A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
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1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé
compraram perfumes para irem embalsamar Jesus. 2 Partindo no
primeiro dia da semana, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro quando o sol já era
nascido. 3 Diziam entre si: «Quem nos há-de retirar a pedra da
entrada do sepulcro?». 4 Mas, olhando, viram removida a pedra, que
era muito grande. 5 Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do
lado direito, vestido de uma túnica branca e ficaram assustadas. 6 Ele
disse-lhes: «Não vos assusteis. Buscais a Jesus Nazareno, o crucificado?
Ressuscitou, não está aqui. Eis o lugar onde O depositaram. 7 Mas
ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a
Galileia; lá O vereis, como Ele vos disse». 8 Elas, saindo do
sepulcro, fugiram, porque as tinha assaltado o temor e estavam como que fora de
si. Não disseram nada a ninguém, tal era o medo que tinham. 9 Jesus,
tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente
a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. 10 Ela foi
noticiá-lo aos que tinham andado com Ele, os quais estavam tristes e chorosos. 11
Tendo eles ouvido dizer que Jesus estava vivo e que fora visto por ela, não
acreditaram. 12 Depois disto, mostrou-Se de outra forma a dois
deles, enquanto iam para a aldeia; 13 os quais foram anunciar aos
outros, que também a estes não deram crédito. 14 Finalmente, apareceu
aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza
de coração, por não terem dado crédito aos que O tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: «Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a
criatura. 16 Quem crer e for baptizado, será salvo; mas quem não
crer, será condenado. 17 Eis os milagres que acompanharão os que
crerem: Expulsarão os demónios em Meu nome, falarão novas línguas, 18
pegarão em serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal;
imporão as mãos sobre os doentes, e serão curados». 19 O
Senhor, depois de assim lhes ter falado, elevou-Se ao céu e foi sentar-Se à
direita do Pai. 20 Eles, tendo partido, pregaram por toda a parte,
cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os milagres que a
acompanhavam.
JESUS
CRISTO NOSSO SALVADOR
Iniciação
à Cristologia
SEGUNDA PARTE
A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO
Capítulo XI
A GLORIFICAÇÃO DE CRISTO E O SEU VALOR SALVÍFICO
5. A Ascensão de Jesus aos céus
A ascensão constitui o termo dos mistérios
de Jesus na terra e que tiveram início na Encarnação: o que «saiu do Pai» agora
«volta» ao Pai (Cf. Jo 16,28); 3,13). Com a Ascensão conclui-se o mistério pascal
da sua Morte e Ressurreição, conclui a «passagem» deste mundo ao Pai.
a) A Ascensão do Senhor à direita de Deus Pai,
acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente.
Segundo São Lucas, Jesus enquanto lhes dava
a bênção «elevou-se na presença deles, e uma nuvem ocultou-o aos seus olhos» (Act
1,9). E segundo São Marcos, «o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi
elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus» (Mc 16,19).
Nestes textos há que considerar dois
aspectos: em primeiro lugar, «a elevação» que corresponde à experiencia sensível
dos apóstolos com a qual Cristo desaparece dos seus olhos. Em segundo aspecto,
mais importante, é o significado por essa elevação: Cristo homem entra na
glória de Deus invisível [i]
e è exaltado acima de toda a criação.
O termo da Ascensão de Cristo, como nos diz
a Escritura, é a direita de Deus Pai no céu, o qual é um modo metafórico de
dizer. Por «direita do Pai» entendemos a glória e a honra da divindade [ii];
e por «estar sentado» entendemos que essa glória e poder – a posse do seu Reino
– correspondem-lhe como algo próprio. Em resumo, expressamos deste modo que
Cristo também enquanto homem – o Filho do homem – participa da glória e do
poder soberano de Deus acima d todas as criaturas, como algo que lhe
corresponde propriamente (cf. Ef 1,20-22; Dn 7,14).
A Ascensão de Jesus Cristo, que é um
acontecimento ao mesmo tempo histórico (o facto que os apóstolos contemplaram)
e também transcendente (pelo seu significado e conteúdo), é um artigo de fé
proposto e confessado desde os símbolos mais antigos [iii].
b) A Ascensão de Cristo manifesta aos discípulos a
glória do Senhor
Durante a sua vida terrena Jesus não quis
que o seu corpo participasse da glória da sua divindade para assim poder
padecer e levar a cabo a nossa redenção. Nalguma ocasião quis demonstrar no seu
corpo a glória que lhe correspondia, como foi o caso da transfiguração no
Tabor; mas então só se tratou de um processo passageiro. O corpo de Cristo foi
glorificado de modo definitivo e próprio desde o instante da sua Ressurreição.
