25/11/2013

Leitura espiritual para 25 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 18, 1-18

1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os Seus discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, em que entrou com os Seus discípulos. 2 Ora Judas, o traidor, conhecia bem este lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com os Seus discípulos. 3 Tendo, pois, Judas tomado a coorte e guardas fornecidos pelos pontífices e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas. 4 Jesus, que sabia tudo que estava para Lhe acontecer, adiantou-Se e disse-lhes: «A quem buscais?». 5 Responderam-Lhe: «A Jesus de Nazaré». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O entregava, estava lá com eles. 6 Quando, pois, Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. 7 Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles disseram: «A Jesus de Nazaré». 8 Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu; se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes». 9 Deste modo se cumpriu a palavra que tinha dito: «Não perdi nenhum dos que Me deste». 10 Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do Sumo-sacerdote, tendo-lhe cortado a orelha direita. Este servo chamava-se Malco.11 Porém, Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que o Pai Me deu?». 12 Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O manietaram. 13 Primeiramente levaram-n'O a casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o Sumo-sacerdote daquele ano. 14 Caifás era aquele que tinha dado aos judeus este conselho: «Convém que um só homem morra pelo povo». 15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo, que era conhecido do pontífice, entrou com Jesus no pátio do pontífice. 16 Pedro ficou de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo-sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro. 17 Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu também dos discípulos deste homem?». Ele respondeu: «Não sou». 18 Os servos e os guardas acenderam uma fogueira e aqueciam-se ao lume, porque estava frio. Pedro encontrava-se também entre eles e aquecia-se.


VIDA
CAPÍTULO 38.

