20/02/2012

Leitura Espiritual para 20 Fev 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 14, 32-52

17 Chegada a tarde, foi Jesus com os doze. 18 Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: «Em verdade vos digo que um de vós, que come comigo, Me há-de entregar».  19 Então começaram a entristecer-se, e a dizer-Lhe um por um: «Porventura sou eu?». 20 Ele disse-lhes: «É um dos doze que se serve comigo do mesmo prato. 21 O Filho do Homem vai, segundo está escrito d'Ele, mas, ai daquele homem por quem for entregue o Filho do Homem! Melhor fora a esse homem não ter nascido». 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciada a bênção, partiu-o, deu-lho e disse: «Tomai, isto é o Meu corpo». 23 Em seguida, tendo tomado o cálice, dando graças, deu-lho, e todos beberam dele. 24 E disse-lhes: «Isto é o Meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por todos. 25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da videira, até àquele dia em que o beberei novo no reino de Deus». 26 Cantados os salmos, foram para o monte das Oliveiras. 27 Então Jesus, disse-lhes: «Todos vós vos escandalizareis, pois está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão”. 28 Mas, depois de Eu ressuscitar, preceder-vos-ei na Galileia». 29 Pedro, porém, disse-Lhe: «Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu não». 30 Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que hoje, nesta mesma noite, antes que o galo cante a segunda vez, Me negarás três vezes». 31 Porém, ele insistia ainda mais: «Ainda que seja preciso morrer contigo, não Te negarei». E todos diziam o mesmo.


Talita Kum - Levanta-te
…/49


Também a estes, - a nós, talvez - Jesus diz: Em latim: Surge! Ou em aramaico: Kum!

“Quero que te levantes, que saias desse torpor, desse estar deitado que é prenúncio de morte; quero que vivas a austos largos a vida que ainda tens pela frente, que olhes para os teus irmãos, os homens, que te rodeiam e que esperam de ti uma palavra, um gesto que, com a tua experiência de vida mais ou menos longa, serão palavras e gestos de esperança e paz. Acumulaste uns bens, conhecimentos, experiência, tens de reparti-los pelos outros. Tens de ensinar quem não sabe, ajudar a ver quem enxerga mal, explicar ao que não entende, desafiar o acomodado, urgir o indeciso, pressionar o tíbio. O teu lugar só pode ser ocupado por ti, o que tens de fazer, só tu o podes levar a cabo, só tu podes pronunciar as palavras que pus na tua boca, partilhar os sentimentos que insinuei no teu coração.”

Surge! Kum!

A cada momento o Senhor interpela-nos como que a chamar-nos à realidade da vida. Acorda-nos do nosso torpor, do nosso acomodado “para que vou meter-me nisto”, para que nos levantemos e encaremos a vida de frente, como deve ser. Temos de estar despertos, vigilantes, atentos, quando não… «Não duvidemos: na hora da tentação, do cumprimento do dever, do sacrifício e a entrega, da rejeição ante o ambiente insano, o Senhor dirige-se aos seus filhos para nos perguntar: dormes?» [1].

«(…) e mandou que dessem de comer à pequena.» O cuidado do Senhor para connosco vai muito para além da cura do mal que nos afecta. Sabe que, nós, debilitados pela doença que é o pecado, enfraquecidos pelo mal que é a cedência às tentações, não poderemos viver, plenamente, o dom da vida que nos concede, sem alimento. Por isso quis ficar na Eucaristia como alimento sublime e total para que tenhamos vida em abundância. Um alimento que nos dá dimensão, volume, estatura, que nos fortalece e anima.

«Efectivamente Jesus está numa atitude de convite, de conhecimento e de compaixão por nós; mais ainda, de oferecimento, de promessa, de amizade, de bondade; de remédio para os nossos males, de confortador, e ainda mais, de alimento, de pão, de fonte de energia e de vida.» [2]

Fico-me a pensar, por vezes, que a Eucaristia é como que uma “história” fabulosa de amor, tão extraordinária que chega a parecer inacreditável! Mas, não, é bem real e verdadeira… uma “história” do Amor de Deus pelos homens, por mim! E entrego-me à oração com mais fervor, procurando na pequenez do meu pobre coração a grandeza do Coração de Jesus e, inevitavelmente, encontro a Sua imagem reflectida na minha alma. E escolho – tento escolher sempre – essa face da moeda que sou -, para lha dar a Ele porque Lhe pertence. Então, qualquer pequeno, ou grande sentimento de tristeza que teime em aflorar, desvanece-se como que por encanto, e fico tranquilo e absolutamente seguro que me ouve e, que não obstante as minhas numerosas faltas e não poucas traições, me quer bem.
Redobro os meus esforços para que, nos “Getzemanis” da minha vida, não me deixe invadir nem pelo torpor nem pelo sono e que, sobretudo, a tristeza pelas faltas cometidas não me condicione o coração.

«Saíu da Sua oração, veio ter com os discípulos e encontrou-os a dormir, com a tristeza». (Lc 22, 45)

A tristeza adormece o homem e impede-o de acompanhar Cristo.

Cristo quer, ao longo da nossa vida, encontrar-se com cada um de nós e, que pode fazer se nos encontra a dormir: Segue o Seu caminho.
Mas, se estamos acordados, despertos e atentos ao que se passa à nossa volta, se nos desprendemos da carapaça que nos cobre o coração, carapaça que vamos construindo com as nossas dúvidas, os nossos problemas, preocupações e temores, detêm-se...e fica.
Tristeza porquê?
Porque caímos, em faltas grandes ou pequenas, por impulso ou por hábito?
Não!
Arrependimento, sim.
Mas o arrependimento não é tristeza é a alegria de reencontrar o caminho de começar outra vez.

NUNC COEPI!» [3]

Espero ansiosamente a hora de participar na Santa Missa diária. Sei que encontrarei não só o refúgio e a paz que procuro, mas, sobretudo, esse alimento que me é imprescindível para a minha vida. E, embora tenha plena consciência da “enormidade” do que me espera, não me deixo abalar nem desviar do meu propósito.

Com toda a humildade, digo-lhe:

«Vejo-me tal como sou: nada, absolutamente. E tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
Este pobre homem com pés de barro e vontade frágil, estou aqui na expectativa do momento sublime em que Te receberei meu Deus e Senhor.
Tenho o meu coração palpitando de alegria, confiança e amor.
Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes.
Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno!
Sei, porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse.
Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim» [4].

No meu coração, na minha alma, sinto a cada momento que o Senhor me diz:

Surge! Kum! Ergue-te!




[1] Javier Echevarría, Getzemani, cap. V, 8.
[2] paulo VI, Homília no Corpus Christi, 13.06.1974.
[3] Publicada por ama em NUNC COEPI a 4/01/2007.
[4] ama, Orações diárias, Preparação para a Comunhão, 1991)

[5]Escrito por AMA em 2010, visto por autoridade eclesiástica.
      Agrad. Dr. V. Costa Lima, pelo aconselhamento e sugestões

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