11/05/2012

Leitura espiritual para 11 Mai 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 9, 24-41



24 Tornaram, pois, a chamar o homem que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador». 25 Então disse-lhes ele: «Se é pecador, não sei; o que sei é que eu era cego, e agora vejo». 26 Disseram-lhe pois: «Que é que Ele te fez? Como te abriu os olhos?». 27 Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse e vós não me destes atenção; porque o quereis ouvir novamente? Quereis, porventura, fazer-vos também Seus discípulos?». 28 Então, injuriaram-no e disseram: «Discípulo d'Ele sejas tu; nós somos discípulos de Moisés. 29 Sabemos que Deus falou a Moisés; mas Este não sabemos donde é». 30 O homem respondeu-lhes: «É de admirar que vós não saibais donde Ele é, e que me tenha aberto os olhos. 31 Nós sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas quem honra a Deus e faz a Sua vontade, esse é ouvido por Deus. 32 Desde que existe o mundo, nunca se ouviu dizer que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. 33 Se Este não fosse de Deus, não podia fazer nada». 34 Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e queres ensinar-nos?». E lançaram-no fora. 35 Jesus ouviu dizer que o tinham lançado fora e, tendo-o encontrado, disse-lhe: «Tu crês no Filho de Deus?». 36 Ele respondeu: «Quem é, Senhor, para eu acreditar n'Ele?». 37 Jesus disse-lhe: «Estás a vê-l'O; é Aquele mesmo que fala contigo». 38 Então ele disse: «Creio, Senhor!». E O adorou. 39 Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um justo juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos». 40 Ouviram isto alguns dos fariseus que estavam com Ele, e disseram-Lhe: «Porventura também nós somos cegos?». 41 Jesus disse-lhes: «Se vós fosseis cegos, não teríeis culpa; mas, pelo contrário, vós dizeis: Nós vemos! E permanece o vosso pecado».





Ioannes Paulus PP. II
Redemptoris Mater
sobre a Bem Aventurada
Virgem Maria
na vida da Igreja que está a caminho

/…7


2. Maria na vida da Igreja e de cada cristão

42. O Concílio Vaticano II, situando-se na linha da Tradição, projectou uma nova luz sobre o papel da Mãe de Cristo na vida da Igreja. "A bem-aventurada Virgem Maria... pelo dom da maternidade divina, que a une com o seu Filho Redentor, e ainda pelas suas graças e funções singulares, encontra-se também intimamente unida à Igreja: a Mãe de Deus é a figura da Igreja... e isso, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo". 117 Já vimos anteriormente que Maria permanece desde o princípio com os Apóstolos, enquanto esperam o Pentecostes, e que, sendo a "feliz porque acreditou", de geração em geração ela está presente no meio da Igreja que faz a sua peregrinação na fé, sendo para ela igualmente modelo da esperança que não decepciona (cf. Rom 5, 5).

Maria acreditou que se cumpririam aquelas coisas que lhe tinham sido ditas da parte do Senhor. Como Virgem, acreditou que conceberia e daria à luz um filho: o "Santo", ao qual corresponde o nome de "Filho de Deus", o nome de "Jesus" (= Deus que salva). Como serva do Senhor, permaneceu perfeitamente fiel à pessoa e à missão deste seu Filho. Como Mãe, "pela sua fé e obediência... gerou na terra o próprio Filho de Deus, sem ter conhecido homem, mas por obra e graça do Espírito Santo". 118

Por estes motivos "Maria... é com razão honrada pela Igreja com culto especial;... já desde os tempos mais antigos, a Santíssima Virgem é venerada com o título de "Mãe de Deus" e sob a sua protecção se acolhem os fiéis, que a imploram em todos os perigos e necessidades", 119 Este culto é absolutamente singular: contém em si e exprime aquele vínculo profundo que existe entre a Mãe de Cristo e a Igreja. 120 Como virgem e mãe, Maria permanece um "modelo perene" para a Igreja. Pode, portanto, dizer-se que sobretudo sob este aspecto, isto é, como modelo ou, melhor, como "figura", Maria, presente no mistério de Cristo, permanece também constantemente presente no mistério da Igreja. Com efeito, também a Igreja "é chamada mãe e virgem"; e estes nomes têm profunda justificação bíblica e teológica. 121

