A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mt 26, 30-56
30 Depois do canto dos salmos, saíram para o monte
das Oliveiras. 31 Então Jesus disse-lhes: «A todos vós serei esta
noite uma ocasião de escândalo, porque está escrito: “Ferirei o pastor e as ovelhas
do rebanho se dispersarão”. 32 Porém, depois de Eu ressuscitar, irei
diante de vós para a Galileia». 33 Pedro respondeu-Lhe: «Ainda que
todos se escandalizem a Teu respeito, eu nunca me escandalizarei». 34
Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, negar-Me-ás
três vezes». 35 Pedro disse: «Ainda que eu tenha de morrer contigo,
não Te negarei». Do mesmo modo falaram todos os discípulos. 36 Então
foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsemani, e disse-lhes: «Sentai-vos
aqui, enquanto Eu vou acolá orar». 37 E, tendo tomado consigo Pedro
e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. 38
Disse-lhes então: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai
comigo». 39 Adiantando-Se um pouco, prostrou-Se com o rosto em terra,
e fez esta oração: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice! Todavia,
não se faça como Eu quero, mas sim como Tu queres». 40 Depois foi
ter com os Seus discípulos, encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Então não
pudeste vigiar uma hora comigo? 41 Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca».
42 Retirou-Se de novo pela segunda vez, e orou assim: «Meu Pai, se
este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade».43
Foi novamente e encontrou-os a dormir, porque os seus olhos estavam carregados
de sono. 44 Deixando-os, foi de novo, e orou terceira vez, dizendo
as mesmas palavras. 45 Depois foi ter novamente com os discípulos, e
disse-lhes: «Dormi agora e descansai, eis que chegou a hora em que o Filho do
Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 46 Levantai-vos,
vamos. Eis que se aproxima aquele que Me há-de entregar». 47 Estando
Ele ainda a falar, eis que chega Judas, um dos doze, e com ele uma grande
multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos
anciãos do povo. 48 O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele a
quem eu beijar, é esse; prendei-O». 49 Aproximando-se logo de Jesus,
disse: «Salve, Mestre!». E deu-Lhe um beijo.50 Jesus disse-lhe: «Amigo,
a que vieste?». Então avançaram, lançaram mãos a Jesus, e prenderam-n'O. 51
E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão desembainhou a sua
espada, e, ferindo um servo do Sumo-sacerdote, cortou-lhe uma orelha.52
Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada no seu lugar, porque todos os que pegarem
na espada morrerão à espada. 53 Julgas porventura que Eu não posso
rogar a Meu Pai e que poria já ao Meu dispor mais de doze legiões de anjos? 54
Mas, como se cumprirão as Escrituras segundo as quais assim deve suceder?».55
Depois, Jesus disse à multidão: «Vós viestes armados de espadas e varapaus para
Me prender, como se faz a um ladrão. Todos os dias estava Eu sentado entre vós
a ensinar no templo, e não Me prendestes». 56 Mas tudo isto aconteceu
para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos O
abandonaram e fugiram.
C. I. C. nr. 455 a 483
I.
Porque é que o Verbo
encarnou?
456. Com o Credo
Niceno-Constantinopolitano, respondemos confessando: «Por nós, homens, e para
nossa salvação, desceu dos céus; e encarnou pelo Espírito Santo no seio da
Virgem Maria e Se fez homem» (79).
457. O Verbo fez-Se
carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus: «Foi Deus que nos amou e
enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10).
«O Pai enviou o Filho como salvador do mundo» (1 Jo 4, 14). «E Ele veio para tirar
os pecados» (1 Jo 3, 5):
«Enferma, a nossa
natureza precisava de ser curada; decaída, precisava de ser elevada; morta,
precisava de ser ressuscitada. Tínhamos perdido a posse do bem; era preciso que
nos fosse restituído. Encerrados nas trevas, precisávamos de quem nos trouxesse
a luz; cativos, esperávamos um salvador: prisioneiros, esperávamos um auxílio;
escravos, precisávamos dum libertador. Seriam razões sem importância? Não
seriam suficientes para comover a Deus, a ponto de O fazer descer até à nossa
natureza humana para a visitar, já que a humanidade se encontrava em estado tão
miserável e infeliz?» (80).
458. O Verbo fez-Se
carne, para que assim conhecêssemos o amor de Deus: «Assim se manifestou o amor
de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que
vivamos por Ele» (I Jo 4, 9). «Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o
seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n'Ele não pereça, mas
tenha a vida eterna» (Jo 3, 16).
