17/07/2013

Resumos da Fé cristã 46

TEMA 37. O oitavo mandamento do Decálogo

Com a graça de Cristo, o cristão pode fazer que a sua vida seja dirigida pela verdade.
«O oitavo mandamento proíbe falsificar a verdade nas relações com outrem. Esta prescrição moral decorre da vocação do povo santo para ser testemunha do seu Deus, que é e que quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por palavras ou por actos, a recusa em empenhar-se na rectidão moral» (Catecismo, 2464).

1. Viver a verdade 
«Em virtude da sua dignidade, todos os homens, porque pessoas, ... são impelidos pela sua própria natureza e obrigados por exigência moral a procurar a verdade, em primeiro lugar aquela que diz respeito à religião. São obrigados também a aderir à verdade desde que a conheçam e a regular toda a sua vida segundo as exigências da verdade» 1.

A inclinação do homem por conhecer a verdade e manifestá-la por palavras e obras tem-se retorcido por causa do pecado, que feriu a natureza com a ignorância do intelecto e a malícia da vontade. Como consequência do pecado, diminuiu o amor à verdade e os homens enganam-se uns aos outros, muitas vezes por egoísmo e pelo próprio interesse. Com a graça de Cristo, o cristão pode fazer que a sua vida seja orientada pela verdade.

A virtude que inclina a dizer sempre a verdade chama-se veracidade, sinceridade ou franqueza (cf. Catecismo, 2468). Três aspectos fundamentais desta virtude:

- sinceridade consigo mesmo: é reconhecer a verdade sobre a sua conduta externa e interna: intenções, pensamentos, afectos, etc.; sem medo de esgotar a verdade, sem fechar os olhos à realidade 2;

- sinceridade com os outros: a convivência humana seria impossível se os homens não tivessem reciprocamente confiança, quer dizer, se não dissessem a verdade uns aos outros ou não se comportassem adequadamente, por exemplo, respeitando os contratos ou, em geral, os acordos, a palavra dada (cf. Catecismo, 2469);

- sinceridade com Deus: Deus vê tudo, mas como somos seus filhos quer que Lho manifestemos. «Um filho de Deus trata o Senhor como Pai. Não servilmente, nem com uma reverência formal, de mera cortesia, mas cheio de sinceridade e de confiança. Deus não se escandaliza com os homens. Deus não Se cansa das nossas infidelidades. O nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo até Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é tão verdadeiramente pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e se adianta com a sua graça, abrindo-nos amorosamente os braços» 3.

A sinceridade no sacramento da Confissão e na direcção espiritual são meios de extraordinária eficácia para crescer na vida interior: na simplicidade, na humildade e nas outras virtudes 4. A sinceridade é essencial para perseverar na união com Cristo, porque Ele é a verdade (cf. Jo 14,6) 5.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)

juan ramón areitio

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2464-2499.

Leituras recomendadas:
S. Josemaria, Homilia «O Respeito Cristão pela pessoa e pela sua liberdade», em Cristo que Passa, 67-72.
T. Trigo, «El bien de la verdad», em A. Sarmiento, T. Trigo, E. Molina, Moral de la persona, Eunsa, Pamplona 2006, Quinta Parte, pp. 302-391.
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Notas:
1 Concílio Vaticano II, Decl. Dignitatis Humanae, 2. Cf. Catecismo, 2467.
2 Cf. S. Josemaria, Caminho, 33 e 34; Sulco, 148: «sinceridade selvagem» no exame de consciência.
3 S. Josemaria, Cristo que Passa, 64.


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