Confiar em Deus
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ABANDONO
O
crescimento na vida interior não depende de que estejamos seguros de qual é a
Vontade de Deus. O afã desmesurado de segurança é o ponto onde o voluntarismo
se encontra com o sentimentalismo. Por vezes, o Senhor permite uma insegurança
que, bem orientada, nos ajuda a crescer em rectidão de intenção. O que importa
é abandonar-se nas Suas mãos e neste confiar n’Ele encontra-se a paz.
Com
a nossa luta não procuramos conseguir sentimentos agradáveis. Muitas vezes os
teremos; outras, não. Um pouco de exame talvez nos faça descobrir que os
procuramos com maior frequência do que imaginamos, se não em si mesmos, ao
menos como sinal de que a nossa luta é eficaz.
Apercebemo-nos
disso, por exemplo, ao experimentar desânimo perante uma tentação a que não
cedemos, mas que persiste; ao sentir aborrecimento porque algo nos custa e –
assim raciocinamos – não nos deveria custar; ao notar desconforto porque a
entrega não nos atrai do modo sensivelmente impetuoso de que gostaríamos...
Temos
que lutar no que podemos lutar, sem nos preocuparmos com o que não está na
nossa mão dominar; os sentimentos não estão totalmente submetidos à nossa
vontade e não podemos pretender que estejam.
Temos
que aprender a abandonar-nos, deixando nas mãos de Deus o resultado da nossa
luta, porque só a confiança n’Ele vence essas inquietações. Se queremos ser
pescadores de águas profundas, temos que levar a barca in altum, onde não temos
pé; temos que superar o desejo de procurar referências, de sentir que vamos
para a frente. Mas para o conseguir é decisivo apoiar-se na contrição.
j. diéguez, 2011.12.20
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por AMA.
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