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O dia da Morte
William-Adolphe Bourgerau
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Voltaire escreveu um dia a Bayle, desconsolado e triste, a lamentar que os seus amigos se desonrassem, quase todos na morte, chamando o padre, confessando-se, comungando, e repudiando, como perigosa e falsa a sua antiga rebeldia anticristã, mais cómoda, ao que parece, para viver, do que para morrer! E é sabido que o mesmo Voltaire se teria desonrado - também, confessando-se e comungando, se lho tivessem consentido d'Alembert e Diderot. D'Alembert, por seu turno, quando viu que a morte se avizinhava, mandou chamar, para se confessar, o pároco de Saint-Germmain, que Condorcet não deixou entrar, o mesmo sucedendo, a Diderot, que se teria confessado ao pároco de S. Sulpicio, o bom P. Térsac, se os e amigos o não impedissem de o fazer.
(Cfr. A. Veloso, BROTÉRIA, Vol. LVI, Fasc. 4, 1953, pag. 278)
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