459. O Verbo fez-Se
carne, para ser o nosso modelo de santidade: «Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de Mim [...]» (Mt 11, 29). «Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6). E o Pai, na montanha da Transfiguração,
ordena: «Escutai-o» (Mc 9, 7) (81). De facto, Ele é o modelo das
bem-aventuranças e a norma da Lei nova: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos
amei» (Jo 15, 12). Este amor implica a oferta efectiva de nós mesmos, no seu
seguimento (82).
460. O Verbo fez-Se
carne, para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Pe 1, 4): «Pois
foi por essa razão que o Verbo Se fez homem, e o Filho de Deus Se fez Filho do
Homem: foi para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim
a adopção divina, se tornasse filho de Deus» (83). «Porque o Filho de Deus
fez-Se homem, para nos fazer deuses» (84). «Unigenitus [...] Dei Filias, suae
divinitatis volens nos esse participes, naturam nostram assumpsit, ut homines
deos faceret factos homo – O Filho Unigénito de Deus, querendo que fôssemos
participantes da sua divindade, assumiu a nossa natureza para que, feito homem,
fizesse os homens deuses» (84).
II. A Encarnação
461. Retomando a
expressão de São João («o Verbo fez-Se carne»: Jo 1, 14), a Igreja chama
«Encarnação» ao facto de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana, para
nela levar a efeito a nossa salvação. Num hino que nos foi conservado por São
Paulo, a Igreja canta este mistério:
«Tende em vós os mesmos
sentimentos que havia em Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, não se
valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio, assumindo a condição
de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se
ainda mais, obedecendo até à morte, e morte de Cruz» (Fl 2, 5-8) (86).
462. A Epístola aos
Hebreus fala do mesmo mistério:
«É por isso que, ao
entrar neste mundo, Cristo diz: "Não quiseste sacrifícios e oferendas, mas
formaste-Me um corpo. Holocaustos e imolações pelo pecado não Te foram
agradáveis. Então Eu disse: Eis-Me aqui [...] para fazer a tua vontade"»
(Heb 10, 5-7, citando o Sl 40. 7-9, segundo os LXX).
463. A fé na verdadeira
Encarnação do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: «Nisto haveis de
reconhecer o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo
encarnado é de Deus» (1 Jo 4, 2). É esta a alegre convicção da Igreja desde o
seu princípio, ao cantar «o grande mistério da piedade»: «Ele manifestou-Se na
carne» (1 Tm 3, 16).
III. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem
464. O acontecimento
único e absolutamente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que
Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que seja o resultado de
uma mistura confusa do divino com o humano. Ele fez-Se verdadeiro homem, permanecendo
verdadeiro Deus. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Esta
verdade da fé, teve a Igreja de a defender e clarificar no decurso dos
primeiros séculos, perante heresias que a falsificavam.
465. As primeiras heresias
negaram menos a divindade de Cristo que a sua verdadeira humanidade (docetismo
gnóstico). Desde os tempos apostólicos que a fé cristã insistiu sobre a verdadeira
Encarnação do Filho de Deus «vindo na carne» (87). Mas, a partir do
século III, a Igreja teve de afirmar, contra Paulo de Samossata, num concilio
reunido em Antioquia, que Jesus Cristo é Filho de Deus por natureza e não por
adopção. O primeiro Concílio ecuménico de Niceia, em 325, confessou no seu
Credo que o Filho de Deus é «gerado, não criado, consubstancial ('homoúsios')
ao Pai» (88); e condenou Ario, o qual afirmava que «o Filho de Deus
saiu do nada» (89) e devia ser «duma substância diferente da do Pai»
(90).
466. A heresia
nestoriana via em Cristo uma pessoa humana unida à pessoa divina do Filho de
Deus. Perante esta heresia, São Cirilo de Alexandria e o terceiro Concilio
ecuménico, reunido em Éfeso em 431,confessaram que «o Verbo, unindo na sua pessoa
uma carne animada por uma alma racional, Se fez homem» (91). A
humanidade de Cristo não tem outro sujeito senão a pessoa divina do Filho de
Deus, que a assumiu e a fez sua desde que foi concebida. Por isso, o Concílio
de Éfeso proclamou, cm 431, que Maria se tornou, com toda a verdade. Mãe de
Deus, por ter concebido humanamente o Filho de Deus em seu seio: «Mãe de Deus,
não porque o Verbo de Deus dela tenha recebido a natureza divina, mas porque
dela recebeu o corpo sagrado, dotado duma alma racional, unido ao qual, na sua
pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne» (92).