Mas durante os quarenta dias seguintes, nos
quais tratava familiarmente com os seus e os instruía sobre o Reino de Deus, a
sua glória ainda ficava velada sob os traços de uma humanidade normal. Com a
Ascensão, completa-se a manifestação da glória da glória de Cristo que tinha
começado com a sua Ressurreição: então mostra aos seus que vive e reina sobre
toda a criatura «exaltado à direita de Deus» (Act 2,33). Por isso os discípulos
viram então a sua glória e se encheram de alegria (cf. Lc 24 ,52).
c) Sentido salvífico da Ascensão e exaltação
celeste de Cristo
Jesus
Cristo, Cabeça da Igreja, precede-nos no reino glorioso do Pai. Cristo com
a sua Ascensão abriu-nos o acesso à vida e à felicidade de Deus no céu: «quis
preceder-nos como nossa Cabeça para que nós, membros do seu Corpo, vivamos com
a ardente esperança de segui-lo no seu reino»[iv].
Já o anunciou Jesus: «Vou preparar-vos um lugar (...) para que onde eu estiver,
estejais também vós» (Jo 14,2-3).
Jesus
Cristo, Sacerdote da nova e eterna Aliança, no céu intercede sem cessar por nós.
Jesus Cristo, Sacerdote da Aliança nova e eterna, «entrou no céu para se
apresentar agora ante o acatamento de Deus em nosso favor» (Heb 9,24). A sua
mediação e o seu sacerdócio não
terminaram na cruz, antes no céu «vive para sempre possui um sacerdócio eterno
(Heb 7,24) que exerce perenemente apresentando continuamente a seu Pai o
sacrifício que um dia consumou no Calvário. «Por isso pode salvar perfeitamente
os que por Ele se chegam a Deus, já que vive sempre para interceder por nós
(Heb 7,25; cf. Rom 8,34).
Jesus
Cristo, constituído Senhor com poder à direita do Pai, comunica-nos os dons
divinos pela acção do Espírito Santo. Cristo, ressuscitado e exaltado à
direita do Pai, é o sacerdote e o Mediador da Aliança que nos comunica os
frutos que nos ganhou com a sua Paixão: «A cada um de nós se nos dá a graça na
medida em que Cristo quer outorgar os seus dons (...) Subindo ao alto levou
cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens (…) Subiu aos céus para levar
tudo à plenitude» (Ef 4,7-10).
Para isto foi enviado o Espírito Santo no
dia de Pentecostes aos que crêem para
que, com a plenitude dos seus dons, os unisse a Jesus Cristo e os fizesse
partícipes da vida da graça que procede d’Ele que é Cabeça de todos. «No dia de
Pentecostes (...) a Páscoa de Cristo consuma-se com a efusão do Espírito Santo»[v].
6. Jesus Cristo, glorioso à direita do Pai, é «o
Senhor». E Rei do universo
a) Os títulos de Senhor e Rei
O
título de «Senhor». A versão grega do Antigo Testamento (LXX) traduziu o
nome de Yahwé com o qual Deus se revelou a Moisés (cf. Ex 3,14) por «Kyrios» (Senhor). Desde então «Senhor»
foi o nome mais habitual para designar o Deus de Israel.
O Novo Testamento utiliza o título de
«Senhor» para Deus Pai, mas também o emprega, e esta é a novidade, para Jesus.
Com este título expressa-se a divindade de Cristo, «Senhor da glória» (1 Cor
2,8), e da mesma forma se afirma a glória e o poder que Ele, enquanto homem
exaltado à direita do Pai, tem sobre todas as criaturas.
Certamente, Jesus é o Senhor desde a sua
Encarnação (cf. Lc 1 ,43),
mas também como título ganho por nos ter resgatado com o preço do seu sangue
(cf. Flp 2,9-11; Heb 2,9). E é a partir da sua glorificação quando se manifesta
claramente como Senhor.
Já desde o princípio os cristãos atribuíram
a Jesus ressuscitado este nome como resumo da sua fé n’Ele. Também a oração
cristã está marcada pelo título de «Senhor», e habitualmente conclui com a
fórmula «por Jesus Cristo Nosso Senhor».
O
título de «Rei». O nome de «Rei» equivale ao de «Senhor»; e de modo
semelhante a acção de sentar-se à direita do Pai significa a sua entronização
como rei e a inauguração do seu reinado. A partir da Ascensão, Cristo
manifesta-se soberano «acima de todo o principado, potestade, virtude e
dominação», tendo «tudo submetido debaixo dos seus pés» (Ef 1,20-22).
Como dissemos acerca do título de «Senhor»,
Jesus é igualmente Rei desde a sua Encarnação (cf. Lc 1 ,33; Jo 18,33-37), mas também
o é por nos ter resgatado com o preço do seu sangue (cf. Ap 5,9-10), e
manifesta-se como «Rei de reis e Senhor de senhores» a partir da sua
glorificação (Ap 19,16), e a sua soberania será claramente manifestada a todos
na sua segunda vinda (cf. Mt 25,31-46).
b) Natureza do seu senhorio e do seu reinado
O seu
reino é sobrenatural. O seu reinado «não é deste mundo» (Jo 18,37), e
consiste na comunicação da ida divina aos homens. Como diz São Paulo, o reino
de Deus não consiste em coisas materiais, «antes é justiça, paz e alegria no Espírito
Santo» (Rom 14,17). A liturgia da Igreja explica que o seu reino é «reino de
verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, d amor e de
paz» [vi].