43. A Igreja "torna-se mãe... pela fiel recepção da palavra de Deus" 122 Como Maria, que foi a primeira a acreditar, acolhendo a palavra de Deus que lhe foi revelada na Anunciação e a ela permanecendo fiel em todas as provações até à Cruz, assim também a Igreja se torna mãe quando, acolhendo com fidelidade a palavra de Deus, pela pregação e pelo Baptismo, gera para uma vida nova e imortal os filhos, concebidos por obra do Espírito Santo e nascidos de Deus". 123 Esta característica "materna" da Igreja foi expressa dum modo particularmente vívido pelo Apóstolo das Gentes, quando escreveu: "Meus filhinhos, por quem sofro novamente as dores de parto, até que Cristo não se tenha formado em vós"! (Gál 4, 19). Nestas palavras de São Paulo está contida uma indicação interessante: da consciência que tinha a Igreja primitiva da função maternal, que andava ligada ao seu serviço apostólico entre os homens. Tal consciência permitia e constantemente permite à Igreja encarar o mistério da sua vida e da sua missão à luz do exemplo da Genetriz do Filho de Deus, que é "o primogénito entre muitos irmãos" (Rom 8, 29).

A Igreja, em certo sentido, apreende de Maria também o que é a própria maternidade: ela reconhece esta dimensão maternal da própria vocação, como algo ligado essencialmente à sua natureza sacramental, "contemplando a sua santidade misteriosa, imitando a sua caridade e cumprindo fielmente a vontade do Pai". 124 O facto de a Igreja ser sinal e instrumento da íntima união com Deus tem a sua base na maternidade que lhe é própria: porque, vivificada pelo Espírito Santo, "gera" filhos e filhas da família humana para uma vida nova em Cristo. Com efeito, assim como Maria está ao serviço do mistério da Incarnação, também a Igreja permanece ao serviço do mistério da adopção como filhos mediante a graça.

Ao mesmo tempo, a exemplo de Maria, a Igreja permanece a virgem fiel ao próprio Esposo: "Também ela é virgem, que guarda íntegra e pura a fé jurada ao Esposo", 125 A Igreja, de facto, é a esposa de Cristo, como resulta das Cartas paulinas (cf. Ef 5, 21-33; 2 Cor 11, 2) e da maneira como São João a designa: "a Esposa do Cordeiro" (Apoc 21, 9). Se a Igreja como esposa "guarda a fé jurada a Cristo", esta fidelidade, embora no ensino do Apóstolo se tenha tornado imagem do matrimónio (cf. Ef 5, 23-33), possui também o valor de ser o tipo da total doação a Deus no celibato "por amor do Reino dos céus", ou seja, da virgindade consagrada a Deus (cf. Mt 19, 11-12; 2 Cor 11, 2). Esta virgindade precisamente, a exemplo da Virgem de Nazaré, é fonte de uma especial fecundidade espiritual: é fonte da maternidade no Espírito Santo.

Mas a Igreja guarda também a fé recebida de Cristo: a exemplo de Maria, que guardava e meditava no seu coração (cf. Luc 2, 19. 51) tudo o que dizia respeito ao seu divino Filho, ela está empenhada em guardar a Palavra de Deus, apurando as suas riquezas com discernimento e prudência, para dar sempre da mesma, ao longo dos tempos, testemunho fiel a todos os homens. 126

44. Existindo esta relação de exemplaridade, a Igreja descobre-se em Maria e procura tornar-se semelhante a ela: "A imitação da Mãe do seu Senhor e por virtude do Espírito Santo, conserva virginalmente íntegra a fé, sólida a esperança e sincera a caridade" 127 Maria está presente, portanto, no mistério da Igreja como modelo. Mas o mistério da Igreja consiste também em gerar os homens para uma vida nova e imortal: é a sua maternidade no Espírito Santo. E nisto, Maria não é só modelo e figura da Igreja; mas é muito mais do que isso. Com efeito, "ela coopera com amor de mãe para a regeneração e formação" dos filhos e filhas da mãe Igreja. A maternidade da Igreja realiza-se não só segundo o modelo e a figura da Mãe de Deus, mas também com a sua "cooperação". A Igreja vai haurir copiosamente nesta cooperação de Maria, isto é, na mediação materna que é característica de Maria, no sentido de que já na terra ela cooperou na regeneração e formação dos filhos e das filhas da Igreja, sempre como Mãe daquele Filho" que Deus constituiu o primogénito entre muitos irmãos". 128

