Pede
ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e à tua Mãe, que te façam conhecer-te e
chorar por esse montão de coisas sujas que passaram por ti, deixando – ai! –
tanto depósito... E ao mesmo tempo, sem quereres afastar-te dessa consideração,
diz-lhe: – Dá-me, Jesus, um Amor como fogueira de purificação, onde a minha
pobre carne, o meu pobre coração, a minha pobre alma, o meu pobre corpo se consumam,
limpando-se de todas as misérias terrenas... E, já vazio de todo o meu eu,
enche-o de Ti: que não me apegue a nada daqui de baixo; que sempre me sustente
o Amor. (Forja,
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É
a hora de clamar: lembra-Te das promessas que me fizeste, para me encher de
esperança; isto consola-me no meu nada e enche o meu viver de fortaleza. Nosso
Senhor quer que contemos com Ele para tudo: vemos com evidência que sem Ele
nada podemos e que com Ele podemos tudo. E confirma-se a nossa decisão de andar
sempre na Sua presença.
Com
a claridade de Deus no entendimento, que parece inactivo, torna-se-nos
indubitável que, se o Criador cuida de todos – mesmo dos inimigos –, quanto
mais cuidará dos amigos! Convencemo-nos que não há mal nem contradição que não
venham por bem: assim assentam com mais firmeza, no nosso espírito, a alegria e
a paz que nenhum motivo humano poderá arrancar-nos, porque estas visitas deixam
sempre em nós algo de Seu, algo divino. Louvaremos o Senhor Nosso Deus que
efectuou em nós coisas admiráveis e compreenderemos que fomos criados com
capacidade de possuir um tesouro infinito.
Tínhamos
começado com orações vocais, simples, encantadoras, que aprendemos na nossa
meninice e que gostaríamos de não perder jamais. A oração, que começou com essa
ingenuidade pueril, desenvolve-se agora em caudal largo, manso e seguro, porque
acompanha a nossa amizade com Aquele que afirmou: Eu sou o caminho. Se amarmos
Cristo assim, se com divino atrevimento nos refugiarmos na abertura que a lança
deixou no Seu peito, cumprir-se-á a promessa do Mestre: qualquer que me ame
observará a minha doutrina e meu Pai o amará e viremos a ele e nele faremos
morada. (Amigos
de Deus, nn. 305–306)
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