O seu
reinado é universal. Por ser sobrenatural, o seu reino não está vinculado a
nenhuma raça ou povo, nem a nenhuma forma política, nem a uma determinada
condição social. Cristo é Senhor de todos (Act 10,36). Ele morreu para salvação
do género humano inteiro e a todos oferece a sua graça que salva.
O seu reinado também é universal no sentido
em que Ele reina no céu e na terra. Ele domina sobre vivos e mortos; todos lhe
pertencemos (cf. Rom 14,8-9; Act 10-42).
O seu
reino é eterno, não terá fim (cf. Lc
1 ,33). «Já chegou o reinado neste mundo de nosso Senhor e do
seu Cristo» (Ap 11,15). Neste mundo Cristo reina e agora nos seus fieis pela
graça, que é uma participação da vida divina, e que constitui o gérmen e o
começo do que será perfeito e para sempre na glória.
E Cristo «Sacerdote dos bens futuros» (Heb
9,11) e «autor da salvação eterna» (Heb 5,9; cf. 9,12), e também reina nos
bem-aventurados do céu pela glória e felicidade que lhes comunica perenemente,
que consiste na perfeita e plena participação da vida divina, da vida eterna
pelos séculos sem fim. Este é o reino consumado de Cristo e de Deus Pai que se
nos promete em herança (cf. Ef 5,5).
Vicente Ferrer Barriendos
(trad do original castelhano por ama)
Bibliografia:
Alguns
documentos do Magistério da Igreja
JOÃO PAULO II, Enc. Redemptor hominis, 1979.
JOÃO PAULO II, Catequesis
sobre el Credo, em Creo en Jesucristo, Palabra,
Madrid 1996.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Mysterium Filii Dei, 1972.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Instr. Libertatis nuntius, 1984.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Instr. Libertatis conscientia, 1986.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Dominus Iesus, 2000.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, p. I, secção 2, cap.
2, nn. 422-682.
CONFERENCIA EPISCOPAL ESPANHOLA, COMISSÃO EPISCOPAL
PARA A DOUTRINA DA FÉ, Cristo presente na
Igreja. Nota doutrinal sobre algumas questões cristológicas e implicações
eclesiológicas, 1992.
Relação de abreviaturas:
Sagrada
Escritura
Am Amos
Ap Apocalipse
Col Epístola
aos Colossenses
1 Cor Primeira
Epístola aos Coríntios
2 Cor Segunda
Epístola aos Coríntios
1 Cro Livro
I das Crónicas e Paralipómenos
2 Cro Livro
II das Crónicas e Paralipómenos
Dan Daniel
Dt Deuteronómio
Ef Epístola
aos Efésios
Ex Êxodo
Ez Ezequiel
Flp Epístola
aos Filipenses
Gal Epístola
aos Gálatas
Gen Génesis
Act Actos
dos Apóstolos
Heb Epístola
aos Hebreus
Is Isaías
Jb Job
Jer Jeremias
Jo Evangelho
de São João
1 Jo Primeira
Epístola de São João
2 Jo Segunda
Epístola de São João
3 Jo Terceira
Epístola de São João
Lc Evangelho
de São Lucas
Lv Levítico
Mal Malaquias
Mc Evangelho
de São Marcos
Miq Miqueias
Mt Evangelho
de São Mateus
Os Oseias
1 Pd Primeira
Epístola de São Pedro
2 Pd Segunda
Epístola de São Pedro
Qo Livro
de Qohélet (Eclesiastes)
1 Re Livro
I dos Reis
2 Re Livro
II dos Reis
Rom Epístola
aos Romanos
Sab Livro
da Sabedoria
Sal Salmos
1 Sam Livro
I de Samuel
2 Sam Livro
II de Samuel
Tg Epístola
de São Tiago
Sir Livro
de Bem Sirá (Eclesiástico)
1 Tes Primeira
Epístola aos Tesalonicenses
2 Tes Segunda
Epístola aos Tesalonicenses
1 Tim Primeira
Epístola a Timóteo
1 Tim Senda
Epístola a Timóteo
Tit Epístola
a Tito
Zc Zacarias
Outras
siglas empregues
a. Artigo
Cap. Capítulo
CCE Catecismo
da Igreja Católica (Cathecismus Catholicae Ecclesiae)
cf. Confira-se
Conc. Concílio
Congr. Congregação
Const. Constituição
Decl. Declaração
DS Enchiridion
Symbolorum de Dezinguer-Schönmetzer
DV Constituição
Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II
Enc. Encíclica
GS Constituição
dogmática Gaudium et spes do Concílio Vaticano II
LG Constituição
dogmática Lumen gentium do Concílio Vaticano II
p. / pp. Página
/ páginas
p. ex. Por
exemplo
p. Pergunta
s. / ss. Seguinte
/ Seguintes
S. Th. Summa
Theologiae de São Tomás de Aquino
t. Tomo
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