Surgiram
nuvens negras de falta de vontade, de perda de entusiasmo. Caíram aguaceiros de
tristeza, com a clara sensação de te encontrares atado. E, como remate, vieram
os desânimos, que nascem de uma realidade mais ou menos objectiva: tantos anos
a lutar... e ainda estás tão atrasado, tão longe! Tudo isso é necessário, e
Deus conta com isso. Para conseguirmos o "gaudium cum pace" – a paz e
a alegria verdadeiras – havemos de acrescentar à certeza da nossa filiação
divina, que nos enche de optimismo, o reconhecimento da nossa própria fraqueza
pessoal. (Sulco,
78)
Mesmo
nos momentos em que percebemos mais profundamente a nossa limitação, podemos e
devemos olhar para Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, sabendo-nos
participantes da vida divina. Nunca existe razão suficiente para voltarmos
atrás: o Senhor está ao nosso lado. Temos que ser fiéis, leais, encarar as
nossas obrigações, encontrando em Jesus o amor e o estímulo para compreender os
erros dos outros e superar os nossos próprios erros. Assim, todos esses desalentos
– os teus, os meus, os de todos os homens – servem também de suporte ao reino
de Cristo.
Reconheçamos
as nossas fraquezas, mas confessemos o poder de Deus. O optimismo, a alegria, a
convicção firme de que o Senhor quer servir-se de nós têm de informar a vida
cristã. Se nos sentirmos parte dessa Igreja Santa, se nos considerarmos
sustentados pela rocha firme de Pedro e pela acção do Espírito Santo,
decidir-nos-emos a cumprir o pequeno dever de cada instante: semear todos os
dias um pouco. E a colheita fará transbordar os celeiros. (Cristo
que passa, 160)
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