3. O culto e a devoção a Nossa Senhora é muito antigo na Igreja. Surge da realidade da sua maternidade divina e do papel que Cristo lhe reservou na economia salvífica. A Virgem é Mãe de Deus, Theotokos, e nossa Mãe. Neste sentido, o culto mariano teve sempre uma clara conotação cristológica.
Os escritos do Novo Testamento e a
literatura cristã inicial, até ao Concílio de Niceia de 325, quer dizer,
praticamente até que o cristianismo adquira reconhecimento público, são parcos
neste tema. Consideraram-se testemunhos indiretos do culto primitivo mariano as
passagens do Evangelho segundo São Lucas 1, 45; 1, 48-49; 11, 27; e dos Actos
dos Apóstolos 1, 14.
Opus Dei - O interesse doutrinal por
Nossa Senhora e a sua função na Igreja, que começa a notar-se (pense-se, por
exemplo, na conhecida tipologia Eva-Maria, presente em São Justino e em Santo
Irineu de Leão), também parece indicar, de modo indireto, a veneração para com
Ela por parte dos fiéis.
Por outro lado, Nossa Senhora está
presente no culto da Igreja primitiva, como o manifesta a sua inserção nalguma
anáfora eucarística que chegou até nós (por exemplo, a de Hipólito), nalguma
das fórmulas batismais (por exemplo., o ritual de Hipólito), a himnografia antiga
(as Odes de Salomão, os Oráculos sibilinos, etc.).
O mesmo se pode deduzir da existência
de alguns edifícios cultuais dedicados a Maria já antes do século IV, na
Palestina e em Alexandria, das pinturas murais que se encontram nas catacumbas,
ou da célebre oração “Sub tuum praesidium”, que foi encontrada num antigo
papiro egípcio e que é frequentemente datada dos finais do século III.
J. A. Riestra
Novembro 2010
Bibliografia básica
1. Em primeiro lugar figuram, como é
óbvio, os escritos de S.Josemaria publicados. Podem ser particularmente úteis,
enquanto se centram sobre o tema em questão, as homilias sobre Nossa Senhora
publicadas em Cristo que passa e Amigos de Deus, “Recuerdos del Pilar”,
Caminho, etc.
2. Uma boa ajuda para este tema
encontra-se também em Álvaro Del Portillo, Entrevista sobre o fundador do Opus
Dei, Quadrante, 1994 Javier Echevarría, Lembrando o Beato Josemaría
Escrivá, Diel, 2000; Idem, El amor a
María Santísima en las enseñanzas de Mons. Escrivá de Balaguer, em Palabra nn.
156-157 (1978), pp. 341-345. Encontram-se também numerosos episódios que
manifestam a piedade mariana de S.Josemaria nas diversas biografias publicadas.
3. Outros trabalhos que podem ajudar
são: Federico Delclaux, Santa Maria nos escritos Beato Josemaría Escrivá, Rei
dos Livros, 1996; José Antonio Riestra, La maternità spirituale di Maria
nell’esperienza mariana di San Josémaría Escrivá, em "Annales
Theologici" n. 16 (2002), pp. 473-489; A. Blanco, Madre de Dios y Madre de
los hombres. Studio sulla devozione mariana di San Josemaría e sul rapporto con
l’unità di vita, em Romana n. 19 (2003), pp. 292-320.
4. Para una visão de conjunto podem
consultar-se: José Luis Bastero Eleizalde, María, Madre del Redentor, 2ª ed.,
Eunsa; M. Ponce Cuéllar, María, Madre del Redentor y Madre de la Iglesia,
Herder; S. De Fiores – S. Meo (edd.), Nuevo diccionario de mariología,
Ediciones Paulinas.
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