467. Os monofisitas
afirmavam que a natureza humana tinha deixado de existir, como tal, em Cristo,
sendo assumida pela sua pessoa divina de Filho de Deus. Confrontando-se com
esta heresia, o quarto Concílio ecuménico, em Calcedónia, no ano de 451, confessou:
«Na sequência dos santos
Padres, ensinamos unanimemente que se confesse um só e mesmo Filho, nosso
Senhor Jesus Cristo, igualmente perfeito na divindade e perfeito na humanidade,
sendo o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto duma alma
racional e dum corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial
a nós pela sua humanidade, «semelhante a nós em tudo, menos no pecado» (93):
gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nestes últimos
dias, por nós e pela nossa salvação, nascido da Virgem Mãe de Deus segundo a
humanidade.
Um só e mesmo Cristo,
Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão,
sem mudança, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é
abolida pela sua união; antes, as propriedades de cada uma são salvaguardadas e
reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase» (94).
468. Depois do Concílio
de Calcedónia, alguns fizeram da natureza humana de Cristo uma espécie de
sujeito pessoal. Contra eles, o quinto Concílio ecuménico, reunido em
Constantinopla em 553, confessou a propósito de Cristo: «não há n'Ele senão uma
só hipóstase (ou pessoa), que é nosso Senhor Jesus Cristo, um da santa
Trindade» (95). Tudo na humanidade de Cristo deve, portanto, ser
atribuído à sua pessoa divina como seu sujeito próprio (96); não só os
milagres, mas também os sofrimentos (97) e a própria morte: «Aquele
que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus,
Senhor da glória e um da Santíssima Trindade» (98).
469. Assim, a Igreja
confessa que Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É
verdadeiramente o Filho de Deus feito homem, nosso irmão, e isso sem deixar de
ser Deus, nosso Senhor:
«Id quod fuit remansit,
et quod non fuit assumpsit» – «Continuou a ser o que era e assumiu o que não
era», como canta a Liturgia Romana (90). E a Liturgia de São João
Crisóstomo proclama e canta: «Ó Filho único e Verbo de Deus, sendo imortal. Vos
dignastes, para nossa salvação, encarnar no seio da Santa Mãe de Deus e sempre
Virgem Maria, e sem mudança Vos fizestes homem e fostes crucificado! Ó Cristo
Deus, que por Vossa morte esmagastes a morte, que sois um da Santíssima
Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salvai-nos!» (100).
IV. Como é que o Filho de Deus é homem
470. Uma vez que, na
união misteriosa da Encarnação, «a natureza humana foi assumida, não absorvida»
(101), a Igreja, no decorrer dos séculos, foi levada a confessar a
plena realidade da alma humana, com as suas operações de inteligência e
vontade, e do corpo humano de Cristo. Mas, paralelamente, a mesma Igreja teve
de lembrar repetidamente que a natureza humana de Cristo pertence, como
própria, à pessoa divina do Filho de Deus que a assumiu. Tudo o que Ele fez e
faz nela, depende de «um da Trindade». Portanto, o Filho de Deus comunica à sua
humanidade o seu próprio modo de existir pessoal na Santíssima Trindade. E
assim, tanto na sua alma como no seu corpo, Cristo exprime humanamente os
costumes divinos da Trindade (102):
«O Filho de Deus trabalhou
com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade
humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente
um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (103).
A ALMA E O CONHECIMENTO HUMANO DE CRISTO
471. Apolinário de
Laodiceia afirmava que, em Cristo, o Verbo tinha ocupado o lugar da alma ou do
espírito. Contra este erro, a Igreja confessou que o Filho eterno assumiu
também uma alma racional humana (104).
472. Esta alma humana,
que o Filho de Deus assumiu, é dotada de um verdadeiro conhecimento humano.
Como tal, este não podia ser por si mesmo ilimitado. Exercia-se nas condições
históricas da sua existência no espaço e no tempo. Foi por isso que o Filho de
Deus, fazendo-Se homem, pôde aceitar «crescer em sabedoria, estatura e graça»
(Lc 2, 52) e também teve de Se informar sobre o que, na condição humana, deve
aprender-se de modo experimental (105). Isso correspondia à
realidade do seu abatimento voluntário na «condição de servo» (106).
