12/09/2013

Leitura espiritual para 12 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 8, 1-21

1 Em seguida Jesus caminhava pelas cidades e aldeias, pregando e anunciando a boa nova do reino de Deus; andavam com Ele os doze 2 e algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e de doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios, 3 Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, Susana, e outras muitas, que os serviam com os seus bens. 4 Tendo-se juntado uma grande multidão de povo e, tendo ido ter com Ele de diversas cidades, disse Jesus esta parábola: 5 «Saiu o semeador a semear a sua semente; ao semeá-la, uma parte caiu ao longo do caminho; foi calcada e as aves do céu comeram-na. 6 Outra parte caiu sobre pedregulho; quando nasceu, secou, porque não tinha humidade. 7 A outra parte caiu entre espinhos; logo os espinhos, que nasceram com ela, a sufocaram. 8 Outra parte caiu em terra boa; depois de nascer, deu fruto centuplicado». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça!». 9 Os Seus discípulos perguntaram-Lhe o que significava esta parábola. 10 Ele respondeu-lhes: «A vós é concedido conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos outros ele é anunciado por parábolas; para que “vendo não vejam, e ouvindo não entendam”. 11 Eis o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. 12 Os que estão ao longo do caminho, são aqueles que a ouvem, mas depois vem o demónio e tira a palavra do seu coração para que não se salvem crendo. 13 Os que estão sobre pedregulho, são os que, quando a ouvem, recebem com gosto a palavra, mas não têm raízes; por algum tempo acreditam, mas no tempo da tentação voltam atrás. 14 A que caiu entre espinhos, representa aqueles que ouviram a palavra, porém, indo por diante, ficam sufocados pelos cuidados, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não dão fruto. 15 Enfim, a que caiu em terra boa, representa aqueles que, ouvindo a palavra com o coração recto e bom, a conservam e dão fruto com a sua perseverança. 16 «Ninguém, pois, acendendo uma lâmpada a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama, mas põe-na sobre um candeeiro, para que os que entram vejam a luz. 17 Porque nada há oculto que não acabe por ser manifestado, nem escondido que não deva saber-se e tornar-se público. 18 Vede, pois, como ouvis. Porque àquele que tem, lhe será dado; e ao que não tem, ainda aquilo mesmo que julga ter, lhe será tirado». 19 Foram ter com Ele Sua mãe e Seus irmãos, e não podiam aproximar-se d'Ele por causa da multidão. 20 Foram dizer-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te». 21 Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».



CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA

…/4

Pedagogia daquele que é batizado
17. Se soubermos reavivar em nós mesmos, e acender nos fiéis com profunda e acertada pedagogia, este sentido confortante da Igreja, sucederá que muitas antinomias, aflição do pensamento dos cultores da eclesiologia, serão praticamente vencidas e resolvidas na experiência da realidade viva da Igreja inspirada na sua doutrina. Tais antinomias são, por exemplo, a Igreja simultaneamente visível e espiritual, livre e disciplinada, comunitária e hierárquica, já santa e sempre a caminho da santificação, contemplativa e activa, e assim por diante. Mas o sentido da Igreja porá em relevo principalmente a sua espiritualidade do melhor quilate, alimentada na leitura piedosa da Sagrada Escritura, dos Santos Padres e Doutores, e em todas as outras fontes que produzem essa consciência. Queremos referir-nos agora à catequese exacta e sistemática, àquela escola admirável, de palavras, sinais e divinas efusões, que é a Sagrada Liturgia, à meditação silenciosa e ardente das verdades divinas, e finalmente à oração contemplativa. A vida interior continua a ser a grande fonte da espiritualidade da Igreja, condiciona-lhe a receptividade às irradiações do Espírito de Cristo, é expressão fundamental e insubstituível da sua actividade religiosa e social, e é ainda para ela defesa inviolável e renascente energia no seu difícil contato com o mundo profano.
18. É preciso restituir toda a sua importância ao facto de termos recebido o santo baptismo, termos sido enxertados, por este sacramento, no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. O baptizado deve sobretudo apreciar conscientemente a sua elevação, melhor, a nova geração que recebe e o eleva à incomparável realidade de filho adoptivo de Deus, à dignidade de irmão de Cristo, à felicidade, queremos dizer à graça e ventura da inabitação do Espírito Santo, à vocação duma vida nova. Ele não perde nada do que é humano, a não ser a infeliz sorte derivada do pecado original, e fica habilitado a valorizar e utilizar do melhor modo tudo quanto é humano. Ser cristão, ter recebido o santo baptismo, não deve parecer-nos coisa indiferente ou desatendível, deve ser característica profunda e venturosa da consciência de cada baptizado, deve ser para ele, como o foi para os cristãos antigos, uma "iluminação", que ao atrair sobre ele os raios vivificantes da Verdade divina, lhe abre o céu, lhe alumia a vida terrena, o torna capaz de se dirigir, como filho da luz, para a visão de Deus, fonte de eterna felicidade.
Que programa prático sugere à nossa vida e ao nosso ministério essa consideração! E bem fácil descobri-lo. Alegramo-nos ao constatar que este programa se encontra já em vias de aplicação em toda a Igreja, servido por zelo prudente e ardoroso. Animamo-lo, recomendamo-lo e abençoamo-lo.

