Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mc 9, 30-50
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Evangelho: Mc 9, 30-50
30 Tendo partido dali, atravessaram a Galileia; e
Jesus não queria que se soubesse. 31 Ia instruindo os Seus
discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens
e Lhe darão a morte, mas ressuscitará ao terceiro dia depois da Sua morte». 32
Mas eles não compreendiam estas palavras e temiam interrogá-l'O. 33
Nisto chegaram a Cafarnaum. Quando estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «De
que discutíeis pelo caminho?». 34 Eles, porém, calaram-se, porque no
caminho tinham discutido entre si qual deles era o maior. 35 Então,
sentando-Se, chamou os doze e disse-lhes: «Se alguém quer ser o primeiro, seja
o último de todos e o servo de todos». 36 Em seguida, tomando uma
criança, pô-la no meio deles e, depois de a abraçar, disse-lhes:37
«Todo aquele que receber uma destas crianças em Meu nome, a Mim recebe, e todo
aquele que Me receber a Mim, não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou». 38
João disse-lhe: «Mestre, vimos um homem, que não anda connosco, expulsar os
demónios em Teu nome e nós lho proibimos porque não nos segue». 39
Jesus, porém, respondeu: «Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um
milagre em Meu nome e que possa logo dizer mal de Mim. 40 Porque
quem não é contra nós, está connosco. 41 «Quem vos der um copo de
água, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua
recompensa. 42 «Quem escandalizar um destes pequeninos que crêem em
Mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó que um asno faz girar, e que o
lançassem ao mar. 43 Se a tua mão é para ti ocasião de pecado,
corta-a; melhor te é entrar na vida eterna mutilado, do que, tendo as duas
mãos, ir para a Geena, para o fogo inextinguível. 44 Omitido pela
Neo-Vulgata. 45 Se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o;
melhor te é entrar na vida eterna coxo, do que, tendo os dois pés, ser lançado
na Geena. 46 Omitido pela Neo-Vulgata. 47 Se o teu olho é
para ti ocasião de pecado, lança-o fora; melhor te é entrar no reino de Deus
sem um olho do que, tendo dois, ser lançado na Geena, 48 “onde o seu
verme não morre e o seu fogo não se apaga”. 49 Todo o homem será
salgado no fogo. 50 O sal é uma coisa boa; porém, se se tornar
insípido, com que haveis de lhe dar o sabor? Tende sal em vós, e tende paz uns
com os outros».
CONSTITUIÇÃO PASTORAL
GAUDIUM ET SPES
SOBRE A IGREJA NO MUNDO ACTUAL
PROÉMIO [1]
Íntima união da Igreja com toda a família humana
1. As alegrias e as
esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos
pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças,
as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma
verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua
comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo
Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a
mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja
sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história.
A quem se dirige o Concílio: todos os homens
2. Por isso, o Concílio Vaticano II, tendo investigado
mais profundamente o mistério da Igreja, não hesita agora em dirigir a sua palavra,
não já apenas aos filhos da Igreja e a quantos invocam o nome de Cristo, mas a
todos os homens. Deseja expor-lhes o seu modo de conceber a presença e
actividade da Igreja no mundo de hoje.
Tem, portanto, diante dos
olhos o mundo dos homens, ou seja a inteira família humana, com todas as
realidades no meio das quais vive; esse mundo que é teatro da história da
humanidade, marcado pelo seu engenho, pelas suas derrotas e vitórias; mundo,
que os cristãos acreditam ser criado e conservado pelo amor do Criador; caído,
sem dúvida, sob a escravidão do pecado, mas libertado pela cruz e ressurreição
de Cristo, vencedor do poder do maligno; mundo, finalmente, destinado, segundo
o desígnio de Deus, a ser transformado e alcançar a própria realização.
Para iluminar a problemática humana e salvar o homem
3. Nos nossos dias, a
humanidade, cheia de admiração ante as próprias descobertas e poder, debate,
porém, muitas vezes, com angústia, as questões relativas à evolução actual do
mundo, ao lugar e missão do homem no universo, ao significado do seu esforço
individual e colectivo, enfim, ao último destino das criaturas e do homem.