Para isto "cooperou - como ensina o Concílio Vaticano II - com amor de mãe. 129 Descobre-se aqui o valor real das palavras de Jesus, na hora da Cruz, à sua Mãe: "Mulher, eis o teu filho", e ao discípulo: "Eis a tua mãe" (Jo 19, 26-27). São palavras que determinam o lugar de Maria na vida dos discípulos de Cristo e exprimem - como já disse - a sua nova maternidade como Mãe do Redentor: a maternidade espiritual, que nasceu do mais íntimo do mistério pascal do Redentor do mundo. Trata-se de uma maternidade na ordem da graça, porque invoca o dom do Espírito Santo que suscita os novos filhos de Deus, remidos pelo sacrifício de Cristo: daquele mesmo Espírito que, conjuntamente com a Igreja, também Maria recebeu no dia do Pentecostes.

Esta sua maternidade é particularmente advertida e vivida pelo povo cristão no Banquete sagrado - celebração litúrgica do mistério da Redenção - no qual se torna presente Cristo, no seu verdadeiro Corpo nascido da Virgem Maria.

Com boa razão, pois, a piedade do povo cristão vislumbrou sempre uma ligação profunda entre a devoção à Virgem Santíssima e o culto da Eucaristia: pode comprovar-se este facto, na liturgia, tanto ocidental como oriental, na tradição das Famílias religiosas, na espiritualidade dos movimentos contemporâneos, mesmo dos movimentos juvenis, e na pastoral dos santuários marianos. Maria conduz os fiéis à Eucaristia.

45. É algo essencial à maternidade o facto de ela envolver a pessoa. Ela determina sempre uma relação única e irrepetível entre duas pessoas: da mãe com o filho e do filho com a mãe. Mesmo quando uma só "mulher" é mãe de muitos filhos, a sua relação pessoal com cada um deles caracteriza a maternidade na sua própria essência. Cada um dos filhos, de facto, é gerado de modo único e irrepetível; e isto é válido tanto para a mãe como para o filho. Cada um dos filhos é circundado, de modo único e irrepetível, daquele amor materno em que se baseia a sua formação e maturação em humanidade.

Pode dizer-se que "a maternidade na ordem da graça" tem analogia com o que "na ordem da natureza" caracteriza a união da mãe com o filho. A luz disto, torna-se mais compreensível o motivo pelo qual, no testamento de Cristo no Gólgota, esta maternidade de sua Mãe é por Ele expressa no singular, em relação a um só homem: "Eis o teu filho".

Pode dizer-se, ainda, que nestas mesmas palavras está plenamente indicado o motivo da dimensão mariana da vida dos discípulos de Cristo: não só de São João, que naquela hora estava aos pés da Cruz, juntamente com a Mãe do seu Mestre, mas também de todos os demais discípulos de Cristo e de todos os cristãos. O Redentor confia sua Mãe ao discípulo e, ao mesmo tempo, dá-lha como mãe. A maternidade de Maria que se torna herança do homem é um dom: um dom que o próprio Cristo faz a cada homem pessoalmente. O Redentor confia Maria a João, na medida em que confia João a Maria. Aos pés da Cruz teve o seu início aquela especial entrega do homem à Mãe de Cristo, que ao longo da história da Igreja foi posta em prática e expressa de diversas maneiras. Quando o mesmo Apóstolo e Evangelista, depois de ter referido as palavras dirigidas por Jesus do alto da Cruz à Mãe e a si próprio, acrescenta: "E, a partir daquele momento, o discípulo levou-a para sua casa" (Jo 19, 27), esta afirmação quer dizer, certamente, que ao discípulo foi atribuído um papel de filho e que ele tomou ao seu cuidado a Mãe do Mestre que amava. E uma vez que Maria lhe foi dada pessoalmente a ele como mãe, a afirmação indica, embora indirectamente, tudo o que exprime a relação íntima de um filho com a mãe. E tudo isto pode encerrar-se na palavra "entrega". A entrega é a resposta ao amor duma pessoa e, em particular, ao amor da mãe.