473. Mas, ao mesmo
tempo, este conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a
vida divina da sua pessoa (107). «A natureza humana do Filho de
Deus, não por si mesma, mas pela sua união com o Verbo, conhecia e manifestava
em si tudo o que é próprio de Deus» (108). É o caso, em primeiro
lugar, do conhecimento íntimo e imediato que o Filho de Deus feito homem tem do
seu Pai (109). O Filho também mostrava, no seu conhecimento humano,
a clarividência divina que tinha dos pensamentos secretos do coração dos homens
(110).
474. Pela sua união com
a Sabedoria divina na pessoa do Verbo Encarnado, o conhecimento humano de
Cristo gozava, em plenitude, da ciência dos desígnios eternos que tinha vindo
revelar (111). O que neste domínio Ele reconhece ignorar (112)
declara, noutro ponto, não ter a missão de o revelar (113).
A VONTADE HUMANA DE CRISTO
475. De igual modo, a
Igreja confessou, no sexto Concilio ecuménico, que Cristo possui duas vontades
e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas mas cooperantes, de
maneira que o Verbo feito carne quis humanamente, em obediência ao Pai, tudo
quanto decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação (114).
A vontade humana de Cristo «segue a sua vontade divina, sem fazer resistência
nem oposição em relação a ela, antes estando subordinada a essa vontade
omnipotente» (115).
O VERDADEIRO CORPO DE CRISTO
476. Uma vez que o Verbo
Se fez carne, assumindo uma verdadeira natureza humana, o corpo de Cristo era
circunscrito (116). Portanto, o rosto humano de Jesus pode ser
«pintado» (117). No VII Concílio ecuménico (118), a
Igreja reconheceu como legítimo que ele fosse representado em santas imagens.
477. Ao mesmo tempo, a
Igreja sempre reconheceu que, no corpo de Jesus, «Deus que, por sua natureza,
era invisível, tornou-Se visível aos nossos olhos» (119). Com
efeito, as particularidades individuais do corpo de Cristo exprimem a pessoa
divina do Filho de Deus. Este fez seus os traços do seu corpo humano, de tal
modo que, pintados numa imagem sagrada, podem ser venerados porque o crente que
venera a sua imagem, «venera nela a pessoa nela representada» (120).
O CORAÇÃO DO VERBO ENCARNADO
478. Jesus conheceu-nos
e amou-nos, a todos e a cada um, durante a sua vida, a sua agonia e a sua
paixão, entregando-Se por cada um de nós: «O Filho de Deus amou-me e entregou-Se
por mim» (Gl 2, 20). Amou-nos a todos com um coração humano. Por esse motivo, o
Sagrado Coração de Jesus, trespassado pelos nossos pecados e para nossa
salvação (121), «praecipuus consideratur index et symbolus... illius
amoris, quo divinus Redemptor aeternum Patrem hominesque universos continenter
adamat é considerado sinal e símbolo por excelência... daquele amor com que o
divino Redentor ama sem cessar o eterno Pai e todos os homens» (122).
Resumindo:
479. No tempo estabelecido por Deus, o Filho Unigénito do Pai, a
Palavra eterna, isto é, o Verbo e imagem substancial do Pai, encarnou. Sem
perder a natureza divina, assumiu a natureza humana.
480. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade
da sua Pessoa divina; por essa razão, Ele é o único mediador entre Deus e os
homens.
481. Jesus Cristo tem duas naturezas, a divina e a humana, não confundidas,
mas unidas na única Pessoa do Filho de Deus.
482. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Cristo tem uma inteligência
e uma vontade humanas em perfeito acordo e submissão à inteligência e vontade
divinas, que Ele tem em comum com o Pai e o Espírito Santo.
483. A encarnação é, pois, o mistério da união admirável da natureza
divina e da natureza humana, na única Pessoa do Verbo.
__________________________________
Notas:
80. São Gregório de Nissa, Oratio catechetica 15, 3: TD 7, 78 (PG
45, 48).
81. Cf. Dt 6, 4-5.
82. Cf. Mc 8, 34.
83. Santo Ireneo de Lião,
Adversus haereses 3, 19, 1: SC 211, 374 (PG 7, 939).
84. Santo Atanasio, De Incarnatione, 54, 3: SC 199, 458 (PG 25,
192B).