Por isso, o Concílio,
testemunhando e expondo a fé do Povo de Deus por Cristo congregado, não pode
manifestar mais eloquentemente a sua solidariedade, respeito e amor para com a
inteira família humana, na qual está inserido, do que estabelecendo com ela
diálogo sobre esses vários problemas, aportando a luz do Evangelho e pondo à
disposição do género humano as energias salvadoras que a Igreja, conduzida pelo
Espírito Santo, recebe do seu Fundador. Trata-se, com efeito, de salvar a
pessoa do homem e de restaurar a sociedade humana. Por isso, o homem será o
fulcro de toda a nossa exposição: o homem na sua unidade e integridade: corpo e
alma, coração e consciência, inteligência e vontade.
Eis a razão por que este
sagrado Concílio, proclamando a sublime vocação do homem, e afirmando que nele
está depositado um germe divino, oferece ao género humano a sincera cooperação
da Igreja, a fim de instaurar a fraternidade universal que a esta vocação corresponde.
Nenhuma ambição terrena move a Igreja, mas unicamente este objectivo:
continuar, sob a direcção do Espírito Consolador, a obra de Cristo que veio ao
mundo para dar testemunho da verdade [2], para salvar e não para
julgar, para servir e não para ser servido [3].
INTRODUÇÃO
A CONDIÇÃO DO HOMEM NO MUNDO ACTUAL
Esperanças e temores
4. Para levar a cabo esta
missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e
interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo
adaptado em cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da
vida presente e da futura, e da relação entre ambas. É, por isso, necessário
conhecer e compreender o mundo em que vivemos, as suas esperanças e aspirações,
e o seu carácter tantas vezes dramático. Algumas das principais características
do mundo actual podem delinear-se do seguinte modo.
A humanidade vive hoje uma
fase nova da sua história, na qual profundas e rápidas transformações se
estendem progressivamente a toda a terra. Provocadas pela inteligência e
actividade criadora do homem, elas reincidem sobre o mesmo homem, sobre os seus
juízos e desejos individuais e colectivos, sobre os seus modos de pensar e
agir, tanto em relação às coisas como às pessoas. De tal modo que podemos já
falar duma verdadeira transformação social e cultural, que se reflecte também
na vida religiosa.
Como acontece em qualquer
crise de crescimento, esta transformação traz consigo não pequenas dificuldades.
Assim, o homem, que tão imensamente alarga o próprio poder, nem sempre é capaz
de o pôr ao seu serviço. Ao procurar penetrar mais fundo no interior de si
mesmo, aparece frequentemente mais incerto a seu próprio respeito. E,
descobrindo gradualmente com maior clareza as leis da vida social, hesita
quanto à direcção que a esta deve imprimir.
Nunca o género humano teve
ao seu dispor tão grande abundância de riquezas, possibilidades e poderio
económico; e, no entanto, uma imensa parte dos habitantes da terra é
atormentada pela fome e pela miséria, e inúmeros são ainda os analfabetos.
Nunca os homens tiveram um tão vivo sentido da liberdade como hoje, em que
surgem novas formas de servidão social e psicológica. Ao mesmo tempo que o
mundo experimenta intensamente a própria unidade e a interdependência mútua dos
seus membros na solidariedade necessária, ei-lo gravemente dilacerado por
forças antagónicas; persistem ainda, com efeito, agudos conflitos políticos,
sociais, económicos, «raciais» e ideológicos, nem está eliminado o perigo duma
guerra que tudo subverta. Aumenta o intercâmbio das ideias; mas as próprias
palavras com que se exprimem conceitos da maior importância assumem sentidos
muito diferentes segundo as diversas ideologias. Finalmente, procura-se com
todo o empenho uma ordem temporal mais perfeita, mas sem que a acompanhe um
progresso espiritual proporcionado.