A dimensão mariana da vida de um discípulo de Cristo exprime-se, de modo especial, precisamente mediante essa entrega filial em relação à Mãe de Cristo, iniciada com o testamento do Redentor no alto do Gólgota. Confiando-se filialmente a Maria, o cristão, como o Apóstolo São João, acolhe "entre as suas coisas próprias" 130 a Mãe de Cristo e introdu-la em todo o espaço da própria vida interior, isto é, no seu "eu" humano e cristão: "levou-a para sua casa". Assim procura entrar no âmbito de irradiação em que se actua aquela "caridade materna", com que a Mãe do Redentor "cuida dos irmãos do seu Filho", 131 para cuja regeneração e formação ela coopera", 132 segundo a medida do dom própria de cada um, pelo poder do Espírito de Cristo. Assim se vai actuando também aquela maternidade segundo o Espírito, que se tornou função de Maria aos pés da Cruz e no Cenáculo.

46. Esta relação filial, este entregar-se de um filho à Mãe, não só tem o seu início em Cristo, mas pode dizer-se que está definitivamente orientado para ele. Pode dizer-se, ainda, que Maria continua a repetir a todos as mesmas palavras, que disse outrora em Caná da Galileia: "Fazei o que ele vos disser". Com efeito, é ele, Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens; é ele "o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14, 6); e é aquele que o Pai doou ao mundo, para que o homem "não pereça mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16). A Virgem de Nazaré tornou-se a primeira "testemunha" deste amor salvífico do Pai e deseja também permanecer a sua humilde serva sempre e em toda a parte. Em relação a todos e cada um dos cristãos e a cada um dos homens, Maria é a primeira na fé: é "aquela que acreditou"; e, precisamente com esta sua fé de esposa e de mãe, ela quer actuar em favor de todos os que a ela se entregam como filhos. E é sabido que quanto mais estes filhos perseveram na atitude de entrega e mais progridem nela, tanto mais Maria os aproxima das "insondáveis riquezas de Cristo" (Ef 3, 8). E, de modo análogo, também eles reconhecem cada vez mais em toda a sua plenitude a dignidade do homem e o sentido definitivo da sua vocação, porque "Cristo... revela também plenamente o homem ao homem". 133

Esta dimensão mariana da vida cristã assume um relevo particular no que respeita à mulher e à condição feminina. Com efeito, a feminilidade encontra-se numa relação singular com a Mãe do Redentor, assunto que poderá ser aprofundado num outro contexto. Aqui desejaria somente salientar que a figura de Maria de Nazaré projecta luz sobre a mulher enquanto tal, pelo facto exactamente de Deus, no sublime acontecimento da Incarnação do Filho, se ter confiado aos bons préstimos, livres e activos da mulher. Pode, portanto, afirmar-se que a mulher, olhando para Maria, nela encontrará o segredo para viver dignamente a sua feminilidade e levar a efeito a sua verdadeira promoção. A luz de Maria, a Igreja lê no rosto da mulher os reflexos de uma beleza, que é espelho dos mais elevados sentimentos que o coração humano pode albergar: a totalidade do dom de si por amor; a força que é capaz de resistir aos grandes sofrimentos; a fidelidade sem limites, a operosidade incansável e a capacidade de conjugar a intuição penetrante com a palavra de apoio e encorajamento.
47. Durante o Concílio, o Papa Paulo VI afirmou solenemente que Maria é Mãe da Igreja, "isto é, Mãe de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos Pastores". 134 Mais tarde, em 1968, na Profissão de Fé conhecida com o nome de "Credo do Povo de Deus", repetiu essa afirmação de forma ainda mais compromissiva, usando as palavras: "Nós acreditamos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu a sua função maternal em relação aos membros de Cristo, cooperando no nascimento e desenvolvimento da vida divina nas almas dos remidos". 135

