Como
fazer oração? Atrevo-me a assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas,
infinitas maneiras de orar. Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração
dos filhos de Deus, não o palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus:
nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.
Os
que são movidos pela hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração –
escrevia Santo Agostinho – mas não a sua voz, porque aí falta vida e há
ausência de afã por cumprir a Vontade do Pai. Que o nosso clamor – Senhor! – vá
unido ao desejo eficaz de converter em realidade essas moções interiores, que o
Espírito Santo desperta na nossa alma. (...).
Nunca
me cansei e, com a graça de Deus, nunca me cansarei de falar de oração. Por
volta de 1930, quando se aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas
as condições – universitários, operários, sãos e doentes, ricos e pobres,
sacerdotes e leigos – que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor,
aconselhava-os sempre: rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer
como começar", recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e lhe
manifestasse a sua inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa:
"Senhor, não sei!" E muitas vezes, naquelas humildes confidências,
concretizava-se a intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele. (Amigos
de Deus, nn. 243–244)
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