Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 2, 1-23
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 2, 1-23
1 Tendo nascido Jesus em Belém de Judá,
no tempo do rei Herodes, eis que uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém, 2
dizendo: «Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a
Sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O». 3 Ao ouvir isto, o rei
Herodes turbou-se, e toda a Jerusalém com ele. 4 E, convocando todos
os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de
nascer o Messias. 5 Eles disseram-lhe: «Em Belém de Judá, porque
assim foi escrito pelo profeta: 7 “E tu, Belém, terra de Judá, de
modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá
um chefe que apascentará Israel, Meu povo”». 6 Então Herodes, tendo
chamado secretamente os Magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em
que lhes tinha aparecido a estrela; 8 depois, enviando-os a Belém,
disse: «Ide, informai-vos bem acerca do Menino, e, quando O encontrardes,
comunicai-mo, a fim de que também eu O vá adorar». 9 Tendo ouvido as
palavras do rei, eles partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente
ia adiante deles, até que, chegando sobre o lugar onde estava o Menino, parou. 10
Vendo novamente a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. 11
Entraram na casa, viram o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O
adoraram; e, abrindo os seus tesouros ofereceram-Lhe presentes de ouro, incenso
e mirra. 12 Em seguida, avisados em sonhos por Deus para não
tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho. 13
Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe
disse: «Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egipto, e fica lá até
que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para O matar». 14
Ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e Sua mãe, e retirou-se para o
Egipto. 15 Lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo
o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta: “Do Egipto chamei o Meu
filho”. 16 Então Herodes, percebendo que tinha sido enganado pelos
Magos, irou-se em extremo, e mandou matar, em Belém e em todos os seus
arredores, todos os meninos de idade de dois anos para baixo, segundo a data
que tinha averiguado dos Magos. 17 Cumpriu-se então o que estava
anunciado pelo profeta Jeremias: 18 “Uma voz se ouviu em Ramá,
pranto e grande lamentação; Raquel chorando os seus filhos, sem admitir
consolação, porque já não existem”. 19 Morto Herodes, o anjo do
Senhor apareceu em sonhos a José, no Egipto, 20 e disse-lhe:
«Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque
morreram os que procuravam tirar a vida ao Menino». 21 Ele
levantou-se, tomou o Menino e Sua mãe, e voltou para a terra de Israel. 22
Mas, ouvindo dizer que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes,
teve medo de ir para lá; e, avisado por Deus em sonhos, retirou-se para a
região da Galileia, 23 e foi habitar numa cidade chamada Nazaré,
cumprindo-se deste modo o que tinha sido anunciado pelos profetas: “Será
chamado nazareno”.
PONTIFÍCIO CONSELHO «JUSTIÇA E PAZ»
COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
CAPÍTULO I
O
DESÍGNIO DE AMOR DE DEUS A TODA A HUMANIDADE
III. A PESSOA HUMANA NO
DESÍGNIO DE AMOR DE DEUS
a) O Amor trinitário,
origem e meta da pessoa humana
34
A revelação em Cristo do mistério de Deus como Amor trinitário é também a
revelação da vocação da pessoa humana ao amor. Tal revelação ilumina a
dignidade e a liberdade pessoal do homem e da mulher, bem como a intrínseca
sociabilidade humana em toda a profundidade: «Ser pessoa à imagem e semelhança
de Deus comporta... um existir em relação, em referência ao outro “eu”» [36] ,
porque o próprio Deus, uno e trino, é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Na
comunhão de amor que é Deus, em que as três Pessoas divinas se amam
reciprocamente e são o Único Deus, a pessoa humana é chamada a descobrir a
origem e a meta da sua existência e da história. Os Padres Conciliares, na
Constituição Pastoral «Gaudium et spes», ensinam que «quando o Senhor Jesus
pede ao Pai que “todos sejam um..., como nós também somos um” (Jo 17, 21-22),
abrindo perspectivas inacessíveis à razão humana, acena a uma certa semelhança
entre a união das Pessoas divinas e a união dos filhos de Deus, na verdade e na
caridade. Esta semelhança mostra que o homem, única criatura na terra que Deus
quis por si mesma, não pode realizar-se plenamente senão pelo dom sincero de si
mesmo (cf. Lc 17, 33)» [37].
35
A revelação cristã projecta uma nova luz sobre a identidade, sobre a vocação e
sobre o destino último da pessoa e do género humano. Toda a pessoa é criada por
Deus, amada e salva em Jesus Cristo, e realiza-se tecendo multíplices relações
de amor, de justiça e de solidariedade com as outras pessoas, na medida em que
desenvolve a sua multiforme actividade no mundo. O agir humano, quando tende a
promover a dignidade e a vocação integral da pessoa, a qualidade das suas
condições de existência, o encontro e a solidariedade dos povos e das nações, é
conforme ao desígnio de Deus, que nunca deixa de mostrar o Seu amor e a Sua
Providência para com Seus filhos.