O magistério do Concílio acentuou que a verdade sobre a Virgem Santíssima, Mãe de Cristo, constitui um subsídio eficaz para o aprofundamento da verdade sobre a Igreja. O mesmo Papa Paulo VI, ao tomar a palavra a propósito da Constituição Lumen Gentium, que acabava de ser aprovada pelo Concílio, disse: "O conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre a Bem -aventurada Virgem Maria constituirá sempre uma chave para a compreensão exacta do mistério de Cristo e da Igreja", 136 Maria está presente na Igreja como Mãe de Cristo e, ao mesmo tempo, como a Mãe que o próprio Cristo, no mistério da Redenção, deu ao homem na pessoa do Apóstolo São João. Por isso, Maria abraça, com a sua nova maternidade no Espírito, todos e cada um na Igreja; e abraça também todos e cada um mediante a Igreja. Neste sentido, Maria, Mãe da Igreja, é também modelo da Igreja. Esta, efectivamente - como preconiza e solicita o Papa Paulo VI - deve ir "buscar na Virgem Mãe de Deus a forma mais autêntica da perfeita imitação de Cristo". 137
Graças a este vínculo especial, que une a Mãe de Cristo à Igreja, esclarece-se melhor o mistério daquela "mulher" que, desde os primeiros capítulos do Livro do Génesis até ao Apocalipse, acompanha a revelação do desígnio salvífico de Deus em relação à humanidade. Maria, de facto, presente na Igreja como Mãe do Redentor, participa maternalmente naquele "duro combate contra os poderes das trevas..., que se trava ao longo de toda a história humana", 138 E em virtude desta sua identificação eclesial com a "mulher vestida de sol" (Apoc 12, 1), 139 pode dizer-se que "a Igreja alcançou já na Virgem Santíssima aquela perfeição, que faz que ela se apresente sem mancha nem ruga"; todavia, os cristãos, levantando os olhos com fé para Maria, ao longo da sua peregrinação na terra "continuam ainda a esforçar-se por crescer na santidade". 140 Maria, a excelsa filha de Sião, ajuda a todos os seus filhos - onde quer que vivam e como quer que vivam - a encontrar em Cristo o caminho para a casa do Pai.

Por conseguinte, a Igreja mantém, em toda a sua vida, uma ligação com a Mãe de Deus que abraça, no mistério salvífico, o passado, o presente e o futuro; e venera-a como Mãe espiritual da humanidade e Advogada na ordem da graça.

(Nota: Revisão da tradução para português por ama)
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Notas (em latim):
(117) CONC. OEC. VAT. II, Const. dogm. Lumen Gentium de Ecclesia, 63.
(118) Ibid., 63.
(119) Ibid., 66.
(120) Cfr. S. AMBROSIUS, De Institutione Virginis, XIV, 88-89: PL 16, 341s.; S. AUGUSTINUS, Sermo 215, 4: PL 38, 1074; De Sancta Virginitate, II, 2; V, 5; VI, 6: PL 40. 397; 398 s.; 399; Sermo 191, II, 3: PL 38, 1010 s.
(121) Cfr. CONC. OEC. VAT. II, Const. dogm. Lumen Gentium de Ecclesia, 63.
(122) Ibid., 64.
(123) Ibid., 64
(124) ibid., 64.
(125) Ibid., 64.
(126) Cfr. CONC. OEC. VAT. II, Const. dogm. Dei Verbum de Divina Revelatione, 8; S. BONAVENTURA, Comment. in Evang. Lucae, Ad Claras Aquas, VII, 53, n. 40; 68, n. 109.
(127) CONC. OEC. VAT. II, Con st. dogm. Lumen Gentium de Ecclesia, 64.
(128) Ibid., 63.
(129) Cfr. ibid.
(130) Ut est notum, in Graeco textu illa dctio «είς τά ίδια;» significat plus quam a discipulo Mariam receptam esse in aliquod hospitium vel curam corpoream domi ipsius, potius vitae communitatem inter eos constitutam ex Christi morientis verbis: cfr. S. AUGUSTINUS, In Ioan. Evang. tract. 119, 3: CCL 36, 659: « Suscepit ergo eam in sua, non praedia, quae nulla propria possidebat, sed officia, quae propria dispensatione exequenda curabat ».
(131) CONC. OEC. VAT. II, Const. dogm. Lumen Gentium de Ecclesia, 62.
(132) Ibid., 63.
(133) CONC. OEC. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes de Ecclesia in mundo huius temporis, 22.
(134) Cfr. PAULUS PP. VI, Allocutio habita die 21 Novembris 1964: AAS 56 (1964) 1015.
(135) PAULUS PP. VI, Sollemnis Professio Fidei (30 Iunii 1968), n. 15: AAS 60 (1968) 438 s.
(136) PAULUS PP. VI, Allocutio habita die 21 Novembris 1964: AAS 56 (1964) 1015.
(137) Ibid., 1016.
(138) Cfr. CONC. OEC. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes de Ecclesia in mundo huius temporis, 37.
(139) Cfr. S. BERNARDUS, In Dominica infra oct. Assumptionis Sermo, 1-2: S. Bernardi Opera, V, 1968, 262-274.
(140) CONC. OEC. VAT. II, Const. dogm. Lumen Gentium de Ecclesia, 65.

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