01/08/2012

Cremação


É coerente com a fé cristã espalhar as cinzas do defunto na natureza?

Converteu-se numa prática frequente. Não é acaso uma expressão panteísta? É a melhor maneira de expressar a fé na ressurreição da carne?

Bento XVI: "Fugi do culto aos ídolos, não deixeis de fazer o bem"

A Conferencia Episcopal Italiana presentou a nova edição em língua italiana do Rito das exéquias, publicada pela Librería Editrice Vaticana, na qual considera que a cremação fica concluída quando se deposita a urna no cemitério, e afirmam que a possibilidade em algumas legislações de espalhar as cinzas produz "não poucas perplexidades sobre a sua plena coerência com a fé cristã".

"Ainda que algumas legislações permitam espalhar as cinzas na natureza ou conserva-las em lugares diversos do cemitério, "estas práticas produzem não poucas perplexidades sobre a sua plena coerência com a fé cristã, sobre todo quando remetem para concepções panteístas o naturalistas", indica o novo ritual.

Mons. Angelo Lameri, membro do Departamento Litúrgico nacional da Conferência Episcopal Italiana, explicou que o tema da cremação se colocou num apêndice à parte para sublinhar que a Igreja, "ainda que não se oponha à cremação dos corpos, quando não se faz in odium fidei, continua a considerar que a sepultura do corpo dos defuntos é a forma mais adequada para expressar a fé na ressurreição da carne assim como para favorecer a lembrança e a oração de sufrágio por parte de familiares e amigos".

Segundo se indica neste capítulo, excepcionalmente, os ritos previstos na capela do cemitério ou ante a tumba podem celebrar-se no próprio lugar da cremação e recomenda-se também o acompanhamento do féretro ao dito lugar, segundo informou o Vaticano.

Partilhar o luto
Esta segunda edição do rito também se refere ao momento da visita à família, que não se contemplava na edição anterior. Mons. Lameri explicou que "para um sacerdote, é um momento para partilhar a dor, escutar aos familiares afectados pelo luto, e conhecer alguns aspectos da vida da pessoa defunta com o fim de oferecer um memorial correcto e personalizado durante a celebração das exéquias".

Também se propõem novos textos para o momento de cerrar o ataúde, adequados a diversas situações: para uma pessoa de idade, para uma pessoa jovem, para quem morreu inesperadamente, etc., e acrescentou-se uma ampla proposta de formulários para a oração dos fiéis.

Mons. Alceste Catella, presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, assinalou que este livro "atesta a fé dos crentes e o valor do respeito para com os defuntos, o respeito pelo corpo humano inclusive quando já não tem vida". "Testemunha a forte exigência de cultivar a memória, de ter um lugar certo em que depositar o cadáver ou as cinzas, com a certeza profunda de que isto é autêntica fé e humanismo autêntico", concluiu.

Actualizado 3 Abril 2012


(Trad. AMA)

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