Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 19, 1-40
19 Entretanto, o pontífice
interrogou Jesus sobre os Seus discípulos e sobre a Sua doutrina. 20 Jesus
respondeu-lhe: «Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no
templo, onde todos os judeus se reunem; nada disse em segredo. 21 Porque Me
interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que Eu falei; eles sabem o que
disse». 22 Tendo dito isto, um dos guardas que estavam presentes deu uma
bofetada em Jesus, dizendo: «Assim respondes ao Sumo Sacerdote?». 23 Jesus respondeu-lhe:
«Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque Me bates?». 24
Anás enviou-O manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. 25 Estava lá Simão Pedro
aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu também dos Seus discípulos?». Ele negou
e respondeu: «Não sou». 26 Disse-lhe um dos servos do Sumo Sacerdote, parente
daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu com Ele no horto?». 27
Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. 28 Levaram então Jesus da
casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não entraram no Pretório para não se
contaminarem, e poderem comer a Páscoa. 29 Pilatos, pois, saiu fora para lhes
falar, e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?». 30 Responderam:
«Se não fosse um malfeitor não O entregaríamos nas tuas mãos». 31 Pilatos
disse-lhes então: «Tomai-O e julgai-O segundo a vossa Lei». Mas os judeus
disseram-lhe: «Não nos é permitido matar ninguém». 32 Para se cumprir a palavra
que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer. 33 Tornou, pois,
Pilatos a entrar no Pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos
judeus?». 34 Jesus respondeu: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que
to disseram de Mim?». 35 Pilatos respondeu: «Porventura sou judeu? A Tua nação
e os pontífices é que Te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste Tu?». 36 Jesus
respondeu: «O Meu reino não é deste mundo; se o Meu reino fosse deste mundo,
certamente os Meus ministros se haviam de esforçar para que Eu não fosse
entregue aos judeus; mas o Meu reino não é daqui». 37 Pilatos disse-Lhe então:
«Portanto, Tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu o dizes, sou rei. Nasci e vim ao
mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a
Minha voz». 38 Pilatos disse-Lhe: «O que é a verdade?». Dito isto, tornou a
sair para ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não encontro n'Ele motivo algum
de condenação. 39 Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro;
quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?». 40 Então gritaram todos
novamente: «Este não, mas Barrabás!». Ora Barrabás era um assassino.
CARTA ENCÍCLICA
DIVINIS REDEMPTORIS
DE SUA SANTIDADE
PAPA PIO XI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS, PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E DEMAIS ORDINÁRIOS
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
DIVINIS REDEMPTORIS
DE SUA SANTIDADE
PAPA PIO XI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS, PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E DEMAIS ORDINÁRIOS
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE O COMUNISMO ATEU
DIFUSÃO
…/2
O liberalismo
preparou o caminho ao comunismo
16. Mas, para mais facilmente se
compreender como é que puderam conseguir que tantos operários tenham abraçado,
sem o menor exame, os seus sofismas, será conveniente recordar que os mesmos
operários, em virtude dos princípios do liberalismo económico tinham sido
lamentavelmente reduzidos ao abandono da religião e da moral cristã. Muitas
vezes o trabalho por turnos impediu até que eles observassem os mais graves
deveres religiosos dos dias festivos, não houve o cuidado de construir igrejas
nas proximidades das fábricas, nem de facilitar a missão do sacerdote, antes
pelo contrário, em vez de se lhes pôr embargo, cada dia mais e mais se foram
favorecendo as manobras do chamado laicismo. Aí estão, agora, os frutos amargosíssimos
dos erros que os Nossos Predecessores e Nós mesmo mais de uma vez temos
pre-anunciado. E assim, por que nos havemos de admirar, ao vermos que tantos
povos, largamente descristianizados, vão sendo já pavorosamente inundados e
quase submergidos pela vaga comunista?