II. A RENOVAÇÃO

19. Mais, é em nós grande o desejo de que a Igreja de Deus seja qual Jesus a quer: una, santa, toda encaminhada à perfeição a que Ele a chamou e de que a tornou capaz. Perfeita no seu conceito ideal, no desígnio de Deus, a Igreja deve ir aperfeiçoando-se sempre na expressão real, na sua existência terrestre. É este o grande problema moral que domina a sua vida, a caracteriza, a estimula, a acusa, a sustenta e a enche de gemidos e de orações, de arrependimentos e de esperanças, de esforço e de confiança, de responsabilidades e de méritos. É problema inerente às realidades teológicas de que depende a vida humana. Não podemos ajuizar sobre o homem, a sua natureza e a sua perfeição original, sobre as consequências ruinosas do pecado original, capacidades do homem para o bem e auxílio de que precisa para o desejar e realizar, sobre o sentido da vida presente e das suas finalidades, os valores que o homem deseja ou de que pode dispor, sobre o critério de perfeição e de santidade, e sobre os meios e modos para dar à vida o seu grau mais alto de beleza e plenitude, não podemos fazer nada disto sem nos referirmos ao ensino doutrinal de Cristo e do magistério eclesiástico dele derivado. A ambição de conhecer os caminhos do Senhor é e deve ser constante na Igreja, e a discussão que se vai mantendo, de século em século no seio da Igreja, sobre as questões, de perfeição, sendo tão fecunda e variada, bem queríamos que tornasse a despertar o interesse máximo a que tem direito. E isto não tanto para elaborar novas teorias, quanto para gerar energias novas, que levem àquela santidade que Jesus Cristo nos ensinou e nos possibilita conhecer, desejar e conseguir. Para isso nos dá o seu exemplo, a sua palavra, a sua graça, a sua escola baseada na tradição eclesiástica, fortificada pela acção comunitária, ilustrada pelas figuras singulares dos Santos.

Perfectibilidade dos cristãos

20. Este afã de aperfeiçoamento espiritual e moral é também estimulado exteriormente pelas condições em que a Igreja vai vivendo. Não pode ficar imóvel e indiferente entre as mudanças do mundo que a cerca. Este, por mil caminhos, influencia e condiciona a atitude prática da Igreja. Como todos sabem, ela não está separada do mundo, vive nele. Por isso, os membros da Igreja estão sujeitos à influência do mundo, de que respiram a cultura, aceitam as leis e absorvem os costumes. Este contacto permanente, que a Igreja tem com a sociedade temporal, impõe-lhe uma problemática contínua, hoje dificílima. Por um lado, a vida cristã, como a Igreja a defende e promove, deve com perseverança e tenacidade preservar-se de tudo quanto pode enganá-la, profaná-la e sufocá-la, procurando imunizar-se do contágio do erro e do mal, por outro, a vida cristã deve não só adaptar-se às formas do pensamento e da moral, que o ambiente terreno lhe oferece e impõe, quando elas forem compatíveis com as exigências essenciais do seu programa religioso e moral, mas deve procurar aproximá-las de si, purificá-las, nobilitá-las, vivificá-las e santificá-las: nova missão, que impõe à Igreja um exame constante de vigilância moral, reclamado hoje com particular urgência e gravidade.
21. Também para este exame, é providencial a celebração do Concílio. O caráter pastoral que ele se propôs, as finalidades práticas de "atualização" da disciplina canónica, o desejo de tornar o exercício da vida cristã o mais fácil que seja possível, sem renunciar ao carácter sobrenatural que lhe é próprio, conferem ao Concílio um mérito particular já neste momento, apesar de não possuirmos ainda a maioria das deliberações que dele esperamos. Na verdade, ele desperta, tanto nos Pastores como nos fiéis, o desejo de conservar e robustecer na vida cristã o seu carácter de autenticidade sobrenatural, e recorda a todos o dever de imprimir este carácter de maneira positiva e enérgica no proceder de cada um: leva os fracos a serem bons, os bons a serem melhores, os melhores a serem generosos e os generosos a fazerem-se santos. Abre à santidade novos caminhos, incita o amor a tornar-se fecundo, e provoca novas arrancadas de virtude e de heroísmo cristão.

