A oração é necessária para
a vida espiritual: é a respiração que permite que a vida do espírito se
desenvolva e actualize a fé na presença de Deus e do seu amor.
1. O que é a oração 1
As
definições de oração, que habitualmente são dadas, costumam reflectir estas
diferenças de matiz que acabamos de encontrar ao aludir à terminologia. Por
exemplo, São João Damasceno considera-a como «a elevação da alma a Deus e a
petição de bens convenientes» 2; enquanto que para São João Clímaco,
trata-se antes de uma «conversa familiar e união do homem com Deus» 3.
A
oração é absolutamente necessária para a vida espiritual. É como a respiração
que permite que a vida do espírito se desenvolva. Na oração actualiza-se a fé
na presença de Deus e do seu amor. Fomenta-se a esperança que leva a orientar a
vida para Ele e a confiar na sua providência. E engrandece-se o coração ao
responder, com o próprio amor, ao Amor divino.
Na
oração, a alma, conduzida pelo Espírito Santo no mais profundo de si mesma (cf.
Catecismo, 2562), une-se a Cristo, mestre, modelo e caminho de toda a oração
cristã (cf. Catecismo, 2599 e seg.), e com Cristo, por Cristo e em Cristo,
dirige-se a Deus Pai, participando da riqueza da vida trinitária (cf.
Catecismo, 2559-2564). Daí a importância que a Liturgia tem na vida de oração
e, no seu centro, a Eucaristia.
josé luis illanes
(Resumos da Fé cristã: © 2013,
Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
Bibliografía
básica:
Catecismo
da Igreja Católica, 2558-2758.
Leituras
recomendadas:
São
Josemaria, Homilias «O triunfo de Cristo na humildade»; «A Eucaristia, mistério
de fé e de amor»; «A Ascensão do Senhor aos céus»; «O Grande Desconhecido» e
«Por Maria, a Jesus»,em Cristo que passa, 12-21, 83-94, 117-126, 127-138 y
139-149. Homilias «A intimidade com Deus»; «Vida de oração» e «Rumo à santidade»,
em Amigos de Deus, 142-153, 238-257, 294-316.
J.
Echevarría, Itinerários de vida cristã, Diel, Lisboa 2006, pp. 105-120.
J.L. Illanes,
Tratado de teología espiritual, Eunsa, Pamplona 2007, pp. 427-483.
M. Belda, Guiados
por el Espíritu de Dios. Curso de Teología Espiritual, Palabra, Madrid 2006,
pp. 301-338.
______________________
Notas:
1
A Igreja professa a sua Fé no Símbolo dos Apóstolos (Primeira parte destes
guiões). Celebra o Mistério, ou seja, a realidade de Deus e do seu amor a que
nos abre a fé, na Liturgia sacramental (Segunda parte). Como fruto dessa
celebração do Mistério os fiéis recebem uma vida nova que os leva a viver de
acordo com a condição de filhos de Deus (Terceira parte). Essa comunicação da
vida divina ao homem reclama ser recebida e vivida numa atitude de relação
pessoal com Deus; esta relação exprime-se, desenvolve-se e potencia-se na
oração (Quarta parte).
2
São João Damasceno, De fide orthodoxa, III, 24; PG 94,1090.
3 São João Clímaco, Scala paradisi, grado 28; PG 88,
1129.
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