18/09/2013

Leitura espiritual para 18 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 10, 1-20

1 Depois disto, o Senhor escolheu outros setenta e dois, e mandou-os dois a dois à Sua frente por todas as cidades e lugares onde havia de ir. 2 Disse-lhes: «Grande é na verdade a messe, mas os operários poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que mande operários para a Sua messe. 3 Ide; eis que Eu vos envio como cordeiros entre lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado, e não saudeis ninguém pelo caminho. 5 Na casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa. 6 Se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; senão, tornará para vós. 7 Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que tiverem, porque o operário é digno da sua recompensa. Não andeis de casa em casa. 8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos puserem diante; 9 curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: Está próximo de vós o reino de Deus. 10 Mas, em qualquer cidade em que entrardes e não vos receberem, saindo para as praças, dizei:11 Até o pó da vossa cidade, que se nos pegou aos pés, sacudimos contra vós; não obstante isto, sabei que o reino de Deus está próximo. 12 Digo-vos que, naquele dia, haverá menos rigor para Sodoma que para essa cidade. 13 «Ai de ti, Corazin! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado as maravilhas que se têm operado em vós, há muito tempo que teriam feito penitência vestidas de cilício e jazendo sobre a cinza. 14 Por isso haverá, no dia de juízo, menos rigor para Tiro e Sidónia que para vós. 15 E tu, Cafarnaum, “que te elevas até ao céu, serás abatida até ao inferno”.16 Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou». 17 Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: «Senhor, até os demónios se nos submetem em virtude do Teu nome». 18 Ele disse-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um raio. 19 Eis que vos dei poder de caminhar sobre serpentes e escorpiões, e de vencer toda a força do inimigo, e nada vos fará dano. 20 Contudo não vos alegreis porque os espíritos maus vos estão sujeitos, mas alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos céus».


CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA

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Terceiro círculo: os cristãos, irmãos separados

61. Eis por fim o círculo, mais perto ainda de nós, do mundo que se intitula cristão. Neste campo o diálogo, que se chamou Ecuménico, já está aberto, nalguns sectores, está até em fase de realização inicial e positiva. Poderíamos dizer muita coisa sobre tema tão complexo e delicado. Mas o nosso discurso não abarca tudo. Limita-se a poucas alusões, não novas aliás. Com prazer fazemos nossa esta máxima: Ponhamos em evidência primeiramente o que nos é comum, antes de insistirmos no que nos divide. Boa e fecunda orientação para o nosso diálogo. Estamos dispostos a prossegui-lo cordialmente. Diremos mais: sobre tantos pontos de diferença quanto aos usos, à espiritualidade, às leis canónicas e ao culto, queremos estudar como se poderão satisfazer os legítimos desejos dos Irmãos cristãos ainda de nós separados. Nada desejamos tanto como abraçá-los numa perfeita união de fé e de caridade. Mas devemos também dizer que não podemos transigir sobre a integridade da fé e as exigências da caridade. Entrevemos desconfianças e resistências. Mas tendo a Igreja Católica tomado a iniciativa de refazer o redil único de Cristo, não deixará de proceder com toda paciência e toda delicadeza, não deixará de mostrar como as suas prerrogativas, que ainda mantêm longe dela os Irmãos separados, não são fruto de ambição histórica ou de especulação teológica fantasiosa, mas derivam da vontade de Cristo, e mostrará também que elas, compreendidas no seu verdadeiro significado, são para bem de todos, levam à unidade e liberdade comuns e à plenitude cristã também comum, a Igreja Católica não deixará, na oração e na penitência, de tornar-se idónea e digna para a desejada reconciliação.
62. Um pensamento, a esse respeito, nos aflige e é este: nós, fautor de tal reconciliação, somos considerados por muitos Irmãos separados como obstáculo à reconciliação, isto, por causa do primado de honra e de jurisdição, entregue por Cristo ao Apóstolo São Pedro e herança nossa recebida dele. Não dizem alguns que, se desaparecesse o primado do Papa, a unificação das igrejas separadas com a Igreja Católica seria mais fácil? Queremos pedir aos Irmãos separados que ponderem a inconsistência desta hipótese, e não só porque, sem Papa, a Igreja Católica não seria o que é, mas porque, faltando na Igreja de Cristo a autoridade pastoral suprema, eficaz e decisiva de Pedro, a unidade se arruinaria, e em vão se procuraria depois refazê-la segundo critérios que substituíssem o autêntico, que vem do próprio Cristo. "Haveria na Igreja tantos cismas como sacerdotes", escreve com razão São Jerónimo (Diál. contra Luciferiamos, n. 9). E queiram também considerar que este eixo central, na construção da santa Igreja, não quer constituir supremacia de orgulho espiritual e domínio humano, mas primado de serviço, de ministério e de amor. Não é retórica vã atribuir ao Vigário de Cristo o título de "servo dos servos de Deus".
Nestas nossas disposições germina o diálogo, que antes de se desenvolver em conversas fraternais, já é colóquio com o Pai celeste, expresso em súplica fundada na esperança.