36
As páginas do primeiro livro da Sagrada Escritura, que descrevem a criação do
homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26-27), encerram um
ensinamento fundamental sobre a identidade e a vocação da pessoa humana.
Dizem-nos que a criação do homem e da mulher é um acto livre e gratuito de
Deus; que o homem e a mulher constituem, porque livres e inteligentes, o tu criado
de Deus e que somente na relação com Ele podem descobrir e realizar o
significado autêntico e pleno de sua vida pessoal e social; que estes,
precisamente na sua complementaridade e reciprocidade, são a imagem do Amor
Trinitário no universo criado; que a eles, que são o ápice da criação, o
Criador confia a tarefa de ordenar, segundo o desígnio do seu Criador, a natureza
criada (cf. Gn 1, 28).
37
O livro da Génese propõe-nos algumas linhas mestras da antropologia cristã: a dignidade
inalienável da pessoa humana, que tem a sua raiz e a sua garantia no desígnio
criador de Deus; a sociabilidade constitutiva do ser humano, que tem o seu
protótipo na relação originária entre o homem e a mulher, «união, esta, que foi
a primeira expressão da comunhão de pessoas» [38]; o significado do agir humano
no mundo, que é ligado à descoberta e ao respeito da lei natural que Deus imprimiu
no universo criado, para que a humanidade o habite e guarde segundo o Seu projecto
(cf. 2Pd 3, 13). Esta visão da pessoa humana, da sociedade e da história é
radicada em Deus e é iluminada pela realização do Seu desígnio de salvação.
b) A salvação cristã: para
todos os homens e do homem todo
38
A salvação que, por iniciactiva de Deus Pai, é oferecida em Jesus Cristo e é actualizada
e difundida por obra do Espírito Santo, é salvação para todos os homens e do
homem todo: é salvação universal e integral. Diz respeito à pessoa humana em
todas as suas dimensões: pessoal e social, espiritual e corpórea, histórica e
transcendente. Começa a realizar-se já na história, porque tudo o que é criado
é bom e querido por Deus e porque o Filho de Deus se fez um de nós [39]. O seu
cumprimento, porém, encontra-se no futuro que Deus nos reserva, quando formos
chamados, com toda a criação (cf. Rm 8), a participar da ressurreição de Cristo
e da comunhão eterna de vida com o Pai, na alegria do Espírito Santo. Esta
perspectiva indica precisamente o erro e o engano das visões puramente
imanentistas do sentido da história e das pretensões de auto-salvação do homem.
39
A salvação que Deus oferece aos Seus filhos requer a sua livre resposta e
adesão. Nisso consiste a fé, «pela qual o homem se entrega livre e totalmente a
Deus» [40], respondendo ao Amor preveniente e sobre-abundante de Deus (cf. 1 Jo
4, 10) com o amor concreto aos irmãos e com firme esperança, «porque é fiel
Aquele cuja promessa aguardamos» (Hb 10, 23). O plano divino de salvação, na verdade,
não coloca a criatura humana num estado de mera passividade o de menoridade em
relação ao seu Criador, porque a relação com Deus, que Jesus Cristo nos
manifesta e no qual nos introduz gratuitamente por obra do Espírito Santo, é
uma relação de filiação: a mesma que Jesus vive em relação ao Pai (cf. Jo
15-17; Gal 4, 6-7).
40
A universalidade e a integralidade da salvação, doada em Jesus Cristo, tornam
incindível o nexo entre a relação que a pessoa é chamada a ter com Deus e a responsabilidade
ética para com o próximo, na concretude das situações históricas. Isto se
intui, ainda que confusamente e não sem erros, na busca humana universal de
verdade e de sentido, mas torna-se estrutura fundamental da Aliança de Deus com
Israel, como testemunham, por exemplo, as tábuas da Lei e a pregação profética.
Tal
nexo é expresso com clareza e em perfeita síntese no ensinamento de Jesus
Cristo e confirmado definitivamente pelo testemunho supremo do dom de Sua vida,
em obediência à vontade do Pai e por amor aos irmãos. Ao escriba que lhe
pergunta: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» (Mc 12, 28), Jesus
responde: «O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso
Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda
a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o
segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que
estes não existe» (Mc 12, 29-31).