Propaganda
astuta e vastíssima
17. Além disso, a difusão tão rápida
das ideias comunistas que se vão sorrateiramente infiltrando por países grandes
ou pequenos, cultos ou menos civilizados, e até nas partes mais remotas do
globo, tem sem dúvida por causa esse fanatismo de propaganda encarniçada, como
talvez nunca se viu no mundo. E essa propaganda, emanada duma fonte única,
adapta-se astutamente às condições particulares dos povos, dispõe de grandes
meios financeiros, de inúmeras organizações, de congressos internacionais
concorridíssimos, de forças compactas e bem disciplinadas, propaganda quer por
jornais, revistas e folhas volantes, pelo cinema, pelo teatro, pela radiofonia,
pelas escolas enfim e pelas Universidades, pouco a pouco vai invadindo todos os
meios ainda os melhores, sem darem talvez pelo veneno, que cada vez mais vai infectando
os espíritos e os corações.
Conspecção do
silêncio na imprensa
18. Outro auxiliar poderoso, que
contribui para a avançada do comunismo, é sem dúvida a conspiração do silêncio
na maior parte da imprensa mundial, que não se conforma com os princípios
católicos. Conspiração, dizemos: porque aliás, não se explica facilmente como é
que uma imprensa, tão ávida de esquadrinhar e publicar até os mínimos
incidentes da vida cotidiana, sobre os horrores perpetrados na Rússia, no
México e numa grande parte de Espanha pode guardar, há tanto tempo, absoluto
silêncio, e da seita comunista, que domina em Moscovo e tão largamente se
estende pelo universo em poderosas organizações, fala tão pouco. Mas todos
sabem que esse silêncio é em grande parte devido a exigências duma política,
que não segue inteiramente os ditames da prudência civil, e é aconselhável e
favorecido por diversas forças ocultas que já há muito porfiam por destruir a ordem
social cristã.
DEPLORÁVEIS
CONSEQUÊNCIAS
Rússia e México
19. Entretanto, aí estão à vista os
deploráveis frutos dessa propaganda fanática. Porque, onde quer que os
comunistas conseguiram radicar-se e dominar, - e aqui pensamos com particular afecto
paterno nos povos da Rússia e do México, - aí, como eles próprios abertamente o
proclamam, por todos os meios se esforçaram por destruir radicalmente os
fundamentos da religião e da civilização cristãs, e extinguir completamente a
sua memória no coração dos homens, especialmente da juventude. Bispos e
sacerdotes foram desterrados, condenados a trabalhos forçados, fuzilados, ou
trucidados de modo desumano, simples leigos, tornados suspeitos por terem
defendido a religião, foram vexados, tratados como inimigos, e arrastados aos
tribunais e às prisões.
Horrores do
comunismo em Espanha
20. Até em países, onde - como
sucede na Nossa amadíssima Espanha - não conseguiu ainda a peste e o flagelo
comunista produzir todas as calamidades dos seus erros, desencadeou contudo,
infelizmente, uma violência furibunda e irrompeu em funestíssimos atentados.
Não é esta ou aquela igreja destruída, este ou aquele convento arruinado, mas,
onde quer que lhes foi possível, todos os templos, todos os claustros
religiosos, e ainda quaisquer vestígios da religião cristã, posto que fossem
monumentos insignes de arte e de ciência, tudo foi destruído até os
fundamentos! E não se limitou o furor comunista a trucidar bispos e muitos
milhares de sacerdotes, religiosos e religiosas, alvejando dum modo particular
aqueles e aquelas que se ocupavam dos operários e dos pobres, mas fez um número
muito maior de vítimas em leigos de todas as classes, que ainda agora vão sendo
imolados em carnificinas colectivas unicamente por professarem a fé cristã, ou
ao menos por serem contrários ao ateísmo comunista. E esta horripilante
mortandade é perpetrada com tal ódio e tais requintes de crueldade e
selvajaria, que não se julgariam possíveis em nosso século.