Em que sentido se deve entender a reforma

22. Naturalmente, tocará ao Concílio sugerir as reformas na legislação da Igreja. E as Comissões pós-conciliares, especialmente a instituída para a revisão do Código do Direito Canónico, desde já designada por nós, procurarão formular em termos concretos as deliberações do Sínodo Ecuménico. A vós, Veneráveis Irmãos, pertencerá indicar-nos as medidas para purificar e rejuvenescer a face da santa Igreja. Mas novamente vos manifestamos o nosso propósito de favorecer tal reforma: quantas vezes, nos séculos passados, este intento aparece associado à história dos Concílios! Pois seja-o uma vez mais, e desta não já para extirpar na Igreja determinadas heresias e desordens gerais que, graças a Deus, agora não existem, mas para infundir novo vigor espiritual ao Corpo Místico de Cristo, como organização visível, purificando-o dos defeitos de muitos dos seus membros e estimulando-o a novas virtudes.
Para que isto aconteça, suposto o divino auxílio, seja-nos permitido apresentar-vos aqui algumas considerações prévias que podem facilitar a obra de renovação, infundir-lhe o necessário vigor, - não é sem algum sacrifício que ela se pode obter! -, e traçar algumas linhas, que parecem facilitar a sua realização.
23. Deveremos recordar primeiramente alguns critérios que nos mostram em que sentido esta reforma se há-de promover. Não pode abarcar nem o conceito essencial nem as estruturas fundamentais da Igreja católica. A palavra reforma seria mal usada se a empregássemos nesta acepção. Não podemos acusar de infidelidade esta nossa amada e santa Igreja de Deus, pertencer à qual temos como a maior das graças. Ela dá ao nosso espírito o testemunho de "que somos filhos de Deus" (Rom 8,16). Não é orgulho, não é presunção, não é obstinação nem loucura, mas certeza luminosa, convicção alegre esta nossa: a de termos sido constituídos membros vivos e genuínos do Corpo de Cristo, de sermos autênticos herdeiros do seu Evangelho e verdadeiros continuadores dos Apóstolos, de possuirmos a herança intacta e viva da tradição original apostólica, no grande património doutrinal e moral característico da Igreja católica, qual ela existe hoje. Se isto forma o nosso orgulho, ou melhor o motivo pelo qual devemos "dar sempre graças à Deus" (Ef 5,20), constitui igualmente para nós responsabilidade: diante de Deus, a quem temos de dar contas de tão grande benefício, diante da Igreja, a quem devemos infundir, juntamente com a certeza, o desejo, o propósito de conservar o tesouro, o depósito de que fala São Paulo (1 Tm 6,20), diante dos Irmãos ainda de nós separados e diante do mundo inteiro para que todos venham participar connosco no dom de Deus.
24. Se, neste particular, podemos falar de reforma, não devemos tomá-la como mudança, mas sim como confirmação no esforço para mantermos na Igreja a fisionomia que lhe imprimiu Cristo, mais ainda, no esforço para a reconduzir sempre à sua forma perfeita, correspondente por um lado ao desígnio primitivo do Fundador, e por outro reconhecida como consequente e legítima no progresso necessário. Como da semente se origina a árvore, assim daquele desígnio vem à Igreja a sua forma legítima, histórica e concreta. Não nos iluda o critério de reduzir o edifício da Igreja, que se tornou amplo e majestoso para a glória de Deus, como templo seu magnífico, de o reduzir às suas proporções iniciais e mínimas, como se estas fossem as únicas verdadeiras e justas. Nem nos fascine a ambição de renovar a estrutura da Igreja por via carismática, como se fosse nova e verdadeira a expressão eclesial nascida de ideias meramente particulares, embora fervorosas e atribuídas talvez à inspiração divina. Por este caminho se introduziriam sonhos arbitrários de renovações artificiosas no plano constitutivo da Igreja. Como ela é, devemo-la servir e amar, com sentido inteligente da história e buscando humildemente a vontade de Deus, que a assiste e guia, mesmo quando permite que a fraqueza humana lhe empane algum tanto a pureza das linhas e a elegância da acção. Esta pureza e esta elegância é que nós andamos procurando e queremos promover.

(Revisão da tradução portuguesa por ama)


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.