Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Mc 6, 1-13
1 Tendo Jesus partido dali, foi para a Sua terra; e seguiram-n'O os discípulos. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os Seus numerosos ouvintes admiravam-se e diziam: «Donde vêm a Este todas estas coisas que diz? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada? E como se operam tais maravilhas pelas Suas mãos? 3 Não é Este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós as Suas irmãs?». 4 E estavam perplexos a Seu respeito. 5 Mas Jesus dizia-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa». E não pôde fazer ali milagre algum; apenas curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E admirava-Se da incredulidade deles. Depois, andava ensinando pelas aldeias circunvizinhas. 7 Chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos.8 Ordenou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um bastão; nem alforge, nem pão, nem dinheiro na cintura; 9 mas que fossem calçados de sandálias, e não levassem duas túnicas. 10 E dizia-lhes: «Em qualquer casa onde entrardes, ficai nela até sairdes desse lugar. 11 Onde vos não receberem nem ouvirem, retirando-vos de lá, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles». 12 Tendo partido, pregavam que fizessem penitência. 13 Expulsavam muitos demónios, ungiam com óleo muitos enfermos e curavam-nos.
Talita Kum - Levanta-te
…/31
Confiança no Senhor, sem dúvida, mas uma confiança total, absoluta.
Uma confiança de filhos que têm a certeza que o seu Pai jamais lhes concederá algo que não seja para seu próprio bem.
Mas esta confiança, não substitui nem anula a necessidade de nos empenharmos totalmente em conseguir o que Deus quer que façamos, e que é, fazer render ao máximo as nossas capacidades.
Como diz S. Josemaria:
«Além da Sua graça abundante e eficaz, o Senhor deu-te a cabeça, as mãos, as faculdades intelectuais, para que faças frutificar os teus talentos.
Deus quer realizar milagres constantes - ressuscitar mortos, dar ouvido aos surdos, vista aos cegos, possibilidades de andar aos coxos... -, através da tua actuação profissional santificada, convertida em holocausto grato a Deus e útil às almas» [1].
Porque é grave e importante esta obrigação de pôr a render, tirar proveito, não só das qualidades, ou dons que recebemos de Deus, mas também aproveitar e usar bem as oportunidades que Ele nos vai proporcionando ao longo da nossa vida.
Voltemos à cena do Evangelho para nos determos noutro pormenor: A hemorroíssa dizia para consigo: «Si vel vestimenta eius tagitero, salava ero - se tocar só que seja no seu vestido, ficarei curada» [2].
A pobre mulher desenganada da medicina, repudiada pela sociedade, tratada como um pária, não se atreve a mais que tocar, simplesmente, nos vestidos do Senhor.
A sua atitude é compensada imediatamente por Jesus. A fé, a confiança e a contrição moveram o Seu coração amantíssimo: «Filia, fides tua te salvam fecit, vade in pace et este sana a plaga tua - Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada do teu mal» [3].
Sim, contrição, porque a hemorroíssa se lançou aos Seus pés e Lhe declarou toda a verdade.
Assim nós devemos contar toda a verdade ao Senhor.
Ao pedir-mos isto ou aquilo, o nosso coração deve abrir-se de par em par, não guardando nada, contando tudo quanto nos oprime, angustia ou envergonha.
Pormo-nos assim, perante o Senhor, tal qual somos, com as nossas misérias, ambições, enfim, tudo aquilo que temos dentro de nós e que não conseguimos curar completamente, não obstante os esforços e empenho que tenhamos posto da nossa parte nesse intento.
A mulher sente-se indigna de tocar Jesus, ou falar com Ele directamente, mas sabe, no seu coração, que também isso não é necessário e que bastará tocar no Seu manto.
Também nós somos indignos de tocar o Senhor, mas sabemos que bastará fazê-lo com o desejo do nosso coração.
Naturalmente que não o quereremos fazer a meias, com reservas, assim como que só com meio coração...
Cristo não nos quer aos bocados, quer-nos inteiros, completos. Ele bem sabe os nossos defeitos e virtudes, conhece-nos intimamente, por isso mesmo não aceitará as nossas orações ou os nossos pedidos sob reserva.
Permitam-me até que diga que não é lógico tentar ludibriar Jesus, não Lhe expondo toda a verdade nos mais ínfimos pormenores que Ele já conhece.
Na nossa vida corrente com certeza que já passamos por dificuldades e tivemos de pedir ajuda: a um amigo, a uma instituição etc. Nessas ocasiões procuramos ser claros e muito concretos, não escondendo a dificuldade nos seus contornos. É natural que nos tenha custado ter de relatar e esclarecer as circunstâncias ou motivos que nos levaram a esse pedido de auxílio, mas pensamos, com lógica, que se quem nos atende desconfiasse, por intuição ou por informações que tivesse, que não estávamos a ser totalmente verdadeiros, ficaria comprometida a ajuda.
Pois com Deus as coisas são mais sérias, pois Ele conhece, com certeza absoluta, tudo o que temos dentro de nós.
Qual é o Pai que não fica "desarmado" perante o filho pequeno que lhe confessa um disparate?
Deus Nosso Senhor, Pai amorosíssimo, deixa-se tocar pela nossa sinceridade.
[4]…/
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.