Ninguém de são critério, quer seja
simples particular, quer homem de Estado, cônscio da sua responsabilidade,
ninguém absolutamente, repetimos, pode deixar de estremecer de sumo horror, se reflectir que tudo quanto hoje está sucedendo na Espanha, pode amanhã repetir-se
também em outras nações civilizadas.
Frutos naturais
do sistema
21. Nem se pode asseverar que
semelhantes atrocidades são consequências fatais de todas as grandes
revoluções, como excessos esporádicos de exasperação, comuns a qualquer guerra:
não, são frutos naturais do sistema, cuja estrutura não obedece a freio algum
interno. Um freio é necessário ao homem, tanto individualmente como socialmente
considerado, e é por isso que até os povos bárbaros reconheceram o vínculo da
lei natural, esculpida por Deus na alma de cada homem. E, quando a observância
dessa lei foi tida por todos como um dever sagrado, viram-se nações antigas
atingir um tal esplendor de grandeza, que espanta, ainda mais até do que é
razão, aqueles que só superficialmente compunham os documentos da história
humana. Mas quando se arranca das mentes dos cidadãos a própria ideia de Deus,
necessariamente os veremos precipitar-se na crueldade mais selvagem, e na
ferocidade dos costumes. Luta contra tudo o que é divino
Luta contra
tudo o que se chama Deus
22. É este o espectáculo que actualmente
com suma dor contemplamos: pela primeira vez na história estamos assistindo a
uma insurreição, cuidadosamente preparada e calculadamente dirigida contra “tudo
o que se chama Deus” (cfr. 2 Tess 1, 4). Efectivamente,
o comunismo por sua natureza opõe-se a qualquer religião, e a razão por que a
considera como o “ópio do povo”, é porque os seus dogmas e preceitos,
pregando a vida eterna depois desta vida mortal, apartam os homens da realização daquele futuro paraíso, que são obrigados a conseguir na terra.
O terrorismo
23. Mas não é impunemente que se
despreza a lei natural e o seu autor, Deus, a consequência é que os esforços
dos comunistas, assim como nem sequer no campo económico puderam até hoje
realizar o seu desígnio, assim também no futuro jamais o poderão conseguir. Não
negamos que esses esforços na Rússia contribuíram não pouco para sacudir os
homens e as suas instituições, daquela longa e secular inércia em que jaziam, e
que puderam, empregando todos os meios e processos, ainda mesmo ilegitimamente,
fazer alguma coisa para promover o progresso material, mas sabemos por
testemunhos absolutamente insuspeitos, e alguns bem recentes ainda, que de facto
nem sequer neste ponto se conseguiu o que tanto se prometera. E não se esqueça,
que aquela ditadura, toda terrorismo e crueldade, impôs a inumeráveis cidadãos
o jugo da escravidão. Porque é de notar que também no terreno económico é
imprescindível alguma norma de probidade a que se conforme, por dever de
consciência, quem exerce algum cargo, ora isso é indiscutível que os princípios
comunistas não o podem dar, nascidos dos sofismas do materialismo. Por conseguinte,
nada mais resta do que aquele pavoroso terrorismo que se está vendo na Rússia,
onde os antigos camaradas de conspiração e de luta se vão dando a morte uns
aos outros, mas esse terrorismo criminoso, longe de conseguir pôr um dique à
corrupção dos costumes, nem sequer pode evitar a dissolução da estrutura
social. Um pensamento paternal para os povos oprimidos da Rússia
UM PENSAMENTO PATERNAL AOS POVOS OPRIMIDOS, NA RÚSSIA
24. Com isto, porém, não é nossa intenção condenar em massa os povos da União Soviética, aos quais, pelo contrário, consagramos o mais vivo afecto paterno. É que, de facto, sabemos que muitos deles gemem sob o jugo da mais iníqua escravidão, que lhes foi imposta por homens, pela maior parte estranhos aos verdadeiros interesses daquele povo, e que muitos outros foram enganados por promessas e esperanças falazes. O que Nós condenamos é o sistema e seus autores e fautores que consideraram aquela nação como o terreno mais apto para lançarem a semente do seu sistema, há muito tempo preparada, e de lá a disseminarem por todas as regiões do globo.