Marcados por circunstâncias
tão complexas, muitos dos nossos contemporâneos são incapazes de discernir os
valores verdadeiramente permanentes e de os harmonizar com os novamente
descobertos. Daí que, agitados entre a esperança e a angústia, sentem-se
oprimidos pela inquietação, quando se interrogam acerca da evolução actual dos
acontecimentos. Mas esta desafia o homem, força-o até a uma resposta.
Evolução e domínio da técnica e da ciência
5. A actual perturbação dos
espíritos e a mudança das condições de vida, estão ligadas a uma transformação
mais ampla, a qual tende a dar o predomínio, na formação do espírito, às
ciências matemáticas e naturais, e, no plano da acção, às técnicas, fruto
dessas ciências. Esta mentalidade científica modela a cultura e os modos de
pensar duma maneira diferente do que no passado. A técnica progrediu tanto que
transforma a face da terra e tenta já dominar o espaço.
Também sobre o tempo estende
a inteligência humana o seu domínio: quanto ao passado, graças ao conhecimento
histórico; relativamente ao futuro, com a perspectiva e a planificação. Os
progressos das ciências biológicas, psicológicas e sociais não só ajudam o
homem a conhecer-se melhor, mas ainda lhe permitem exercer, por meios técnicos,
uma influência directa na vida das sociedades. Ao mesmo tempo, a humanidade
preocupa-se cada vez mais com prever e ordenar o seu aumento demográfico.
O próprio movimento da
história torna-se tão rápido, que os indivíduos dificilmente o podem seguir. O
destino da comunidade humana torna-se um só, e não já dividido entre histórias
independentes. A humanidade passa, assim, duma concepção predominantemente
estática da ordem das coisas para um outra, preferentemente dinâmica e
evolutiva; daqui nasce uma nova e imensa problemática, a qual está a exigir
novas análises e novas sínteses.
Mudanças na ordem social
6. Pelo mesmo facto,
verificam-se cada dia maiores transformações nas comunidades locais
tradicionais, como são famílias patriarcais, os clãs, as tribos, aldeias e
outros diferentes grupos, e nas relações da convivência social.
Difunde-se progressivamente
a sociedade de tipo industrial, levando algumas nações à opulência económica e
transformando radicalmente as concepções e as condições de vida social vigentes
desde há séculos. Aumentam também a preferência e a busca da vida urbana, quer
pelo aumento das cidades e do número de seus habitantes, quer pela difusão do
género de vida urbana entre os camponeses.
Novos e mais perfeitos meios
de comunicação social permitem o conhecimento dos acontecimentos e a rápida e
vasta difusão dos modos de pensar e de sentir; o que, por sua vez, dá origem a
numerosas repercussões.
Nem se deve minimizar o
facto de muitos homens, levados por diversos motivos a emigrar, mudarem com
isso o próprio modo de viver.
Multiplicam-se assim sem
cessar as relações do homem com os seus semelhantes, ao mesmo tempo que a
própria socialização introduz novas ligações, sem no entanto favorecer em todos
os casos uma conveniente maturação das pessoas e relações verdadeiramente pessoais
(«personalização»).
É verdade que tal evolução
aparece mais claramente nas nações que beneficiam já das vantagens do progresso
económico e técnico, mas nota-se também entre os povos ainda em vias de
desenvolvimento, que desejam alcançar para os seus países os benefícios da
industrialização e da urbanização. Esses povos, sobretudo os que estão ligados
a tradições mais antigas, sentem ao mesmo tempo a exigência dum exercício cada
vez mais pessoal da liberdade.
Transformações psicológicas, morais e religiosas
7. A transformação de
mentalidade e de estruturas põe muitas vezes em questão os valores admitidos,
sobretudo no caso dos jovens. Tornam-se frequentemente impacientes e mesmo, com
a inquietação, rebeldes; conscientes da própria importância na vida social,
aspiram a participar nela o mais depressa possível. Por este motivo, os pais e
educadores encontram não raro crescentes dificuldades no desempenho da sua
missão.
