Quando
se vive deveras a caridade, não sobra tempo para procurar-se a si próprio; não
há espaço para a soberba; só nos ocorrerão ocasiões de servir! (Forja,
683)
Pensai
nas características dum jumento, agora que vão ficando tão poucos. Não falo dum
burro velho e teimoso, rancoroso, que se vinga com um coice traiçoeiro, mas dum
burriquito jovem, com as orelhas tesas como antenas, austero na comida, duro no
trabalho, com o trote decidido e alegre. Há centenas de animais mais formosos,
mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo preferiu este para se apresentar como rei
diante do povo que O aclamava, porque Jesus não sabe que fazer da astúcia
calculadora, da crueldade dos corações frios, da formosura vistosa mas vã.
Nosso Senhor ama a alegria dum coração moço, o passo simples, a voz sem
falsete, os olhos limpos, o ouvido atento à sua palavra de carinho. E é assim que
reina na alma.
Se
deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores;
seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra!
Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue. (Cristo
que passa, nn. 181–182)
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