Augúrios e esperanças

63. Devemos notar com alegria e confiança, Veneráveis Irmãos, que este variado e extensíssimo sector dos Cristãos separados está todo embebido de fermentos espirituais, que parecem anunciar futuros e consoladores progressos na causa da inserção dos mesmos na única Igreja de Cristo. Queremos implorar a inspiração do Espírito Santo sobre o "movimento Ecuménico". Queremos tornar a exprimir a nossa comoção e a nossa alegria pelo encontro, cheio de caridade e não menos de novas esperanças, que tivemos em Jerusalém com o Patriarca Atenágoras. Queremos saudar com respeito e reconhecimento a presença de tantos Representantes das Igrejas separadas no Concílio Ecuménico Vaticano II. Queremos garantir mais uma vez que observamos, com interesse atento e sagrado, os fenómenos espirituais relativos ao problema da unidade, que agitam pessoas, grupos e comunidades, que domina vivo e nobre religiosismo. Com amor e com reverência, saudamos todos estes Cristãos, esperando que, no diálogo da sinceridade e do amor, nos seja dado promover, juntamente com eles, a causa de Cristo e da unidade que Ele desejou para a sua Igreja.

O diálogo na Igreja Católica

64. Finalmente o nosso diálogo convida os Filhos da Casa de Deus, a Igreja una, santa, católica e apostólica, de que esta romana é "mãe e cabeça". Quanto prazer nos trará este diálogo doméstico, em plenitude de fé, de caridade e de obras! Quão intenso e familiar o desejamos! Quanto ambicionamos que tenha conta de todas as verdades, de todas as virtudes e de todas as realidades do nosso património doutrinal e espiritual! Quão sincero e comovido o pretendemos, na sua genuína espiritualidade! Quão pronto a recolher as vozes múltiplas do mundo contemporâneo! Quão apto a transformar os católicos em homens verdadeiramente bons, prudentes, livres, serenos e fortes!

Caridade e obediência

65. Este desejo de que as relações interiores da Igreja se caracterizem pelo tom próprio do diálogo, entre membros de um corpo cujo princípio constitutivo é a caridade, não dispensa da prática da virtude da obediência, quando a ordem que tem de haver em toda a sociedade bem unida, e sobretudo a constituição hierárquica da Igreja reclamam, por um lado, a função própria da autoridade, e, por outro, a submissão. A autoridade da Igreja é instituição de Cristo, representa-O, é transmissora autorizada da sua palavra e da sua caridade pastoral. Deste modo, a obediência procede do motivo de fé, torna-se escola de humildade evangélica, associa o obediente à sabedoria, à unidade, à educação e à caridade que regem o corpo eclesiástico, e confere, a quem se conforma com ela, o mérito da imitação de Cristo: "feito obediente até a morte" (Fl 2,8).
66. Por obediência, expressa em forma de diálogo, entendemos, portanto, o exercício da autoridade, bem penetrado da convicção de tratar-se de um serviço e ministério da verdade e da caridade, e entendemos também a observância das normas canónicas e a reverência ao governo do superior legítimo, ambas com prontidão e serenidade, como convém a filhos livres e afectuosos. O espírito de independência, de crítica e rebelião concorda mal com o amor que anima a solidariedade, a concórdia e a paz na Igreja. Esse espírito transforma facilmente o diálogo em discussão, rixa ou desavença: coisa desagradabilíssima, com que infelizmente sempre se deve contar. Por isso nos acautelava o Apóstolo São Paulo: "Não haja entre vós divisões" (l Cor 1,10).

Fervor de sentimentos e obras

67. Muito desejamos que o diálogo interior, isto é, dentro da comunidade eclesiástica, desperte novo entusiasmo, multiplique assuntos e interlocutores, de modo que aumentem o vigor e a santidade do Corpo Místico, terreno, de Cristo. Muito apreciamos e fomentamos tudo quanto propaga os ensinamentos, de que a Igreja é depositária e distribuidora. Já mencionamos a vida litúrgica e interior, e a pregação. Podemos agora acrescentar: a escola, a imprensa, o apostolado social, as missões e o exercício da caridade. Constituem também assuntos que nos fará considerar o Concílio. E, desde agora, animamos e abençoamos todos aqueles que, dirigidos pela autoridade competente, participam no diálogo vivificador da Igreja: os Sacerdotes de modo especial, os Religiosos, os muito estimados Leigos militantes por Cristo tanto na Acção Católica como em tantas outras associações e actividades.

A Igreja está hoje mais do que nunca viva!

68. Alegramo-nos e sentimo-nos confortados ao observar que o diálogo no interior da Igreja, e com os de fora que lhe estão mais próximos, já se vai praticando: a Igreja está hoje mais do que nunca viva! Mas, reparando bem, parece que tudo está ainda por fazer, o trabalho começa hoje e não acaba nunca. É lei da nossa peregrinação na terra e no tempo. É este, Veneráveis Irmãos, o múnus habitual do nosso ministério: tudo o estimula hoje a renovar-se, a tornar-se vigilante e operoso.
Pela nossa parte, enquanto assim vos falamos, apraz-nos contar na vossa colaboração, oferecendo-vos a nossa. Esta comunhão de intenções e actividades pedimo-la e damo-la nós, elevado recentemente à cátedra do Apóstolo São Pedro, com o nome e, queira Deus, com alguma coisa do espírito do Apóstolo das gentes. Celebrando assim a unidade de Cristo entre nós, enviamo-vos com esta nossa Carta inicial, em nome do Senhor, a nossa fraterna e paternal bênção apostólica, que de bom grado tornamos extensiva a toda a Igreja e à humanidade inteira.
Dado em Roma, junto de S. Pedro, a 6 de Agosto de 1964, na Festa da Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.

PAULUS PP. VI

(Revisão da tradução portuguesa por ama)


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