Caminho e Luz |
Princípio de substância (I)
A substância
Com efeito, o grande equívoco de Descartes consistiu não por como fundamento o «cogito», pois esqueceu que não poderia ter dito «eu penso», se previamente não se tivesse captado como realidade pensante. Já São Tomás o tinha dito. O que captamos primeiro é isto: «aí há uma realidade» ou «eu sou uma realidade»; O que conhecemos primeiro é sempre que há uma realidade (a própria ou a alheia, é indiferente).
Não há conhecimento se não se nos torna patente o real como real. O conhecimento, antes de mais, é conhecimento de algo, enquanto conhecer o conhecimento é uma reflexão posterior, que vem, em todo o caso, depois. Primeiramente o homem capta a realidade; logo, os adjectivos que a especificam.
O facto de que há coisas e o facto de que eu mesmo sou uma realidade resulta tão evidente, que seria absurdo querer demonstrá-lo. Gilson escreveu acertadamente: «as dificuldades só começam quando o filósofo se empenha em transformar esta certeza numa certeza de natureza demonstrativa, que seria a obra do intelecto».
[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.
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