24. Outra vez aconteceu-me outra coisa que me espantou muitíssimo. Estava eu num lugar onde morreu certa pessoa que tinha vivido muito mal, segundo soube, e muitos anos; mas havia dois que estava enfermo e em algumas coisas parece que estava emendado. Morreu sem confissão, mas apesar disto, não me parecia que se condenaria. Estando-se amortalhando o corpo, vi muitos demónios pegarem naquele corpo, e dir-se-ia, que jogavam com ele e faziam também justiça nele, o que me encheu de um grande pavor, pois com grandes garfos o passavam duns aos outros. Quando o vi levar a enterrar com a honra e cerimónias que se dão a, todos, estava eu pensando em como a bondade de Deus não queria que fosse difamada aquela alma, mas que ficasse encoberto o ela ser Sua inimiga.
25. Estava eu meia tonta com o que tinha visto. Durante todo o Ofício não vi mais nenhum demónio. Depois, quando deitaram o corpo na sepultura, era tanta a multidão deles que estavam dentro para pegar nele, que eu estava fora de mim de o ver, e não era preciso pouco ânimo para o dissimular. Considerava o que fariam daquela alma quando assim se assenhoreavam do triste corpo. Prouvera ao Senhor que isto que eu vi - coisa tão espantosa! - vissem todos os que estão em mau estado, pois me parece seria grande meio para os fazer viver bem.
Tudo isto me faz conhecer mais o que devo a Deus e do que me livrou. Andei muito temerosa até que tratei disto com meu confessor, pensando se seria ilusão do demónio para difamar aquela alma, ainda que não fosse tida por ser de muita cristandade. A verdade é que, embóra não fosse ilusão, sempre me causa temor quando me lembro.
26. Já que comecei a dizer visões de defuntos, quero dizer algumas coisas que, neste caso, o Senhor tem sido servido que eu veja dalgumas almas. Direi poucas para abreviar e por não ser necessário, digo, para nenhum aproveitamento.
Disseram-üle que tinha morrido um Provincial que havia sido nosso (e quando morreu o era de outra Província), com quem eu tinha tratado e era devedora de alguns favores. Era pessoa muito virtuosa. Quando soube que tinha morrido, deu-me muita perturbação, porque temi pela sua salvação, pois havia sido vinte anos prelado, coisa que, em verdade, eu temo muito, por me parecer de muito perigo o ter encargo de almas. E, em muita aflição, fui para um oratório. Dei-lhe todo o bem que tinha feito em minha vida, que seria bem pouco, e assim disse ao Senhor que suprissem Seus méritos o que faltasse àquela alma para sair do Purgatório.
27. Estando eu a pedir ao Senhor o melhor que podia, pareceu-me que saía do centro da terra, a meu lado direito, e vi-o subir ao Céu com grandíssima alegria. Ele era já bem velho, mas vi-o de idade de trinta anos, e ainda menos me pareceu, e com grande resplendor no rosto. Passou mui brevemente esta visão, mas fiquei em tanto extremo consolada, que nunca mais me pôde dar pena a sua morte, ainda que visse aflitas muitas pessoas por ele, pois era muito benquisto. Era tanto o consolo que tinha a minha alma, que nada se me dava, nem podia duvidar de que era boa a visão, digo, que não era ilusão.
Não havia mais de quinze dias que tinha morrido. Contudo, não me descuidei de procurar que o encomendassem a Deus e fazê-lo eu também, mas não o podia fazer com aquele empenho que teria se não tivesse visto isto. Quando assim o Senhor me mostra alguma alma e depois eu a quero encomendar a Sua Majestade, parece-me, sem mais estar em meu poder, que é como dar esmola a rico. Soube depois - porque morreu bem longe daqui - a morte que o Senhor lhe deu, que foi de tanta edificação que a todos deixou espantados do conhecimento e lágrimas e humildade corri que morreu.
28. Tinha morrido, na casa, uma freira, grande serva de Deus, havia pouco mais de dia e meio. Estando uma outra freira dizendo uma lição do Ofício de Defuntos, que por ela se rezava no coro, eu estava de pé para com ela dizer o versículo. A meio da lição vi, me pareceu, que saía sua alma do mesmo lugar que da visão anterior e que ia para o Céu. Esta não foi imaginária, como a anterior, senão como outras que tenho dito; e destas não se duvida mais de que daquelas que se vêm.
29. Morreu também, na minha mesma casa, outra freira. Desde há dezoito ou vinte anos sempre tinha sido enferma, e muito serva de Deus, amiga do coro e muito virtuosa. Certo é que pensei que não entrara no Purgatório, porque eram muitas as enfermidades que tinha padecido, senão que lhe sobrariam méritos. Estando rezando as Horas, antes que a enterrassem, haveria umas quatro horas que morrera, entendi que saía do mesmo lugar e ia para o Céu.
30. Estando num colégio da Companhia de Jesus, com os grandes trabalhos que tinha e tenho algumas vezes de alma e corpo, como já disse, estava de sorte que nem sequer um bom pensamento, segundo me parece, podia admitir. Tinha morrido nessa noite um irmão daquela casa da Companhia, e estando eu, conforme podia, encomendando-o a Deus e ouvindo missa de outro padre da Companhia por ele, deu-me um grande recolhimento e vi-o subir ao Céu, com muita glória e o Senhor ia com ele. Entendi que era particular favor de Sua Majestade.
31. Outro frade da nossa Ordem, muito bom religioso, estava muito mal. Estando eu à missa, veio-me um recolhimento e vi que tinha morrido e subia ao Céu sem passar pelo Purgatório. Morreu naquela mesma hora em que o vi, segundo soube depois. Eu me espantei de não ter entrado no Purgatório. Entendi que, por ter sido frade e ter guardado bem a sua profissão, lhe tinham aproveitado as Bulas da Ordem para não entrar no Purgatório. Não sei por que entendi isto; parece-me que deve ser porque não está o ser frade no hábito, quero dizer, em trazê-lo, para gozar do estado de mais perfeição, mas em sê-lo.
32. Não quero dizer mais destas coisas; porque, como tenho dito, não há porquê, embora sejam muitas as que o Senhor me tem feito mercê que veja. Mas, de todas as que tenho visto, não tenho entendido deixar nenhuma alma de entrar no Purgatório se não a de este Padre e a de santo Frei Pedro de Alcântara e a do Padre Dominicano de que falei. De alguns foi o Senhor servido que veja os graus de glória que têm, representando-se-me os lugares em que estão. Ê grande a diferença que há de uns a outros.

CAPÍTULO 39.
Prossegue na mesma matéria das grandes mercês que lhe tem feito o Senhor e como lhe prometeu favorecer as pessoas por quem ela lhe pedisse. Diz algumas coisas assinalados nas quais Sua Majestade lhe tem feito este favor.


