11/02/2012

Leitura Espiritual para 11 Fev 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.



Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 10, 17-31

17 Tendo saido para Se pôr a caminho, veio um homem a correr e, ajoelhando-se diante d'Ele, perguntou-Lhe: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?». 18 Jesus disse-lhe: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. 19 Tu conheces os mandamentos: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não digas falso testemunho, não cometas fraudes, honra teu pai e tua mãe”». 20 Ele respondeu: «Mestre, todas estas coisas tenho observado desde a minha mocidade». 21 Jesus olhou para ele com afecto, e disse-lhe: «Uma coisa te falta: vende tudo quanto tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-Me». 22 Mas ele, entristecido por estas palavras, retirou-se desgostoso, porque tinha muitos bens. 23 Jesus, olhando em volta, disse aos discípulos: «Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!». 24 Os discípulos ficaram atónitos com estas palavras. Mas, Jesus de novo lhes disse: «Meus filhos, como é difícil entrarem no reino de Deus os que confiam nas riquezas! 25 Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus». 26 Eles, cada vez mais admirados, diziam uns para os outros: «Então quem pode salvar-se?». 27 Jesus, olhando para eles, disse: «Para os homens isto é impossível, mas não para Deus, porque a Deus tudo é possível». 28 Pedro começou a dizer-Lhe: «Eis que deixámos tudo e Te seguimos». 29 Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Ninguém há que tenha deixado a casa, os irmãos, as irmãs, o pai, a mãe, os filhos, ou as terras, por causa de Mim e do Evangelho, 30 que não receba o cêntuplo, mesmo nesta vida, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e terras, juntamente com as perseguições, e no tempo futuro a vida eterna. 31 Porém, muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros».

Talita Kum - Levanta-te
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Promover a paz entre os homens, os que nos são próximos, na família em primeiríssimo lugar, e depois em todos os ambientes em que nos movemos, é uma missão que, nem por ser grande e muitas vezes ingrata, deixa de ser a de cada cristão: «Dever de cada cristão é levar a paz e a felicidade pelos diversos ambientes da Terra, numa cruzada de fortaleza e de alegria, que remova até os corações murchos e apodrecidos, e os levante para Ele». [1]

Detendo-nos nas palavras de Cristo, «a paz esteja convosco», compreenderemos que «são ao mesmo tempo, palavras de juízo e de graça, de morte e de vida: e isto, que vale, em primeiro lugar, para as pessoas, vale também para os diversos bens deste mundo que estão marcados tanto pelo pecado do homem como pela bênção de Deus. Por si mesmo e pelas suas próprias forças não há ninguém que se liberte do pecado e se eleve acima de si mesmo, ninguém absolutamente que se liberte a si mesmo da doença, da sua solidão ou da sua escravidão, mas todos precisam de Cristo como modelo, mestre, libertador, salvador, vivificador. De facto, na história humana, mesmo sob o ponto de vista temporal, o Evangelho foi um fermento de liberdade e de progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de paz».[2] Porque, em última análise, «não bastam (...) as análises sociológicas para trazer a justiça e a paz. A raiz do mal está no interior do homem» [3], e porque «a paz autêntica e a efectiva segurança não se obtêm somente impedindo guerras e conflitos, mas também promovendo o desenvolvimento e criando condições que garantam plenamente os direitos humanos fundamentais» [4].

«Em concreto, a verdade está em que não se conseguirá vitória alguma, por mais capazes que sejam as forças e aguerridas as tropas sem a «paz com Deus, efeito da justificação e afastamento do pecado; a paz com o próximo, fruto da caridade difundida pelo Espírito Santo; e a paz connosco mesmos, a paz da consciência, proveniente da vitória sobre as paixões e sobre o mal» [5].

No fim e ao cabo ‘ninguém pode dar o que não tem!’.

Levanta-se muitas vezes, aos cristãos, a dúvida sobre o cumprimento, ou não, das leis do Estado, emanadas da autoridade legítima. Estas dúvidas têm razão de ser já que, muitas vezes, o legislador não só não tem em devida conta os sagrados princípios da dignidade humana como até, muitas vezes, vai contra a própria estrutura da sociedade organizada, nomeadamente, na sua célula principal e fundamental, que é a família. Por isso é necessário ter a mente esclarecida e bem claros esses princípios fundamentais contra os quais, o cristão não pode transigir em caso algum [6].