III - LUMINOSA DOUTRINA DA IGREJA, OPOSTA AO COMUNISMO
25. Depois de termos focado os erros
e os processos sedutores e violentos do comunismo bolchevista e ateu, é já
tempo, Veneráveis Irmãos, de opor-lhe sumariamente a verdadeira noção da
“Cidade humana”, que é tal como perfeitamente sabeis, qual no-la ensinam a
razão humana e a revelação Divina, por intermédio da Igreja, Mestra dos
povos.
SUPREMA
REALIDADE: DEUS!
26. E antes de mais nada importa
observar que acima de todas as demais realidades, está o sumo, único e supremo
Espírito, Deus, Criador omnipotente de todo o universo, Juiz sapientíssimo e
justíssimo de todos os homens. Este Ser supremo, que é Deus, é a refutação e condenação
mais absoluta das impudentes e mentirosas falsidades do comunismo. E na
verdade, não é porque os homens crêm em Deus, que Deus existe, mas porque Deus
existe realmente, por isso crêem nele e lhe dirigem as suas súplicas todos
quantos não cerram pertinazmente os olhos do espírito à luz da verdade.
QUE SÃO O HOMEM
E A FAMÍLIA, SEGUNDO A RAZÃO E A FÉ
27. Quanto ao homem, o que a fé
católica e a nossa razão ensinam, já Nós, ao explanarmos os pontos fundamentais
desta doutrina, o propusemos na Encíclica sobre a educação cristã da juventude (Encíclica Divini illius Magistri, 31 de Dezembro
de 1929: A.A.S., vol. XXII (1930), págs. 49-86). O homem tem uma alma
espiritual e imortal, e, assim como é uma pessoa, dotada pelo supremo Criador
de admiráveis dons de corpo e de espírito assim se pode chamar, como diziam os
antigos, um verdadeiro “microcosmo”, isto é, um pequeno mundo, por isso
que de muito longe transcende e supera a imensidade dos seres do mundo inanimado.
Não somente nesta vida mortal, mas também na que há-de permanecer eternamente,
o seu fim supremo é unicamente Deus, e, tendo sido elevado pela graça santificante
à dignidade de filho de Deus, é incorporado no Reino de Deus, no corpo místico
de Jesus Cristo. Consequentemente, dotou-o Deus de múltiplas e variadas
prerrogativas, tais como: direito à vida, à integridade do corpo, aos meios
necessários à existência, direito de tender ao seu último fim, pelo caminho
traçado por Deus, direito enfim de associação, de propriedade particular, e de
usar dessa propriedade.
28. Além disso, assim como o matrimónio e o direito ao seu uso natural são de origem divina, assim também a
constituição e as prerrogativas fundamentais da família derivam, não do
arbítrio humano, nem de factores econômicos, senão do próprio Criador supremo
de todas as coisas. Este assunto tratamo-lo já com suficiente desenvolvimento
na Encíclica sobre a santidade do matrimônio (Encíclica Casti Connubii, 31 de Dezembro de 1930: A.A.S., vol. XXII (1930),
págs. 539-582), e na Encíclica
acima citada sobre a educação.
