A fidelidade de Deus aviva a nossa esperança. À luz da fé, nenhum homem deveria duvidar de que o Senhor lhe oferece o Seu amor e amizade e este fundamento da nossa esperança é, ao mesmo tempo, estímulo para a nossa resposta fiel ao amor de Deus.
Diversas passagens dos
Evangelhos contam como Jesus Cristo louva a fidelidade dos homens. Assim, no
elogio do administrador fiel e prudente, que espera a chegada do seu amo, o
Senhor alegra-se anunciando a recompensa dessa atitude: Feliz esse servo a quem
o senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo: Há-de
confiar-lhe todos os seus bens [i].
Esta mesma ideia aparece
refletida na parábola dos talentos. São Josemaria comentou-a repetidas vezes e
via algo semelhante a uma fórmula de canonização nas palavras dirigidas ao
servo bom e fiel.
A história começa quando um
homem ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. A um
deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua
capacidade; e depois partiu [ii]. À semelhança desses
servos, Deus pôs à disposição de cada homem um dom totalmente gratuito: uma
vida que é, ao mesmo tempo, vocação à comunhão com o Criador. No entanto,
Mateus destaca que o dom corresponde à capacidade de cada um: a um, entrega
cinco talentos, porque sabe que é capaz de gerir essa quantidade; a outro, dois
e, ao último, um. Deus – falando em termos humanos – utiliza “a justiça das
mães”: dá a cada um de acordo com aquilo que pode aguentar, de acordo com as
possibilidades que Ele mesmo pôs em cada pessoa.
No nosso caso, juntamente
com muitos outros dons, talvez nos tenha confiado uma vocação, um caminho, um
modo de viver na Igreja. É o talento que melhor corresponde ao nosso ser, pois
o conhecimento que Deus tem de nós é amor criativo. Ninguém, portanto, pode
pensar que Deus lhe pede demasiado, ou que se excedeu com ele, ou que o colocou
num lugar que não é o seu, ou que as suas forças são escassas para a tarefa encomendada;
a todos dá a Sua graça e dá-a na medida em que faz falta a cada um; e,
simultaneamente, Deus pede muito: tudo!
O Senhor espera que
correspondamos ao Seu dom administrando-o com prontidão, constância e
iniciativa. Assim atuaram a maioria dos servos da parábola: Aquele que recebeu
cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele
que recebeu dois ganhou outros dois [iii]. O importante aqui não é
onde foi o servo, mas a sua generosidade, pois imediatamente se pôs a procurar
onde investir o seu dote.
Uma parte não pequena de uma
vida com êxito consiste precisamente nisso, em desenvolver as capacidades
recebidas, intelectuais, de simpatia, de amabilidade, de relação, de trabalho,
para pôr todas essas aspirações aos pés do amo, de tal maneira que Jesus aí
possa entrar com liberdade e que não se convertam no ídolo do próprio egoísmo [iv].
m.
díez, j. morales, j. verdiá, 2012.02.27
Nota: Revisão gráfica por ama.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.