Advento III Semana
Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior. [i]
6 Apareceu um homem enviado por Deus que se chamava João. 7 Veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8 Não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
19 Eis o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas a perguntar-lhe: «Quem és tu?». 20 Ele confessou a verdade, não a negou; e confessou: «Eu não sou o Cristo». 21 Eles perguntaram-lhe: «Quem és, pois? És tu Elias?». Ele respondeu: «Não sou». «És tu o profeta?». Respondeu: «Não». 22 Disseram-lhe então: «Quem és, pois, para que possamos dar resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?». 23 Disse-lhes então: «”Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor”, como disse o profeta Isaías». 24 Ora os que tinham sido enviados eram fariseus. 25 Interrogaram-no, dizendo: «Como baptizas, pois, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?». 26 João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Quem vós não conheceis. 27 Esse é O que há-de vir depois de mim, e eu não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias». 28 Estas coisas passaram-se em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar.
Comentário:
A figura de São João avulta na história da salvação. É uma figura central de uma importância excepcional.
(Dele dirá Jesus Cristo: «Na verdade vos digo que entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João Baptista» [ii])
Ocupar o lugar de Jesus, mesmo que momentaneamente, nunca esteve nos seus planos nem consentiu que alguma vez o confundissem com aquele que vinha anunciar.
Sendo uma figura tão proeminente e extraordinária ainda mais avulta a sua modéstia e “apagamento”. Sendo quem era, não lhe terá sido fácil convencer os seus discípulos, primeiro, e os restantes depois, que era apenas um “enviado” com uma missão específica de anúncio da chegada eminente de algo incomparavelmente maior e mais importante.
É, talvez, o exemplo mais acabado de humildade e reconhecimento pessoal de , apenas, ser um instrumento nas mãos de Deus.
E, a verdade é que, por mais valioso ou importante que seja o instrumento, nunca passará disso mesmo: instrumento de cuja docilidade dependerá em grande parte o êxito da missão que lhe foi confiada.
(ama, comentário sobre Jo 1, 6-8, 19-28, 2011.11.16)
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