1. Estando uma vez importunando muito ao Senhor para que desse vista, a uma pessoa que a tinha quase de todo perdida, e a quem eu devia, obrigações e por ela sentia grande dó, temia que, por meus pecados, o Senhor não me ouvisse. Ele apareceu-me como de outras vezes e começou a mostrar-me a chaga da mão esquerda, e com a outra arrancava um grande cravo que nela tinha metido. Parecia-me que, ao arranca-lo, arrancava a carne. Via-se bem a grande dor que muito me condoía, e disse-me, que não duvidasse de que, quem aquilo havia passado por mim, melhor faria o que eu Lhe pedisse. Já sabia que nada Lhe pediria, senão o que fosse conforme à Sua glória, e assim faria isto que agora pedia. Advertisse a que, mesmo quando não O servia, hão Lhe pedira coisa que Ele não ma tivesse feito melhor de que eu a soubera pedir. Quanto mais o faria então agora que sabia que O amava. Não duvidasse disto.
Não creio passassem oito dial que o Senhor não voltasse a dar vista àquela pessoa. Isto soube-o logo o meu confessor. Bem pode ser que não fosse por minha oração, mas, como eu tinha tido esta visão, ficou-me uma, certeza de que era por mercê feita a mim; dei graças a Sua Majestade.
2. Outra vez estava uma pessoa muito mal de uma enfermidade muito penosa que, por não saber de que natureza, não a nomeio aqui. Era coisa incomportável o que padecia, havia já dois meses. Estava num tormento que se despedaçava. Foi vê-Ia o meu confessor, que era o Reitor de quem tenho falado, e causou-lhe grande lástima e disse-me que de todo o modo a fosse ver, pois era pessoa a quem o podia fazer, por ser meu parente. Fui e comovi-me a ponto de ter tanta compaixão dele, que comecei a pedir importunamente a sua saúde ao Senhor. Nisto vi claramente, sem me ficar qualquer dúvida, a mercê que me fez; porque logo, no outro dia, estava de todo bom daquela dor.
3. Estava, uma vez, com grandíssimo pesar, porque sabia que uma pessoa, a quem eu devia muitas obrigações, queria fazer uma coisa muito contra Deus e a sua própria honra, e estava já muito determinada a isso. Era tanta a minha aflição que não sabia que fazer; remédio para que desistisse, parecia já não haver. Supliquei a Deus, muito do coração, que lho desse, mas, enquanto o não via, não se podia aliviar a minha pena.
Fui-me, nesta aflição, a uma ermida bem apartada, que as há neste mosteiro, e estando eu numa onde está Cristo atado à coluna, suplicando-Lhe que me fizesse esta mercê, ouvi que me falava uma voz muito suave, como envolta num silvo. Eu arrepiei-crie toda, pois me causou temor. Quisera eu entender o que me dizia, mas não pude. Passou muito rapidamente. Passado o meu temor, que foi breve, fiquei com um sossego e gozo e deleite interior, que me espantei, pois, só o ouvir uma voz (que isto ouvi-o e com os ouvidos corporais, e sem entender palavra) produzisse tanto na alma. Por isto, vi que se havia de fazer o que pedia, e assim foi que se me tirou de todo a pena em coisa que ainda não era, tal como se já o visse feito, como foi depois. Disse-o a meus confessores, que tinha então dois, bem letrados e servos de Deus.
4. Sabia que uma pessoa que se determinara a servir muito deveras a Deus e tido alguns dias oração, na qual Sua Majestade lhe fazia muitas mercês, a tinha deixado por certas ocasiões bem perigosas que teve, e das quais ainda não se apartara. A mim deu-me isto grandíssima pena, por ser pessoa a quem eu queria e devia muito. Creio que foi mais de um mês que eu não fazia senão suplicar a Deus que tornasse esta alma para Si.
Estando um dia em oração, vi um demónio ao pé de mim que, com muita raiva, fez em pedaços uns papéis que tinha na mão. A mim deu-me, isto um grande consolo, pois me pareceu que se havia feito o que eu pedia; assim foi, pois soube mais tarde que tinha feito uma confissão com grande contrição e voltou tão deveras para Deus que, espero em Sua Majestade, há-de ir sempre muito adiante. Seja bendito por tudo. Ámen.
5. Isto, de Nosso Senhor tirar almas de pecados graves por eu Lho suplicar, e trazer outras a mais perfeição, acontece muitas vezes. Quanto a tirar almas do Purgatório e outras coisas assinaladas, são tantas as mercês que o Senhor me tem feito, e muitas mais a favor da, saúde das almas que dos corpos que seria cansar-me e cansar a quem as lesse, se as houvesse de dizer todas. Isto tem sido coisa muito conhecida e há bastantes testemunhas. Logo, dava-me muito escrúpulo, porque não podia deixar de crer que o Senhor o fazia por minha oração -deixemos o principal de ser só por Sua bondade - mas são já tantas as coisas e tão vistas por outras pessoas, que não me dá pena crê-lo e louvo a Sua Majestade. Fico porém confusa, porque vejo que sou mais devedora, e faz-me - a meu parecer -, crescer o desejo de O servir e aviva-se o amor. E o que mais me espanta é que, quando o Senhor vê que as coisas não convêm, eu não posso, embora queira, suplicar-Lhas, senão com tão pouca força, espírito e cuidado que, por mais que eu me queira esforçar, é-me impossível fazê-lo como em outras coisas que Sua Majestade há-de fazer, que então vejo que Lhas posso pedir muitas vezes e com grande importunação; embora eu não traga este cuidado, parece que mas fazem ter presentes diante de mim.

santa teresa de jesus


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