No
coração da pessoa humana se entrelaçam indissoluvelmente a relação com Deus,
reconhecido como Criador e Pai, fonte e termo da vida e da salvação, e a
abertura ao amor concreto pelo homem, que deve ser tratado como um outro “eu”,
ainda que seja um inimigo (cf. Mt 5, 43-44). Na dimensão interior e espiritual
do homem se radicam, ao fim e ao cabo, o empenho pela justiça e pela
solidariedade, pela edificação de uma vida social, económica e política
conforme com o desígnio de Deus.
c) O discípulo de Cristo
qual nova criatura
41
A vida pessoal e social, assim como o agir humano no mundo, são sempre
insidiados pelo pecado, mas Jesus Cristo, «padecendo por nós, não nos deu
simplesmente o exemplo para seguirmos os Seus passos, mas rasgou um caminho
novo: se o seguirmos, a vida e a morte tornam-se santas e adquirem um sentido
diferente» [41]. O discípulo de Cristo adere, na fé e mediante os sacramentos,
ao mistério pascal de Jesus, de sorte que, o seu homem velho, com as suas más
inclinações, é crucificado com Cristo. Qual nova criatura, fica então habilitado,
na graça, a caminhar em «uma vida nova» (Rom 6, 4). Tal caminho, porém, «vale
não apenas para os que crêem em Cristo, mas para todos os homens de boa
vontade, no coração dos quais, invisivelmente, opera a graça. Na verdade, se
Cristo morreu por todos e vocação última do homem é realmente uma só, a saber,
divina, nós devemos acreditar que o Espírito Santo oferece a todos, de um modo
que só Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao mistério pascal» [42].
42
A transformação interior da pessoa humana, na sua progressiva conformação a
Cristo, é um pressuposto essencial de uma real renovação das suas relações com
as outras pessoas: «É preciso, então, apelar às capacidades espirituais e
morais da pessoa e à exigência permanente de sua conversão interior, a fim de
obter mudanças sociais que estejam realmente a seu serviço. A prioridade
reconhecida à conversão do coração não elimina absolutamente, antes impõe, a
obrigação de trazer às instituições e às condições de vida, quando estas
provocam o pecado, o saneamento conveniente, para que sejam conformes às normas
da justiça e favoreçam o bem, em vez de pôr-lhe obstáculos» [43].
43
Não é possível amar o próximo como a si mesmo e perseverar nesta atitude, sem a
firme e constante determinação de empenhar-se em prol do bem de todos e de cada
um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos [44]. Segundo
o ensinamento conciliar, «também àqueles que pensam e fazem de modo diferente
do nosso em matéria social, política e, inclusivamente, religiosa, deve
estender-se o respeito e a caridade; quanto nos esforçamos para penetrar
intimamente com benevolência e amor, nos seus modos de ver, mais fácil se
tornará um diálogo com eles» [45]. Nesse caminho é necessária a graça, que Deus
oferece ao homem para ajudá-lo a superar os falhanços, para arrancá-lo da
voragem da mentira e da violência, para sustentá-lo e incentivá-lo a tecer de
novo, com espírito sempre renovado e disponível, a rede das relações
verdadeiras e sinceras com os seus semelhantes [46].
44
Também a relação com o universo criado e as diversas actividades que o homem
dedica ao seu cuidado e transformação, quotidianamente ameaçadas pela soberba e
amor desordenado de si, devem ser purificadas e levadas à perfeição pela cruz e
ressurreição de Cristo: «Resgatado por Cristo e tornado nova criatura no
Espírito Santo, o homem pode e deve amar, com efeito, as coisas criadas por
Deus. Pois de Deus as recebe: vê-as como brotando da Sua mão e como tais as
respeita. Dando graças por elas ao Benfeitor, e usando e gozando das criaturas
em espírito de pobreza e liberdade, é então que entra deveras na posse do
mundo, como quem nada tem e é dono de tudo: com efeito “tudo é vosso: vós sois
de Cristo, e Cristo é de Deus” (1 Cor 3, 22-23)» [47].
d) Transcendência da
salvação e autonomia das realidades terrestres
45
Jesus Cristo é o Filho de Deus humanado no qual e graças ao qual o mundo e o
homem aurem a sua autêntica e plena verdade. O mistério da infinita proximidade
de Deus em relação ao homem – realizado na Encarnação de Jesus Cristo, levado
até ao abandono na cruz e à morte – mostra que quanto mais o humano é visto à
luz do desígnio de Deus e vivido em comunhão com Ele, tanto mais é potenciado e
libertado na sua identidade e na mesma liberdade que lhe é própria. A
participação na vida filial de Cristo, tornada possível pela Encarnação e pelo
dom pascal do Espírito, longe de mortificar, tem o efeito de fazer desabrochar
a consistência e identidade autêntica e autónoma dos seres humanos, em todas as
suas expressões.
