Há tempos
(parece-me muito tempo já)
largaram-me na vida.
Eu, cosido às paredes
pelos vãos escusos,
de fugida,
fui caminhando
evitando
luzes e claridades.
Não ouvi mentiras
nem verdades.
Não aprendi a viver.
Não tentei conhecer
nem estabelecer contactos.
Não me importei com experiências,
calos,
mãos amigas.
Não ouvi músicas,
nem choros,
nem cantigas,
nem concertos,
nem coros
Não vi o mar,
não olhei a Lua,
não escutei os sussurros
da noite nas florestas,
não aspirei perfumes
nem enchi a casa de flores.
Não dei bailes
nem fui a festas.
Não cantei,
nem chorei,
nem ri.
Apenas
vivi.
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