o que é
necessário crer, o que é necessário esperar, o que é necessário fazer para
obter a salvação eterna, tudo isto lhes deve ser cuidadosamente recomendado;
premunam-se com particular solicitude contra as opiniões erróneas e contra
todas as variedades do vício.
Guie-se
o operário ao culto de Deus, incite-se nele o espírito de piedade, faça-se
principalmente fiel à observância dos domingos e dias festivos. Aprenda ele a
amar e a respeitar a Igreja, mãe comum de todos os cristãos, a aquiescer aos
seus preceitos, a frequentar os seus sacramentos, que são fontes divinas onde a
alma se purifica das suas manchas e bebe a santidade.
Constituída
assim a religião em fundamento de todas as leis sociais, não é difícil
determinar as relações mútuas a estabelecer entre os membros para obter a paz e
a prosperidade da sociedade. As diversas funções devem ser distribuídas da
maneira mais proveitosa aos interesses comuns, e de tal modo, que a
desigualdade não prejudique a concórdia.
Importa
grandemente que os encargos sejam distribuídos com inteligência, e claramente
definidos, a fim de que ninguém sofra injustiça. Que a massa comum seja
administrada com integridade, e que se determine previamente, pelo grau de
indigência de cada um dos membros, a quantidade de auxílio que deve ser
concedido; que os direitos e os deveres dos patrões sejam perfeitamente
conciliados com os direitos e deveres dos operários.
A
fim de atender às reclamações eventuais que se levantem numa ou noutra classe a
respeito dos direitos lesados, seria muito para desejar que os próprios
estatutos encarregassem homens prudentes e íntegros, tirados do seu seio, para
regularem o litígio na qualidade de árbitros.
Convite para os operários
católicos se associarem
34.
É necessário ainda prover de modo especial a que em nenhum tempo falte trabalho
ao operário; e que haja um fundo de reserva destinado a fazer face, não somente
aos acidentes súbitos e fortuitos inseparáveis do trabalho industrial, mas
ainda à doença, à velhice e aos reveses da fortuna.
Estas
leis, contanto que sejam aceites de boa vontade, bastam para assegurar aos
fracos a subsistência e um certo bem-estar; mas as corporações católicas são
chamadas ainda a prestar os seus bons serviços à prosperidade geral.
Pelo
passado podemos sem temeridade julgar o futuro. Uma época cede o lugar a outra;
mas o curso das coisas apresenta maravilhosas semelhanças, preparadas por essa
Providência que tudo dirige e faz convergir para o fim que Deus se propôs ao
criar a humanidade. Sabemos que nas primeiras idades da Igreja lhe imputavam
como crime a indigência dos seus membros, condenados a viver de esmolas ou do
trabalho: Mas, despidos como estavam de riquezas e de poder, souberam conciliar
o favor dos ricos e a protecção dos poderosos. Viam-nos diligentes, laboriosos,
modelos de justiça e principalmente de caridade. Com o espectáculo duma vida
tão perfeita e de costumes tão puros, todos os preconceitos se dissiparam, o
sarcasmo caiu e as ficções duma superstição inveterada desvaneceram-se pouco a
pouco ante a verdade cristã.
A
sorte da classe operária, tal é a questão de que hoje se trata, será resolvida
pela razão ou sem ela e não pode ser indiferente às nações quer o seja dum modo
ou doutro. Os operários cristãos resolvê-la-ão facilmente pela razão, se,
unidos em sociedades e obedecendo a uma direcção prudente, entrarem no caminho
em que os seus antepassados encontraram o seu bem e o dos povos.
Qualquer
que seja nos homens a força dos preconceitos e das paixões, se uma vontade
pervertida não afogou ainda inteiramente o sentido do que é justo e honesto,
será indispensável que, cedo ou tarde, a benevolência pública se volte para
esses operários, que se tenham visto activos e modestos, pondo a equidade acima
da ganância, e preferindo a tudo a religião do dever. Daqui, resultará esta
outra vantagem: que a esperança de salvação e grandes facilidades para a
atingir, serão oferecidas a esses operários que vivem no desprezo da fé cristã,
ou nos hábitos que ela reprova. Compreendem, geralmente, esses operários que
têm sido joguete de esperanças enganosas e de aparências mentirosas. Pois
sentem, pelo tratamento desumano que recebem dos seus patrões, que quase não são
avaliados senão pelo peso do ouro produzido pelo seu trabalho; quanto às
sociedades que os aliciaram, eles bem vêm que, em lugar da caridade e do amor,
não encontram nelas senão discórdias intestinas, companheiras inseparáveis da
pobreza insolente e incrédula. A alma embotada, o corpo extenuado, quanto não
desejariam sacudir um jugo tão humilhante! Mas, ou por causa do respeito humano
ou pelo receio da indigência, não ousam fazê-lo. Ah, para todos esses operários
podem as sociedades católicas ser de maravilhosa utilidade, se convidarem os
hesitantes a vir procurar no seu seio um remédio para todos os males, e
acolherem pressurosas os arrependidos e lhes assegurarem defesa e protecção.
Solução definitiva: a
caridade
35.
Vede, Veneráveis Irmãos, por quem e por que meios esta questão tão difícil
demanda ser tratada e resolvida. Tome cada um a tarefa que lhe pertence; e isto
sem demora, para que não suceda que, adiando o remédio, se tome incurável o
mal, já de si tão grave.
Façam
os governantes uso da autoridade protectora das leis e das instituições;
lembrem-se os ricos e os patrões dos seus deveres; tratem os operários, cuja
sorte está em jogo, dos seus interesses pelas vias legítimas; e, visto que só a
religião, como dissemos no princípio, é capaz de arrancar o mal pela raiz,
lembrem-se todos de que a primeira coisa a fazer é a restauração dos costumes
cristãos, sem os quais os meios mais eficazes sugeridos pela prudência humana
serão pouco aptos para produzir salutares resultados. Quanto à Igreja, a sua acção
jamais faltará por qualquer modo, e será tanto mais fecunda, quanto mais
livremente se possa desenvolver.
Nós
desejamos que compreendam isto sobretudo aqueles cuja missão é velar pelo bem
público. Empreguem neste ponto os Ministros do Santuário toda a energia da sua
alma e generosidade do seu zelo, e guiados pela vossa autoridade e pelo vosso
exemplo, Veneráveis Irmãos, não se cansem de inculcar a todas as classes da
sociedade as máximas do Evangelho; façamos tudo quanto estiver ao nosso alcance
para salvação dos povos, e, sobretudo, alimentem em si e acendam nos outros,
nos grandes e nos pequenos a caridade, senhora e rainha de todas as virtudes.
Portanto, a salvação desejada deve ser principalmente o fruto duma grande
efusão de caridade, queremos dizer, daquela caridade que compendia em si todo o
Evangelho, e que, sempre pronta a sacrificar-se pelo próximo, é o antídoto mais
seguro contra o orgulho e o egoísmo do século. Desta virtude, descreveu S.
Paulo as feições características com as seguintes palavras: «A caridade é
paciente, é benigna, não cuida do seu interesse; tudo sofre; a tudo se resigna»
[ii].
Como
sinal dos favores celestes e penhor da Nossa benevolência, a cada um de vós,
Veneráveis Irmãos, ao vosso Clero e ao vosso Povo, com grande afecto no Senhor,
concedemos a Bênção Apostólica.
Dada em Roma, junto de S. Pedro, a 15
de Maio de 1891, no décimo quarto ano do Nosso Pontificado.
PAPA LEÃO XIII
(Nota: Revisão da tradução portuguesa
por ama)
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