04/12/2011

Fortaleza do amor 3

São dois, os sentimentos humanos que se caracterizam pela sua força; um é o amor e o outro é o ódio. Como bem sabemos, o ódio é a antítese do amor. É a negação do amor, onde não há amor, nasce de imediato o ódio, o vazio que a não existência de amor deixa, imediatamente se enche com o ódio. E ao dizer ódio, há que pensar que este tem uma longa escala de intensidades, que podem ir desde a simples antipatia, até ao que nós chamamos ódio africano. Parece que o cartaginês Animal jurou desde criança, ódio aos romanos, e daqui a expressão atribuída pelos romanos, referindo-se à origem africana de Cartago e por suposto de Aníbal.

A natureza de Deus é o amor e nada mais que o amor, a nossa deveria de ser igual, mas não o será até que, purificados plenamente aceitemos o amor a Deus com carácter definitivo, Agora aqui em baixo flutuamos entre um débil amor a Deus, e um descarado e perigoso flirt com o ódio que nos atiça o nosso eterno inimigo, o demónio que está sempre espreita. Só quando tenhamos superado a nossa prova de amor, poderemos pensar que a nossa natureza é como a dos anjos uma natureza de amor. E aquele que não tenha superado, ainda que pelos cabelos a prova de amor e não final não tenha aceite o amor que Deus constantemente lhe esteve oferecendo, verá como a sua natureza se transforma numa natureza de ódio, como é a do demónio, pela qual lhe é impossível fazer um simples acto de amor, pois o amor de Deus ao retirar-se da sua natureza, esta encheu-se de ódio a tudo, a todos, e a si próprio.

(juan do carmelo, trad ama)

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