Esta
perspectiva orienta para uma visão mais correcta das realidades terrestres e da
sua autonomia, que é bem sublinhada pelo ensinamento do Concílio Vaticano II:
«Se por autonomia das realidades terrestres se entende que as coisas criadas e
as próprias sociedades têm as suas leis e os seus valores próprios, que o homem
gradualmente deve descobrir, utilizar e organizar, tal exigência de autonomia é
plenamente legítima... corresponde à vontade do Criador. Com efeito, é pela
virtude da própria criação que todas as coisas estão dotadas de consistência,
verdade, bondade, de leis próprias e de uma ordem que o homem deve respeitar, e
reconhecer os métodos próprios de cada uma das ciências ou técnicas» [48].
46
Não há conflituosidade entre Deus e o homem, mas uma relação de amor na qual o
mundo e os frutos do agir do homem no mundo são objecto de dom recíproco entre
o Pai e os filhos, e dos filhos entre si, em Cristo Jesus: n’Ele e graças a
Ele, o mundo e o homem alcançam o seu significado autêntico e originário. Numa
visão universal do amor de Deus que abraça tudo o que é, o próprio Deus revelou-se-nos
em Cristo como Pai e Doador de vida, e o homem é-nos revelado como aquele que,
em Cristo, tudo recebe de Deus como dom, em humildade e liberdade, e tudo
possui verdadeiramente como seu, quando conhece e vive tudo como coisa de Deus,
por Deus originada e a Deus destinada. A este propósito, o Concílio Vaticano II
ensina: «Se por autonomia do temporal se entende que as coisas criadas não
dependem de Deus e que o homem pode usá-las de tal maneira que as não refira ao
Criador, não há ninguém que acredite em Deus, que não perceba quão falsas são
tais afirmações. Na verdade, a criatura sem o Criador perde o sentido» [49].
47
A pessoa humana, em si mesma e na sua vocação, transcende o horizonte do
universo criado, da sociedade e da história: o seu fim último é o próprio Deus
[50], que se revelou aos homens para convidá-los e recebê-los na comunhão com
Ele [51]. «O homem não se pode doar a um projecto da realidade somente humano,
nem a um ideal abstracto ou a falsas utopias. Ele, enquanto pessoa, consegue
doar-se a uma outra pessoa ou outras pessoas e, enfim, a Deus, que é o autor do
seu ser e o único que pode acolher plenamente o seu dom» [52]. Por isso
«alienado é o homem que recusa transcender-se a si próprio e viver a
experiência do dom de si e da formação de uma autêntica comunidade humana,
orientada para o seu destino último, que é Deus. Alienada é a sociedade que,
nas suas formas de organização social, de produção e de consumo, torna mais
difícil a realização deste dom e a constituição dessa solidariedade inter-humana»
[53].
48
A pessoa humana não pode e não deve ser instrumentalizada por estruturas
sociais, económicas e políticas, pois todo homem tem a liberdade de se orientar
para o seu fim último. Por outro lado, toda a realização cultural, social, económica
e política, em que se actuam historicamente a sociabilidade da pessoa e a sua actividade
transformadora do universo, deve sempre ser considerada também no seu aspecto
de realidade relativa e provisória, porque «a figura desse mundo passa!» (1 Cor
7, 31). Trata-se de uma relatividade escatológica, no sentido de que o homem e
o mundo vão ao encontro do fim, que é o cumprimento do seu destino em Deus; e
de uma relatividade teológica, enquanto o dom de Deus, mediante o qual se
cumprirá o destino definitivo da humanidade e da criação, supera infinitamente
as possibilidades e as expectativas do homem. Qualquer visão totalitária da
sociedade e do Estado e qualquer ideologia puramente intra-mundana do progresso
são contrárias à verdade integral da pessoa humana e ao desígnio de Deus na
história.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
____________________________________
Notas:
[36]
João Paulo II, Carta apost. Mulieris dignitatem, 7: AAS 80 (1988) 1664.
[37]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 24: AAS 58 (1966) 1045.
[38]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 12: AAS 58 (1966) 1034.
[39]
Cf. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1043.
[40]
Concílio Vaticano II, Const. dogm. Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819.
[41]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1043.
[42]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1043.
[43]
Catecismo da Igreja Católica, 1888.
[44]
Cf. João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 38: AAS 80 (1988)
565-566.
[45]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 28: AAS 58 (1966) 1048.
[46]
Cf. Catecismo da Igreja Católica, 1889.
[47]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 37: AAS 58 (1966) 1055.
[48]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 36: AAS 58 (1966) 1054; cf. Id., Decr. Apostolicam
actuositatem, 7: AAS 58 (1966) 843-844.
[49]
Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 36: AAS 58 (1966) 1054.
[50]
Cf. Catecismo da Igreja Católica, 2244.
[51]
Cf. Concílio Vaticano II, Const. dogm. Dei verbum, 2: AAS 58 (1966) 818.
[52]
João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 41: AAS 83 (1991) 844.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.