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Os sacrários são normalmente peças de muita
beleza exterior, mesmo aqueles que primam pela simplicidade.
No entanto o seu interior é, normalmente,
apenas constituído por paredes nuas, sem qualquer decoração.
Assim poderemos dizer, que os sacrários são
muito belos por fora, mas despidos de beleza por dentro.
No entanto tudo se transforma quando no
sacrário está Jesus Cristo Sacramentado!
Podemos afirmar então, que a maior beleza do
sacrário está no seu interior, e que já não interessa sequer aquilo que ele é
por fora.
Aliás os sacrários têm um fim, que é
conterem, guardarem dentro de si, Jesus Cristo Sacramentado.
E sabemos que eles estão a cumprir essa
missão quando há uma luz, sempre acesa, que nos diz que ali está a Presença
Real de Jesus Cristo.
Se assim não for, a luz está apagada e os
sacrários para nada servem, a não ser para decoração, para museus, e não nos
suscitam mais nada, a não ser a apreciação da sua beleza, ou a falta dela.
Enfim, não nos detemos neles e nada
acrescentam às nossas vidas!
Nós somos muitas vezes assim, como os
sacrários!
Arranjamo-nos exteriormente, não só cuidando
do aspecto do corpo e do que vestimos, mas também, tantas vezes aparentando uma
maneira de ser que nada tem a ver connosco, (com o que nós realmente somos), enquanto
no interior somos apenas paredes nuas, sem qualquer beleza, sem luz, porque não
nos preocupamos em ser amor para nós e para os outros, porque em nós não mora
Jesus Cristo, fonte do Amor.
Podemos conversar com quem quisermos, mas as
nossas conversas são apenas palavras, não deixam rasto, nada acrescentam às
vidas que por nós passam.
No entanto, quando nos abrimos a Ele e
deixamos que Ele faça em nós morada, o aspecto exterior conta pouco ou nada,
porque a expressão que transmitimos é a beleza do amor, há uma luz acesa em
nós, e as conversas que possamos ter, o testemunho de vida que damos, deixa
sempre uma impressão indelével, que leva muitas vezes os outros a deterem-se e
pensarem nas suas próprias vidas.
Tal como os sacrários também nós temos um
fim!
Esse fim é sermos sacrários vivos, ou seja,
enquanto os sacrários na igreja “apenas” contêm Jesus Cristo Sacramentado, mas
estão ali, estáticos, sem nada nos transmitirem de si próprios, nós poderemos
ser sacrários vivos, ou seja, levarmos Jesus Cristo aos outros, transmitindo
tudo o que Ele faz em nós, dando testemunho da Sua presença viva em nós e no
meio de nós.
Os sacrários na igreja podem “conter” Jesus
Cristo Sacramentado, mas não mudam, são sempre do modo como foram feitos.
Nós, se formos sacrários vivos, vamos sendo
moldados, aperfeiçoados, pela presença de Jesus Cristo em nós, e essa mudança
reflecte-se em nós e de nós para os outros.
Enquanto nos sacrários na igreja, a luz
indica a presença de Jesus Cristo Sacramentado no seu interior, em nós, quando
somos sacrários vivos, a luz é o Próprio Jesus Cristo que brilha em nós!
Faz do teu coração um Sacrário vivo, onde
more sempre Jesus Cristo!
Marinha Grande, 21 de Setembro de 2007
Nota:
Recupero este texto de 2007, porque me fez muito bem relê-lo.
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