13/11/2011

Educar a afectividade 4

EXEMPLO, EXIGÊNCIA, BOA COMUNICAÇÃO

Na aprendizagem emocional, o exemplo tem um protagonismo particular. Basta pensar, por exemplo, como se transmite de pais para filhos a capacidade de reconhecer a dor alheia, de compreender os outros, de prestar ajuda a quem necessita. São estilos emocionais que todos nós aprendemos de modo natural e registamo-los na nossa memória sem nos darmos conta, observando quem nos rodeia.
Mas, nem por isso, tudo é questão de bom exemplo. Há filhos egoístas e insensíveis cujos pais são pessoas de grande coração. E isto é assim porque o modelo é importante, mas, além dele (por exemplo, de pais atentos às necessidades dos outros), é preciso sensibilizar, face a esses valores (fazer-lhes descobrir essas necessidades nos outros, salientar-lhes quão atraente é um estilo de vida baseado na generosidade) e, além disso, educar num clima de exigência pessoal, porque, se não há auto-exigência, a preguiça e o egoísmo afogam facilmente qualquer processo de maturação emocional. A disciplina e a autoridade são decisivas para educar, pois sem um pouco de disciplina dificilmente se podem aprender a maioria das questões importantes para a vida.


Juntamente com isso, é essencial que haja um clima distendido, de boa comunicação; que na família seja fácil criar momentos de maior intimidade, em que possam emergir com confiança os sentimentos de cada um e, assim, serem partilhados e educados; que não haja um excessivo pudor à hora de manifestar os próprios sentimentos; que haja facilidade para expressar aos outros com lealdade e carinho o que neles nos desagradou; etc. 



Quando falta essa sintonia diante de algum tipo de sentimentos (de misericórdia face ao sofrimento alheio, de desejo de superar-se diante de uma contrariedade, de alegria diante do êxito de outros, etc.), ou na medida em que esses sentimentos não se fomentam, ou mesmo se dificultam ou se desprestigiam, cada um tende a restringi-los e, pouco a pouco, senti-los-á cada vez menos; vão-se e desfigurando e desaparecem pouco a pouco do repertório emocional.


a. aguiló

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