Textos de S. Josemaria Escrivá
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O
maior louco que houve e haverá é Ele. Cabe maior loucura do que entregar-se
como Ele se entrega e a quem se entrega? Porque loucura teria sido ficar como
um Menino indefeso; mas, assim, ainda muitos malvados se enterneceriam, sem se
atreverem a maltratá-lo. Pareceu-lhe pouco: quis aniquiliar-se mais e dar-se
mais. Tornou-se alimento, fez-se Pão. – Divino Louco! Como te tratam os
homens?... Eu próprio? (Forja, 824)
Lembremo-nos
da experiência tão humana da despedida de duas pessoas muito amigas. Desejariam
ficar sempre juntas, mas o dever – ou seja o que for – obriga-as a afastar-se
uma da outra. Não podem, portanto, continuar uma junto da outra, como seria do seu
gosto. Nestas ocasiões, o amor humano, que por maior que seja, é sempre
limitado, costuma recorrer aos símbolos. As pessoas que se despedem trocam
lembranças entre si, talvez uma fotografia onde se escreve uma dedicatória tão
calorosa, que até admira que não arda o papel. Mas não podem ir além disso,
porque o poder das criaturas não vai tão longe como o seu querer.
Ora
o que não está na nossa mão, consegue-o o Senhor. Jesus Cristo, perfeito Deus e
perfeito Homem, não deixa um símbolo, mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora
vá para o Pai, permanece entre os homens. Não nos deixará um simples presente
que nos faça evocar a sua memória, alguma imagem que tenda a apagar-se com o
tempo, como uma fotografia que a pouco e pouco se vai esvaindo e amarelecendo
até perder o sentido para quem não interveio naquele momento amoroso. Sob as
espécies do pão e do vinho está Ele, realmente presente, com o seu Corpo, o seu
Sangue, a alma e a sua Divindade. (Cristo que passa, 83).
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