QUE É A
SOCIEDADE
Mútuos direitos
e deveres entre o homem e a sociedade
29. Mas Deus destinou igualmente o
homem para a sociedade civil, que a sua mesma natureza reclama. É que, no plano
do Criador, a sociedade é um meio natural, de que todo o cidadão pode e deve
servir-se para a consecução do fim que lhe é proposto, pois a sociedade civil
existe para o homem e não o homem para a sociedade. Isto, porém, não se deve
entender no sentido do liberalismo individualista, que subordina a sociedade à
utilidade egoísta do indivíduo, mas sim no sentido que, mediante a união
orgânica com a sociedade, todos possam, pela mútua colaboração, alcançar a
verdadeira felicidade terrestre, e que, por meio da sociedade, floresçam e
prosperem todas as aptidões individuais e sociais, dadas ao homem pela natureza,
aptidões que transcendem o imediato interesse do momento, e reflectem na
sociedade a perfeição divina: o que no homem isolado de modo nenhum se pode
verificar. Mas até este último objectivo da sociedade é, em última análise,
ordenado ao homem, para que reconheça este reflexo da perfeição divina, e o
desenvolva assim em louvor e adoração ao Criador. É que só o homem, e não
qualquer sociedade humana por si, é dotado de razão e de vontade moralmente
livre.
30. Portanto, assim como o homem não
pode furtar-se aos deveres que por vontade de Deus o ligam à sociedade civil, e
é por isso que os representantes da autoridade têm direito de o forçar ao cumprimento
do próprio dever, caso ele se recusasse ilegitimamente, assim também não pode a
sociedade privar o cidadão dos direitos pessoais que o Criador lhe concedeu (os
mais importantes apontamo-los acima sumariamente) nem tornar-lhe impossível o
seu uso. É, pois, conforme à razão e às suas exigências naturais, que todas as
coisas terrenas sejam para serviço e utilidade do homem, e assim, por meio
dele, voltem ao Criador. Aqui se aplica perfeitamente o que o Apóstolo das
Gentes escreve aos coríntios sobre a economia da salvação cristã: “Tudo... é
vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus” (1 Cor 3,
23). E assim, enquanto a doutrina comunista de tal maneira diminui a
pessoa humana, que inverte os termos das relações entre o homem e a sociedade,
a razão, pelo contrário, e a revelação divina elevam-na a tão sublimes
alturas.
A ordem económico-social
31. Sobre a ordem económico-social e
sobre a questão operária já o Nosso Predecessor, de feliz memória, Leão XIII,
na Encíclica Rerum Novarum (15 de Maio de 1891: Acta Leonis XIII,
vol. XI, págs. 97-144) deu normas eficazes: normas que Nós adotamos às
condições e exigências dos tempos presentes pela nossa Encíclica sobre a
restaurAcção cristã da ordem social (EncíclicaQuadragesimo anno, 15 de maio de 1931: A.A.S., vol. XXIII (1931), págs.
177-228). Nessa Encíclica, insistindo de
novo com toda a força na secular doutrina da Igreja acerca da natureza peculiar
da propriedade privada no seu aspecto individual e social, assinalamos com toda
a clareza e precisão os direitos e a dignidade do trabalho humano, as relações
do mútuo apoio e auxílio que devem existir entre o capital e o trabalho, e o
salário, indispensável ao operário e a sua família, que por justiça lhe é
devido.
32. Nessa mesma Encíclica mostramos
também que a sociedade humana só então, poderá ser salva da funestíssima ruína,
a que é arrastada pelos princípios do liberalismo, alheios a toda a moralidade,
quando os preceitos da justiça social e da caridade cristã impregnarem e
penetrarem a ordem económica e a organização civil, o que indubitavelmente não
podem conseguir nem a luta de classes, nem os atentados do terror, nem o abuso
ilimitado e tirânico do poder do Estado. Advertimos outrossim, que a verdadeira
prosperidade do povo se deve procurar segundo os princípios dum são corporativismo,
que reconheça e respeite os vários graus da hierarquia social, e que é
igualmente necessário que todas as corporações operárias se organizem em harmónica unidade para poderem tender ao bem comum da sociedade, e que, por
conseguinte, a função genuína e peculiar do poder público consiste em promover,
quanto lhe seja possível, esta harmonia e coordenação de todas as forças
sociais.
Nota: Revisão da tradução portuguesa
por ama.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.