Parece, hoje em dia, mais aceso um verdadeiro combate à família humana, tal como a entendemos:
Um casal, um homem e uma mulher, unidos numa vida comum, partilhando com generosidade o que é próprio de cada um, embora mantendo a individualidade, respeitando a maneira de ser do outro; os filhos, fruto do amor do casal livremente expresso na colaboração com Deus na perpetuação e continuidade da raça humana. Nalguns países assiste-se a uma não disfarçada tentativa de fazer desmoronar de forma irreversível esses valores. Com a pretensão de agradar às minorias – sê-lo-ão sempre – promulgam-se leis que pretendem estabelecer princípios de liberdade que na verdade, mais não fazem que atentar contra a liberdade de outros. De facto, ao consentir, ao legislar, sobre os ‘casamentos’ entre pessoas do mesmo sexo com a possibilidade de adopção de crianças, atenta-se, em primeiro lugar, contra a própria sociedade que é composta por seres masculinos e femininos, com morfologias e características diferentes e com diferentes finalidades, e, em segundo lugar, contra as próprias crianças que têm direito a ter um pai e uma mãe – como a enormíssima maioria das crianças – e a serem criados e receberem uma educação semelhantes a essa mesma maioria.

O preço deste desvario está à vista: A angustiante baixa de natalidade nesses países em que tais leis foram publicadas, a perda acentuada das características da própria sociedade nacional, a inversão dos valores fundamentais da convivência humana.

Que contas terão de prestar não só os autores ou promotores dessas leis, mas também todos aqueles que as consentiram ou, mesmo, nalguns casos sabidos, aprovaram ao arrepio da vontade ou convicção próprias, refugiando-se numa suposta ‘obrigação legal’ que o cargo que, temporariamente desempenham, dizem obrigar, ou, aqueles que, com o seu voto, deram poder a essas pessoas para o fazer.

Há, portanto, uma responsabilidade muito ‘alargada’ e não é aceitável que alguém se refugie no repúdio e crítica desses actos e leis quando, na verdade, o seu voto - ou ausência dele – o permitiu.