Por sua vez, as
instituições, as leis e a maneira de pensar e de sentir herdadas do passado nem
sempre parecem adaptadas à situação actual; e daqui provém uma grave
perturbação no comportamento e até nas próprias normas de acção.
Por fim, as novas
circunstâncias afectam a própria vida religiosa. Por um lado, um sentido
crítico mais apurado purifica-a duma concepção mágica do mundo e de certas
sobrevivências supersticiosas, e exige cada dia mais a adesão a uma fé pessoal
e operante; desta maneira, muitos chegam a um mais vivo sentido de Deus. Mas,
por outro lado, grandes massas afastam-se praticamente da religião. Ao
contrário do que sucedia em tempos passados, negar Deus ou a religião, ou prescindir
deles já não é um facto individual e insólito: hoje, com efeito, isso é muitas
vezes apresentado como exigência do progresso científico ou dum novo tipo de
humanismo. Em muitas regiões, tudo isto não é apenas afirmado no meio
filosófico, mas invade em larga escala a literatura, a arte, a interpretação
das ciências do homem e da história e até as próprias leis civis; o que provoca
a desorientação de muitos.
Desequilíbrios pessoais familiares e sociais
8. Uma tão rápida evolução,
muitas vezes processada desordenadamente e, sobretudo, a consciência mais aguda
das desigualdades existentes no mundo, geram ou aumentam contradições e
desequilíbrios.
Ao nível da própria pessoa,
origina-se com frequência um desequilíbrio entre o saber prático moderno e o
pensar teórico, que não consegue dominar o conjunto dos seus conhecimentos nem
ordená-los em sínteses satisfatórias. Surge também desequilíbrio entre a preocupação
da eficiência prática e as exigências da consciência moral; outras vezes, as
condições colectivas da existência e as exigências do pensamento pessoal e até
da contemplação. Gera-se, finalmente, o desequilíbrio entre a especialização da
actividade humana e a visão global da realidade.
No seio da família,
originam-se tensões, quer devido à pressão das condições demográficas,
económicas e sociais, quer pelas dificuldades que surgem entre as diferentes
gerações, quer pelo novo tipo de relações sociais entre homens e mulheres.
Grandes discrepâncias surgem
entre as raças e os diversos grupos sociais; entre as nações ricas, as menos
prósperas e as pobres; finalmente, entre as instituições internacionais,
nascidas do desejo de paz que os povos têm, e a ambição de propagar a própria
ideologia ou os egoísmos colectivos existentes nas nações e em outros grupos.
Daqui nascem desconfianças e
inimizades mútuas, conflitos e desgraças, das quais o homem é simultâneamente
causa e vítima.
Nota: Revisão da tradução
portuguesa por ama
[1]
A Constituição pastoral «A Igreja no mundo
actual», formada por duas partes, constitui um todo unitário. E chamada
«pastoral», porque, apoiando-se em princípios doutrinais, pretende expor as
relações da Igreja com o mundo e os homens de hoje. Assim, nem à primeira parte
falta a intenção pastoral, nem à segunda a doutrinal. Na primeira parte, a
Igreja expõe a sua própria doutrina acerca do homem, do mundo no qual o homem
está integrado e da sua relação para com eles. Na segunda, considera mais
expressamente vários aspectos da vida e da sociedade contemporâneas, e
sobretudo as questões e os problemas que, nesses domínios, padecem hoje de
maior urgência. Daqui resulta que, nesta segunda parte, a matéria, tratada à
luz dos princípios doutrinais, não compreende apenas elementos imutáveis, mas
também transitórios. A Constituição deve, pois, ser interpretada segundo as
normas teológicas gerais, tendo em conta, especialmente na segunda parte, as
circunstâncias mutáveis com que estão intrinsecamente ligados os assuntos em
questão.
[2] Cfr. Jo. 18,37.
[3] Cfr. Jo. 3, 17; Mt. 20, 28; Mc. 10,45.
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