Está
a ajudar-te muito, dizes-me, este pensamento: desde os primeiros cristãos,
quantos comerciantes terão sido santos? E queres demonstrar que também agora
isso é possível... O Senhor não te abandonará nesse empenho. (Sulco,
490)
Para
seguir os passos de Cristo, o apóstolo de hoje não vem reformar nada, e menos
ainda desentender-se da realidade histórica que o rodeia... Basta-lhe actuar
como os primeiros cristãos, vivificando o ambiente. (Sulco,
320)
O
que sempre ensinei – desde há quarenta anos – é que todo o trabalho humano
honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a
maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com
perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens). Porque,
feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui
para a ordenação cristã das realidades temporais – a manifestação da sua
dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da
Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se,
converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.
Ao
recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis – que Deus criou o
homem para que trabalhasse –, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a
quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão.
Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e
santificou. Vemos no trabalho – na nobre e criadora fadiga dos homens – não só
um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da
sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas
também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens
entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação. (Temas
Actuais do Cristianismo, 10)
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