[7]…/



[1] S. Josemaria Escrivá, Sulco, 92.
[2] Concílio Vaticano II, Decreto Ad Gentes Divinitus, nr. 8.
[3] João Paulo II, Discurso à UNIV, Roma, 1104.1979.
[4] João Paulo II, Discurso na XXVIII Conferência Geral da FAO,
     23.10.1995.
[5] João Paulo II, Discurso à UNIV, Roma, 24.02.1986.
[6] A LEI, AS LEIS E A DIGNIDADE DA CONSCIÊNCIA.
1. Os textos da Escritura proclamados nesta celebração dizem-nos que, na visão bíblica do homem, da sua identidade profunda, faz parte a lei moral, gravada no seu coração, prévia a qualquer lei positiva, religiosa ou civil. O homem, porque inteligente e livre, é o único ser da criação interpelado e conduzido por uma lei moral, a partir da qual será julgado. Se alguma vez o homem se afirmasse como um ser sem lei, negaria a sua própria identidade.
Paulo, na Carta aos Romanos, aborda este tema, pondo em confronto os judeus, dotados de uma lei religiosa muito elaborada ao longo de séculos e todos os outros, os pagãos, não atingidos por essa lei mosaica, mas que nem por isso são sem lei, pois trazem em si mesmos a sua própria lei, e relaciona essa lei universal, gravada no coração de cada homem, com a dignidade da própria consciência: "eles mostram o realismo dessa lei gravada no seu coração, comprovada no testemunho da sua consciência" (Rom. 2,15). O Concílio Vaticano II explicita, para o nosso tempo, este ensinamento do Apóstolo Paulo: "No fundo da sua consciência, o homem descobre a presença de uma lei que ele não se deu a si mesmo, mas à qual é chamado a obedecer. Esta voz, que continuamente o impele ao amor e a realizar o bem e a evitar o mal, no momento oportuno ecoa no íntimo do seu coração: faz isto, evita aquilo. É uma lei inscrita por Deus no coração do homem; a sua dignidade está em obedecer-lhe e é ela que o julgará. A consciência é o centro mais secreto do homem, o santuário onde se encontra a sós com Deus, onde a Sua voz se faz ouvir" (G.S. nº 16).
A esta lei interior, prévia a qualquer lei positiva, costuma chamar-se a "lei natural". A expressão nunca aparece na Sagrada Escritura, mas passou a ser usada, a partir de um certo momento, no Magistério da Igreja. Ela contrapõe-se à lei positiva e não exclusivamente à lei religiosa, até porque esta é a explicitação dessa lei primeira, gravada por Deus no coração do homem. Se reconhecermos esta lei primordial, afirmada no santuário da consciência, põe-se-nos o problema da relação de toda a lei positiva, religiosa ou não, com essa lei fundamental, base para a explicitação de todo o enquadramento legal como caminho para a busca do bem, no exercício da liberdade.
2. A relação entre esta lei primordial e a lei positiva vê-se, claramente, na lei religiosa de Israel e depois na lei cristã. Ambas têm origem em Deus Criador, indicam o caminho indicado por Deus para a realização do homem, em busca de uma plenitude de liberdade e de vida. Ajuda-nos a perceber essa unidade a explicitação dos conteúdos dessa lei natural: antes de mais, a dignidade da consciência, onde está gravado o sentido do que é bem e do que é mal. O bem explicita-se, antes de mais, no reconhecimento de Deus, na obediência ao caminho por ele indicado, que toma a forma do amor e da adoração. O respeito pela dignidade dos outros, que ganha forma no amor do próximo, expresso logo de início no amor do homem e da mulher e no respeito pela vida, expressa na denúncia do crime de Caim (Gen. 4,7ss). O Concílio concretiza estes conteúdos da consciência original: "É de uma maneira admirável que se revela à consciência esta lei que se realiza no amor de Deus e do próximo" (G.S. nº16). Por outro lado afirma-se que a lei divina e a lei natural são o fundamento sólido de uma comunidade fraterna entre os homens (cf. G.S. nº89).
Os conteúdos desta lei natural imprimiram-se em tradições religiosas e culturais, que deram origem à lei religiosa de Israel. A Lei Mosaica, chamada Thora, sobretudo o decálogo, é o assumir dos conteúdos dessa lei primordial impressa no coração do homem, na lei religiosa. Amarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto; honrarás pai e mãe; não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não julgarás falso; não desejarás a mulher e os bens do teu próximo (cf. Ex. 20,1-17). Para que esta lei positiva seja humana e dinamize a existência do homem em dignidade, ela não pode, nem desconhecer, nem contradizer, essa lei fundamental gravada no coração do homem. Aliás, o respeito pela dignidade da consciência será sempre um desafio a toda a lei positiva.
Jesus, no Sermão da Montanha, dá uma expressão definitiva aos dinamismos que Deus pôs no coração humano. Podemos considerar, como o faz Bento XVI no seu livro "Jesus de Nazaré", o discurso das bem-aventuranças como o enunciar da nova thora, a Lei do Messias. Essa lei primordial, Cristo, enquanto Homem, tem-na bem viva no Seu coração de Filho. Podemos dizer que no Seu coração está bem presente o desígnio de Deus, o caminho sugerido aos homens, o Seu amor pelos homens. Nele, a lei primordial torna-se, verdadeiramente, a Sua Lei, a Lei de Cristo. Nele o homem recupera a liberdade em relação aos imensos preceitos em que se foi concretizando a lei positiva, como escreve Paulo aos Gálatas: "Cristo libertou-nos para que ficássemos livres. Permanecei firmes (em Cristo), para não vos sujeitardes ao jugo da escravidão" (Gal. 5,1ss). Cristo, Verbo eterno feito homem, por Quem todas as coisas foram feitas, significa a plenitude da criação. Essa lei primordial está tão perfeitamente impressa no Seu coração, que Ele é a plenitude da Lei, isto é, de todo o plano e vontade de Deus acerca dos homens. Para os cristãos, Cristo é a Lei, porque é o caminho, a verdade e a vida.
3. Uma questão se põe à cultura e à organização das sociedades: em que medida é que todas as leis devem ser aplicação dessa lei primordial, para poderem ser caminho para o homem, caminho de justiça e de harmonia. Este é um problema cultural, na medida em que essa lei natural, comum a todos os homens, constitui um património comum universal, presente em todos os povos e culturas e subjacente a todas as religiões. Em cada cultura esse património universal ganha forma na ordem de valores que constituem a identidade própria de uma comunidade.
No nosso tempo, marcado pela convivência, cada vez mais intensa, entre povos e culturas, a identificação deste "universal humano" pode ser decisivo para a construção da justiça e da paz. Hoje os responsáveis pelas Nações, além do dever de fazerem leis justas e humanamente correctas, estão preocupados, e com razão, com a destruição do sentido da lei como base da convivência. Mas é ainda mais grave quando se destrói esse património primordial gravado no coração do homem: conjunto de valores, inerentes ao sentido de responsabilidade, constitutivos da dignidade da consciência. A anomia tem sempre como antecedente, por vezes longínquo, a destruição desse património original da dignidade da consciência. Esta é uma batalha que se trava no campo da educação e da cultura, mas também na lucidez e na clareza humanista dos princípios com que se rege a Cidade. Os cristãos têm de estar na primeira linha dessa batalha, onde se ganha ou se perde a humanização da sociedade.
Estamos aqui, neste dia da Abertura Solene do Ano Judicial, para implorar a luz e a protecção de Deus para todos aqueles e aquelas que estão empenhados na construção da justiça. Que Deus abençoe a todos. (D. José Policarpo, Homilia de na Missa de Abertura do Ano Judicial, 29 de Janeiro de 2008).
[7] Escrito por AMA em 2010, visto por autoridade eclesiástica.
      Agrad. Dr. V. Costa Lima, pelo aconselhamento e sugestões

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