02/11/2011

Para sempre.


Que quer isto dizer: para sempre!

A nossa natureza não consegue entender o verdadeiro significado, para sempre - por exemplo - amar-te-ei sempre - tem subjacente uma ideia de finito, de temporal, amar-te-ei até um de nós morrer é o que realmente significa.

O homem não é intemporal e, logo, não pode assumir uma intemporalidade como significa: para sempre, algo que, a partir de um começo num tempo determinado, não terá fim nunca.

Por princípio só conseguimos processar conceitos temporais sabemos quando começam e embora desconheçamos, exactamente quando acabam temos a certeza que hão-de terminar. É o que chamamos vida, ou seja, vida é esse espaço de tempo, breve ou longo, que as pessoas ou coisas servem o seu propósito determinado quando começaram a existir.

O interessante está em considerar o homem como um ser dotado de uma alma – por isso se chama homem – que tendo sido criada directamente por Deus, enquanto o corpo o foi com o concurso dos progenitores, esta é de facto imortal porque sendo um espírito se assemelha ao próprio Deus e, logo, não pode morrer.

Sempre é, pois, uma relatividade. Por isso é tão difícil ao homem compreender Deus que não começou e, por isso não pode acabar. Só o que nasceu pode morrer, o que foi criado pode desaparecer, o feito pode ser esquecido e assim sucessivamente.
Eternidade sendo um círculo completo, não tem princípio nem fim e, isto é Deus. Ou seja, Deus existe exactamente porque nele engloba tudo o que pode existir, agora, num futuro qualquer ou no passado mais remoto. Vida, por isso mesmo, só é possível no círculo, em Deus, portanto, desta forma, parece evidente, que Deus é a própria vida.

Não se trata de filosofia mas sim geometria, quer dizer, evidência. A demonstração faz-se com evidências e não com teorias. Neste caso, porém, para o conhecimento ser completo - não total mas completo - é fundamental que Deus se revele tal qual é aos olhos dos homens, só que, essa revelação será sempre pessoal, de Deus ao homem individual no segredo e intimidade do Criador e do criado, do divino e do humano. Sem a ajuda fundamental necessária, imprescindível da fé, porém, nada disto é possível. Fé surge assim como um filtro tradutor da nossa intimidade com Deus. Sem ela, esse ‘filtro tradutor' não entenderemos coisa alguma do que Deus queira revelar-nos e, por outro lado não sentiremos necessidade de comunicar com Ele.

(Divagação, 2009.11.02)

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