Tens
de conviver, tens de compreender, tens de ser irmão dos homens teus irmãos,
tens de pôr amor – como diz o místico castelhano – onde não há amor, para
colher amor. (Forja, 457)
Jesus
Cristo, que veio salvar todos os povos e deseja associar os cristãos à sua obra
redentora, quis ensinar aos seus discípulos – a ti e a mim – uma caridade
grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos mutuamente como Cristo
nos ama a cada um de nós. Só desta maneira, isto é, imitando o exemplo divino –
dentro da nossa rudeza pessoal – conseguiremos abrir o nosso coração a todos os
homens, amar de um modo mais elevado, inteiramente novo.
Que
bem puseram os primeiros cristãos em prática esta caridade ardente, caridade
que sobressaía e transbordava dos limites da simples solidariedade humana ou da
benignidade de carácter. Amavam-se uns aos outros de modo afectuoso e forte,
através do Coração de Cristo. Um escritor do século II, Tertuliano,
transmitiu-nos o comentário dos pagãos, comovidos ao presenciarem o
comportamento dos fiéis de então, tão cheio de atractivo sobrenatural e humano:
Vede como se amam, repetiam.
Se
notas que não mereces esse louvor agora ou em tantas ocasiões do dia-a-dia; que
o teu coração não reage como devia às exigências divinas, pensa também que
chegou o momento de rectificares.
O
principal apostolado que nós, os cristãos, temos de realizar no mundo, o melhor
testemunho de fé é contribuir para que dentro da Igreja se respire o clima de
autêntica caridade. Quando não nos amamos verdadeiramente, quando há ataques,
calúnias e inimizades, quem se sentirá atraído pelos que afirmam que pregam a
Boa Nova do Evangelho? (Amigos de Deus, nn. 225–226)
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