85. São Tomás de Aquino, Officium de festo corporis Christi, Ad
Matutinas. In primo Nocturno, Lectio 1: Opera omnia, v. 29 (Parisiis 1876) p.
336.
86. Cf. Cântico nas I Vésperas de Domingo: Liturgia Horarum,
editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1973-1974), v. 1, p. 545.629.718 e
808: v. 2, p. 844.937.1037 e 1129: v. 3. p. 548.669.793 e 916; v. 4, p.
496.617.741 e 864 [Ed. portuguesa: Liturgia das Horas (Gráfica de Coimbra
1983), v. I. p. 621.710.803 e 897: v. 2, p. 984, 1079, 1182 e 1278; v. 3. p.
685.800.918 e 1032; v. 4, p.633.748.866 e 980].
87. Cf. 1 Jo 4, 2-3; 2 Jo 7.
88. Símbolo de Niceia: DS 125.
89. Concílio de Nicéia, Epistula synodalis «Epeidê tês» ad
Aegyptios: DS 130.
90. Símbolo de Niceia: DS 126.
91. Concílio de Éfeso, Epistula II Cyrilli Alexandrini ad
Nestorium: DS250.
92. Concílio de Éfeso,
Epistola II Cyrilli Alexandrini ad Nestorium: DS251.
93. Cf. Heb 4, 15.
94. Concílio de Calcedónia, Symbolum: DS 301-302.
95. II Concílio de Constantinopla, Sess. 8ª, Canon 4: DS 424.
96. Cf. Concílio de Éfeso, Anathematismi Cyrilli Alexandrini, 4:
DS 255.
97. Cf. II Concílio de Constantinopla, Sess. 8ª, Canon 3: DS 423.
98. Cf. II Concílio de Constantinopla, Sess. 8ª, Canon 10: DS 432.
99. Antífona do «Benedictus» no ofício da Solenidade de Santa
Maria Mãe de Deus: Liturgia Horarum, editio typica, v. 1 (Typis Polyglottis
Vaticanis 1973) p. 394 [a edição oficial portuguesa omite a versão deste texto:
Liturgia das Horas (Gráfica de Coimbra 1983),v. 1, p. 438]: cf. São Leão Magno,
Sermão 21. 2: CCL138, 87 (PL 54, 192).
100. Ofício das Horas Bizantino, Tropário «O monoghenis»:
«Horológion tò méga (Romae 1876) p. 82.
101. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 22:
AAS 58 (1966) 1042.
102. Cf. Jo 14. 9-10.
103. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 22:
AAS 58 (1966) 1042-1043.
104. Cf. São Dâmaso I, Epistula «Hóti tê apostolikê kathédra»: DS
149.
105. Cf. Mc 6. 38: 8. 27; Jo 11. 34: etc.
106. Cf. Fl 2, 7.
107. Cf. São Gregório Magno, Ep. Sicut aqua: DS 475.
108. São Máximo Confessor, Quaestiones et dubia, Q. I, 67: CCG10,
155 (66: PG 90. 840).
109. Cf. Mc 14, 36: Mt 11. 27; Jo I. 18; 8. 55; etc.
110. Cf. Mc 2. 8; Jo 2, 25; 6. 61; etc.
111. Cf. Mc 8, 31; 9. 31: 10. 33-34; 14, 18-20. 26-30.
112. Cf. Mc 13. 32.
113. Cf. Act 1, 7.
114. Cf. III Concílio de Constantinopla (ano 681). Sess.18.ª,
Definido de duabus in Christo voluntatibus et operatianibus: DS 556-559.
115. III Concílio de Constantinopla (ano 681), Sess.18ª, Definitio
de duabus in Christo voluntatibus et operationibus: DS 556.
116. Cf. Concílio de Latrão (ano 649). Canon 4: DS 504.
117. Cf. Gl 3, 1.
118. Concílio de Nicéia (ano 787), Act. 7ª, Definitio de sacris
imaginibus: DS 600-603.
119. Prefácio do Natal II: Missale Romanum, editio typica (Typis
Polyglottis Vaticanis 1970), p. 396 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, p.
458].
120. Concílio de Nicéia, Act.7ª, Definitio de sacris imaginibus:
DS 601.
121. Cf. Jo 19, 34.
122. Pio XII, Enc. Haurietis aquas: DS 3924: cf. ID.. Enc. Mystici
corporis: DS 3812.
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